O inferno são os outros?

Quando você se sente nervoso, tenso ou incomodado, a culpa é de quem? 

Você pode achar que é do seu vizinho, que não o deixou dormir por causa da música alta até tarde. Ou do seu marido, que fez a maior sujeira na cozinha outra vez. Ou do desconhecido que não deu seta e quase bateu no seu carro no caminho do trabalho.

E se eu lhe dissesse que tudo o que sentimos é responsabilidade única e exclusiva de nós mesmos?

Isso mesmo! Assumir que os sentimentos que as situações geram são nossos é um ponto importante para praticar a CNV.

Uma atitude que uma pessoa tenha conosco pode nos afetar intensamente num dado momento; em outro, pode ser exatamente o contrário. Por exemplo: um motorista que dirige devagar na sua frente. Se você está com pressa, isso vai incomodá-lo e o deixará bastante irritado. Agora, se for um domingo e você estiver em ótima companhia dentro do carro, talvez sequer note que ele está andando em velocidade tão reduzida. 

Mais uma vez: tudo tem a ver com a SUA  necessidade! Quando sentimos raiva, não são as outras pessoas que nos fazem sentir assim. São as nossas próprias necessidades, que não estão sendo atendidas. 

Veja o que Rosenberg fala sobre isso:

“A CNV aumenta a nossa consciência de que o que os outros dizem e fazem pode ser o estímulo, mas nunca a causa dos nossos sentimentos. Com ela, vemos que nossos sentimentos resultam de como escolhemos receber o que os outros dizem e fazem, bem como de nossas necessidades e expectativas específicas naquele momento”.

MARSHALL ROSENBERG