Marshall Rosenberg nos ensina que a prática da Comunicacão Não Violenta tem quatro passos principais. Eles são como o abecedário da CNV. São eles:
Vamos ver cada um deles agora?
Eu julgo. Tu julgas. Eles julgam. Não vem com essa de que você é diferente. Nós, humanos, aplicamos rótulos uns aos outros o tempo todo e classificamos mentalmente as situações com as quais nos deparamos como “certas” ou “erradas”, “normais” ou “anormais”, de acordo com a nossa visão de mundo.
Somos seres subjetivos. Julgar é normal. Dominic Barter, pesquisador de Comunicação Não Violenta, afirma que “tentar não julgar é o mesmo que tentar evitar que suas unhas cresçam”.
Mas, então, o que fazer? Temos que tentar adquirir consciência do pequeno juiz que habita em nós, para nos tornarmos capazes de reconhecer os julgamentos-nossos-de-cada-dia.
Em geral, quando alguém age de uma forma que não gostamos ou não compreendemos, atribuímos um adjetivo a essa pessoa: “Fulano é preguiçoso. Beltrano é desligado. Sicrano é chato”.
Rosenberg nos ensina que aplicamos os rótulos sempre de acordo com as nossas perspectivas e necessidades. Veja os exemplos que ele dá:
“Se minha mulher deseja mais afeto do que estou lhe dando, ela é ‘carente e dependente’. Mas, se quero mais atenção do que me dá, então ela é ‘indiferente e insensível’.
Se meu colega atenta mais aos pormenores do que eu, ele é ‘cricri e compulsivo’. Por outro lado, se sou eu quem presta mais atenção aos detalhes, ele é ‘lambão e desorganizado’.”
Se você quer seguir o caminho da Comunicacão Não Violenta, o primeiro passo é fazer um esforço para diminuir esses julgamentos e passar a simplesmente observar as cenas acontecendo.
Nos dois exemplos acima, como seria uma observação isenta de julgamento?
Ao invés de “Minha mulher é carente”, imaginando o que poderia ter acontecido, poderíamos descrever algo como “Minha mulher me disse ontem que fica aborrecida porque não andamos mais de mãos dadas”.
Ao invés de “Meu colega é um louco compulsivo por organização”, ao imaginarmos uma situação em que poderíamos estar envolvidos, poderíamos dizer “Meu colega criou quinze novas subpastas e categorizou todas por ordem alfabética e por cores”.
Deu pra entender? Se ainda está confuso, no vídeo da aula, eu explico melhor.
Agora, tente aplicar essa observação isenta (com especificidade) no caso real da sua vida. O que exatamente aconteceu na cena que você vivenciou?
Seja uma testemunha da situação e relate o que aconteceu.