Respondeu mentalmente a pergunta aí do subtítulo? Vamos lá. Pode começar pelo básico. Água? Comida? Saúde? Dinheiro? Uma casa? Uma cama quentinha? Um bom chuveiro?
Talvez você também tenha pensado em amor, carinho, atenção, diversão, reconhecimento, liberdade, autonomia, espiritualidade…
Agora tente perceber o seguinte: todos nós, seres humanos, temos essas mesmas necessidades (veja um listinha aqui). É claro que elas aparecem em nossas vidas com impactos diferentes, mas para nos considerarmos “plenos”, precisamos de um pouquinho de tudo isso.
Talvez alguns tenham estudado no passado a pirâmide de Maslow, uma teoria da década de 1950 que cria uma hierarquia das cinco necessidades humanas: fisiológicas, segurança, afeto, estima e as de autorrealização.
Mais recentemente, um outro estudo-chave sobre necessidades é o da Teoria da Autodeterminação, que atribui a todas as pessoas 3 necessidades psicológicas básicas e universais: a autonomia, a competência e a conexão.
Mas se todos temos as mesmas necessidades, por que nos desentendemos? De acordo com o Marshall Rosenberg é porque, para ter essas necessidades atendidas, nós, pessoas, adotamos estratégias e comportamentos que são divergentes. E é aí que nascem os conflitos.
Um exemplo simples: todos nós precisamos de alimento, de comida. Eu posso escolher uma comida vegetariana, porque meus ideais de vida e tudo o que eu vivi até aqui me fizeram pensar dessa forma. Outro, se pudessem escolher, optariam por comer churrasco todos os dias. Mais um exemplo: todos temos necessidade de higiene e de manter a casa limpa. Para mim, isso pode ter como pressuposto ter a cama arrumada todos os dias e a pia sem louça suja alguma. Já para outros, isso pode não ser tão importante assim.
A diferença de comportamento também está muito relacionada ao perfil de cada pessoa. Veja mais esse exemplo: no trabalho, todos nós precisamos de algum tipo de reconhecimento. Os extrovertidos podem precisar de aplausos após uma fala pública para todos da empresa. Os introvertidos, quem sabe, ficariam mais confortáveis com mensagens de parabéns enviadas por e-mail com cópia para toda a organização.
Compreender que a discórdia nasce por causa do método adotado e não por causa das necessidades em si é o pulo do gato da Comunicação Não Violenta. Isso porque a compreensão das necessidades é o conector que nos permite sentir empatia pelo outro, já que conseguimos entender que, em algum momento da vida, provavelmente já tivemos essa mesma necessidade.
Se está confuso, não se preocupe. Vamos voltar a esse tema daqui a pouquinho, relacionando-o à situação real que pedi para que você reavivasse em suas lembranças. Mas, a seguir, vamos conhecer melhor os ensinamentos do nosso amado Marshall Rosenberg.