“Desculpa, mas ele só sabe reclamar”

Eu sei. Eu sei. Tem pessoas que parece que tem a “necessidade de reclamar” na base da pirâmide de Maslow, né? Isso torna a aplicação da CNV um baita desafio (e um teste de paciência e resiliência emocional).

Tem saída, então, para lidarmos com os “reclamões crônicos”? 

A autora Marie Miyashiro diz que quando uma pessoa repete sempre as mesmas coisas, pode ser sinal de que ela ainda não se sentiu compreendida.

Christian Dunker e Cláudio Thebas, no já citado “O Palhaço e o Psicanalista“, ratificam essa ideia: 

“Quanto menos a pessoa se escuta, mais demanda ser escutada pelos outros. Tendencialmente, quanto mais sofremos, menos nos escutamos”

O Palhaço e o Psicanalista, LOC.540

Acho que depois de saber disso você vai ter um pouquinho mais de comprensão com os reclamões do seu coração, não? Para lidar com eles, busque aplicar e reaplicar os 4 passos da CNV, e leve em conta as seguintes dicas:

  • Tenha certeza de que você identificou o que ela realmente precisa, perguntando-lhe isso. Valide o sentimento da pessoa. Pergunte diretamente até “acertar” a necessidade dela. 
  • Repita o que ela está lhe dizendo. Faça isso com tranquilidade e amorosidade (vale frisar: não é para fazer isso de forma irônica!)

Essas dicas valem também para “amansar” pessoas que estão muito irritadas ou nervosas. Quando repetimos e validamos o que o outro está dizendo, ele terá certeza que foi ouvido e poderá se acalmar. 

No livro “O Poder da Empatia“, Roman Krznaric diz: 

“Um aspecto desafiador do método de Rosenberg é que não só deveríamos escutar os outros com muita atenção, mas mostrar a compreensão que temos deles parafraseando o que acabam de dizer, refletindo sua mensagem de volta para eles na forma de questões que usem linguagem neutra, não avaliadora.”

ROMAN KRZNARIC