Lembra da técnica de buscar validar os sentimentos dos outros no momento de interação? É muito possível usar essa dica com crianças! Olha só o que Roman Krznaric fala sobre a experiência dele:
Muitas vezes, quando meu filho ou minha filha faz uma birra ou cai no choro, eu os ajudo a dar nome a seus sentimentos e necessidades, dizendo algo como: ”Está se sentindo frustrado porque não posso brincar com você neste instante?” ou ”Está zangado comigo porque desliguei o computador antes que você acabasse de ver o vídeo?”. E em seguida um quase milagre acontece: eles param de chorar, concordam com a cabeça, contam-me como estão se sentindo em meio a suas fungadas e soluços, tenho uma oportunidade de explicar meu ponto de vista e tudo se acalma. Parece que em algum nível fundamental eles querem apenas ser ouvidos e compreendidos (e não é o que todos nós queremos?). (KRZNARIC, p.141)
Outra ideia muito interessante mencionada por Cláudio Thebas que já citamos por aqui é “o jogo das três perguntas mágicas”, que tem como objetivo educar as crianças para a escuta.
Ele conta que, em sala de aula com alunos de 6 a 7 anos, para evitar aquela “competição” típica de “quem teve o fim de semana mais legal”, ele propõe o seguinte game: “Depois que o primeiro aluno falar que foi à praia, só é permitido contar sobre a própria viagem quando o grupo tiver feito ao menos três perguntas sobre a praia do outro. Ou seja, depois de ter escutado suas três respostas (location 2278)”.