Refletindo sobre as habilidades para o trabalho

Você já ouviu falar das habilidades “hard skills” e “soft skills”?

Há algum tempo, a OCDE publicou um material modelo sobre as habilidades-chave para inovar no setor público, recentemente o Apolitical também apontou para o tema, criando um “tracker” para avaliação das habilidades do futuro.

Afinal, quais são as habilidades para o trabalho dos servidores públicos? Quais habilidades possuem e quais precisam desenvolver? Devemos nos preocupar mais com o quanto são bons em fazer algo hoje, ou sobre como vão aprender mais rápido para o futuro próximo?

OCDE e Apolitical já estão nos ajudando a encontrar as respostas. Aqui nas próximas linhas, convido você para refletirmos um pouco sobre isso.

Hard skills e soft skills: As habilidades para o trabalho

De maneira geral, os últimos cem anos transformaram a estrutura daquilo que entendemos como trabalho produtivo. As habilidades da “nova era digital”, estão relacionadas à produção de conhecimento, não à produção física.

Definiram-se dois grandes conjuntos de habilidades: hard skills e soft skills.
As hard skills são as habilidades ensináveis ou fáceis de quantificar. Normalmente, você aprende em sala de aula, através de livros , artigos, materiais de treinamento ou trabalhando.

As soft skills, são habilidades subjetivas que são muito mais difíceis de quantificar. Também conhecidas como “habilidades pessoais” ou “habilidades interpessoais”, a forma como você se relaciona e interage com outras pessoas.

Se você já passou por uma entrevista de emprego, leu ou acompanhou uma “conversa de RH” sobre desenvolvimento e avaliação de desempenho, já está familiarizado com esses termos. Segundo o Linkedin, já existe uma lista das habilidades mais procuradas pelas organizações.

A linguagem aqui pode estar nos pregando uma peça, quando ouvimos hard (difícil), involuntariamente pensamos no oposto como sendo easy (fácil). É uma armadilha equivocada. Por exemplo, em seus trabalhos, OCDE e Apolitical, nem sequer citam as palavras hard skill e soft skill, como duas categorias, indicando que as chamadas novas habilidades não se enquadram apenas nesses dois grandes conjuntos.

Habilidades para o setor público

Teoricamente, as habilidades para o trabalho não se diferenciam entre setor público x setor privado. Profissionais qualificados para o tempo espaço em que atuam, devem entregar valor para suas organizações independente de estarem ou não no setor público.

A Marília Assis entrou para a WeGov, após anos de trabalho e entregas no setor público. Em seu último cargo, as habilidades dela em inovação e em governo foram fundamentais para a estruturação do LAB.ges. Hoje, na WeGov, ela segue utilizando as suas habilidades e, claro, aprendendo novas.

Quando acontece o contrário, os profissionais do setor privado que migram para o setor público, gostam de dizer: “Eu vim do mercado!”, como se isso os qualificasse automaticamente para entregar valor no setor público. Cuidado, um profissional com habilidades ultrapassadas pode atrapalhar o desenvolvimento das novas habilidades no setor público.

O grande desafio é aprender a aplicar as habilidades em contexto adequado e também saber como aprender. O fato é que as oportunidades de aprender novas habilidades são mais limitadas no setor público do que no setor privado. Os servidores ficam imersos em rotinas operacionais que ocupam a maior parte do tempo ou trabalham para “apagar incêndios” atendendo a convocações emergenciais inesperadas.

O setor público está trabalhando com isso há algum tempo através da criação de ambientes que permitam a aprendizagem e desenvolvimento de novas habilidades que entreguem resultados (individual e organizacional). Os laboratórios de inovação costumam experimentar, aprender e construir, construir aprendendo.

Habilidades que resolvam problemas

Ter uma habilidade não necessariamente se traduz em entregar resultados e resolver problemas, o contexto importa muito. Não faz sentido dizer que hoje é importante saber datilografar. Há algumas décadas isso era essencial e hoje está obsoleto, pois são outras tecnologias disponíveis. Por outro lado, as habilidades de saber ler, escrever e usar um dispositivo eletrônico não são “habilidades do futuro”, mas são grandes diferenciais, trazem vantagens e te ajudam a resolver muitos problemas.

Uma habilidade está ligada a saber fazer algo, você só aprende a fazer algo fazendo e isso exige muita prática. Nem sempre os anos de experiência significam que você tem as melhores habilidades. No exemplo da datilografia, ninguém mais fala que possui anos de experiência em datilografar. Inclusive, “aprender a aprender” já é uma habilidade necessária, com cursos exclusivos para isso. Saber identificar um problema, com boas perguntas é uma grande habilidade humana.

Um outro aspecto relevante é que nenhuma habilidade é algo que nascemos sabendo. Nem mesmo o talento, que muitos apontam como divino, faz sentido em um contexto de aprendizagem constante. Temos que quebrar o mito do talento nato.

“Em um mundo cada vez mais ubíquo em tecnologias e automações, cabe a nós, humanizá-las na arte de aplicar nossas habilidades em contextos que resolvam problemas e melhorem a vida das pessoas.”

ANDRÉ TAMURA

Hard ou Soft?

Há alguns anos, um maluco ousou considerar o hard e o soft como algo integral, que funcionasse conjuntamente em total sinergia. Por acaso, esse maluco fundou uma empresa, por acaso essa ideia teve que combater outras já estabelecidas, por acaso o conflito não fez com a ideia fosse abandonada. Essa empresa é a Apple e não por acaso é a mais valiosa do mundo.

Entre as hard skills e soft skills, não seja apenas hard ou soft; público ou privado. Seja integral e entregue o seu melhor.

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

André Tamura
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Muito Obrigado!

Hoje, dia 13 de fevereiro de 2019, a WeGov completa 4 anos de existência. Desde que eu e a Gabi, escolhemos construir esse negócio, muitas coisas aconteceram e tantas outras coisas mudaram. O importante é que estamos muito felizes pelo fato de seguirmos aqui, consistentes, colaborando com as instituições públicas para inovar e termos um país melhor.
Poderia escrever o texto dizendo as dificuldades de empreender, que empreendedor sofre e etc. Não vou fazer isso, seria falso. Quero apenas agradecer. Muito obrigado!

Mensagem do Ten Cel Paulo Sousa – Exército Brasileiro

Sorte e trabalho

Temos muita sorte. Durante esses anos de atuação, conhecemos pessoas maravilhosas que seguem transformando o setor público com seu trabalho. Criamos inovadores clientes, parceiros e amigos. Muito obrigado pelo carinho.
Empreender a WeGov é um privilégio. Temos a obrigação de fazer as mudanças acontecerem, trabalhar para combater aquilo que não concordamos e ter clareza do nosso poder de agir, dentro de nossa capacidade.
É essa nossa capacidade de realização que nos trouxe até aqui. Erramos algumas vezes, mas soubemos nos adaptar às mudanças. Todas as escolhas foram de propósito, com as informações que temos no momento, escolhemos. Cada escolha é uma renuncia. Escolhemos abraçar o futuro, e ele é um dos nossos sócios.
Quem faz a WeGov hoje somos eu, Gabi, Lincon, Ana, Tainá, Isadora, Débora e a Marília. Muito obrigado por estarem conosco. Ao longo dos anos passaram por aqui: Chamusca, Nathy, Paty, Tainara, Carol, Mônica, Luíza, Leonardo, Laura, Guilherme, Jéssica, Natália, João e Rafa. Muito obrigado por tudo!

Mensagem de Jéssica Macedo – Governo do Distrito Federal

Um dia de wegover, por Gabi Tamura

Um wegover que se preze acorda de manhã (aproximadamente às 7 se for dia de trabalho normal e às 5:50 de for dia de evento); toma um DETOX e vai pra empresa.
Chega na empresa de tênis e coloca a pantufa (se for dia de evento coloca o salto e o paletó) e começa a ter mil ideias (executando as outras mil que teve no dia anterior) SIMULTANEAMENTE!
Escolhe o cardápio do almoço pelo zap (se for dia de evento nem consegue pensar em comida pq já comeu todas as calorias do mês no welcome Coffee).
Atende uma ligação sobre uma pergunta sobre BOTS, responde no grupo do REDES o contato de alguém do Facebook, conecta umas 15 pessoas por e-mail pra ajudá-las a transformar o serviço público cumprindo com seu papel de HUBGOV.
Quando chega a hora do almoço vai buscar a marmita, chega no refeitório não encontra ninguém é vê a TAG no grupo; #atico. Pensa que esperava ansiosa para almoçar um dia sozinha(o), mas a saudade da equipe é maior e vai ao encontro de todos, enfrentando o TSUNAMI de pessoas nas escadas e elevadores pra conseguir.
Assiste vídeos da Laura e fala oinnnnnn a cada nova palavra que ela consegue falar (embora só os pais entendam a palavra que ela “consegue” falar).
Vai no Bieza tomar um café e sai com a glicose mais alta da vida.
Chega na sala e faz uma reunião pra SETTAR O FEELLING. Trabalha FRENETICAMENTE esperando a BREAKING NEWS do meio da tarde pra sair pra comemorar com champanhe no Primavera Garden.
Pensa que o dia foi muito intenso e decide fazer home office no dia seguinte, mas quando acorda amanhece com a insana vontade de repetir tudo de novo! LET’S GOV!

#WeGov #WeGov4anos #InovarÉCoisaSéria

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

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Post atualizado em 17 de outubro de 2018

Esse post contém as marcações que faço durante as minhas leituras. Não são resumos, apenas trechos úteis que geram aprendizados para o trabalho e para vida.


ORIGINAIS, de Adam Grant

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#p.94
No trabalho e na vida, dizem-nos o tempo todo que a chave para o sucesso é agir depressa. Quando temos uma tarefa importante, somos aconselhados a realizá-la bem antes do fim do prazo. Quando temos uma ideia original para criação de um produto ou a fundação de uma empresa, somos encorajados a ser os pioneiros. Existem, é claro, vantagens claras na rapidez: ficamos seguros de terminar a tempo o que começamos e de chegar à frente da concorrência. Surpreendentemente, porém, meus estudos com pessoas originais mostraram que há mais desvantagens em agir depressa e ser o primeiro. É verdade que o pássaro madrugador come a minhoca, mas não podemos nos esquecer de que a minhoca madrugadora vira comida de pássaro.


MINDWARE, de Richard E. Nisbett

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#p.160 e #p.161
A palavra-chave aqui é codificação. Para muitas, senão a maioria, das habilidades, sabemos quais são as unidades para medir o comportamento e podemos até calcular os números: proporção de palavras soletradas corretamente; percentual de acerto em lances livres. Mas quais são as unidades apropriadas para julgar cordialidade? Sorrisos por minuto? “Boa vibrações” por contato social? Como é possível comparar as formas como as pessoas manifestam cordialidade em ocasiões tão distintas como festas no sábado à noite ou reuniões segunda-feira à tarde? Os tipos de comportamentos nas duas circunstâncias são tão diferentes que aquilo que chamamos de evidência de cordialidade em uma situação é bem diferente do que usamos como indicador na outra. E tentar atribuir números a indicadores de cordialidade para situação A é difícil, ou até impossível. Mesmo que pudéssemos atribuir valores, não saberíamos compará-los aos indicadores de cordialidade da situação B.


HIT MAKERS, de Derek Thompson

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#p.174
Os anos 1990 testemunharam uma explosão cambriana da tecnologia das comunicações. A primeira mensagem de texto foi enviada e recebida em 1992 (“Feliz Natal”, ela dizia); oito anos depois, metade do país tinha um telefone celular. Em 1995, seis entre dez adultos no Estados Unidos disseram que nunca tinham ouvido falar na internet ou não estavam certos quanto ao que era isso; cinco anos depois, metade do país estava on-line.


ALGORITMOS PARA VIVER, de Brian Christian e Tom Griffiths

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#p.131
O deslocamento acontece quando um animal usa seu conhecimento da hierarquia para estabelecer que uma determinada confrontação simples não vale a pena. Em muitas sociedades animais, recursos e oportunidades – alimento, parceiros, espaços prediletos e assim por diante – são escassos, e é preciso decidir de algum modo quem vai ficar com o quê. Estabelecer uma ordenação antecipada é menos violento do que sair no tapa cada vez que aparece uma oportunidade de ficar com uma parceira ou um parceiro ou com a melhor área de pasto. Embora às vezes possamos nos encolher quando vemos criaturas cravando unhas e dentes umas nas outras, os biólogos tendem a ver as estruturas de poder como uma violência que impede a violência.


INEVITÁVEL, de Kevin Kelly

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#p.243
De madrugada, vi o paladino das drogas psicodélicas Timothy Leary comparar a realidade virtual com o LSD. A impressão dominante gerada pelas parafernálias repletas de bugs foi de total plausibilidade. Aquelas simulações eram reais. As imagens, ainda rudimentares, às vezes travavam, mas não havia como questionar o efeito pretendido: nós éramos transportados a outro lugar, para fora do real. Na manhã seguinte, perguntaram a William Gibson, então um promissor escritor de ficção científica que passara a noite em claro vivenciando o ciberespaço, o que ele havia achado daqueles portais para mundos sintéticos. Foi então que ele proferiu sua famosa sentença: “ O futuro já chegou. Só não está uniformemente distribuído.”


OS HUMANOS SUBESTIMADOS, de Geoff Colvey

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#p.246
Ancorar nossos futuros em nossas características mais profundamente humanas pode parecer estranho e arriscado. Não tema. Ao mudar a perspectiva e olhar para dentro em vez de olhar para fora, você descobrirá que o necessário para o futuro estava ali o tempo todo. Tem estado sempre ali. No sentido mais profundo possível, você já tem o que é preciso. Faça disso o que desejar.


O EGO É SEU INIMIGO, de Ryan Holiday

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#p.137
Estamos tão desesperados para creditar que aqueles que têm grande impérios queriam desde o início construí-los. Por quê? Para podermos ceder ao desejo de planejar o nosso. Para podermos receber todo o crédito pelo bem que por acaso gerarmos e pelas riquezas e respeito que viermos a conquistar. A narrativa surge quando você olha o caminho improvável que o levou ao sucesso e diz: eu sempre soube. Isso em vez de: eu esperava; trabalhei; tive alguns golpes de sorte. Ou até: eu achava que isso poderia acontecer. É claro que você não sabia o tempo todo – ou, se sabia, era mais esperança do que certeza. Mas quem quer se lembrar o tempo todo de que duvidou de si mesmo?


SMALL DATA, de Martin Lindstrom

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#p.217
Em todos os casos, faltava algo na vida das pessoas: um desejo inconsciente. Ao identificar tal desejo não atentado, nos aproximamos ainda mais da revelação de uma lacuna que pode ser preenchida com um novo produto, marca ou negócio. Lembre-se de que todas as culturas do mundo estão em desequilíbrio ou, de alguma forma, são exageradas, e que é neste exagero que encontramos o desejo.


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Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

Reconhecimento, fiscalização e avaliação de resultados

Há alguns meses, a Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, recebeu uma notícia muito boa: a instituição conseguiu um financiamento para desenvolver uma inovação que vai beneficiar os cidadãos catarinenses. O aplicativo, chamado “PMSC Cidadão”, será lançado em 2019.
Em 2017, uma equipe de oficiais da PMSC participou do Programa HubGov. O desafio definido para ser trabalhado era: Ampliar as possibilidades de interação com o cidadão catarinense. A proposta de solução ,apresentada no dia 1 de setembro de 2017, foi o aplicativo “PMSC Cidadão”.

Identificando causa e efeito

Não podemos inferir causalidade absoluta entre esses episódios, mas a correlação é evidente. Para que fique claro, duas (ou mais) coisas podem estar relacionadas, mas não necessariamente uma causou a outra. Na maioria das vezes, fatores não identificados ou uma terceira força é que está movimentando as duas anteriores.
Quando falamos sobre inovação no setor público, fica difícil identificar causa e efeito, e por consequência, mensurar impactos. Como diferenciar eventos ligados por uma relação de causa efeito daqueles que só estão associados no espaço ou no tempo?
Muitos fatores podem ter influenciado (e ainda irão influenciar) o sucesso deste projeto, mas o fato é que a equipe da Polícia Militar de Santa Catarina, idealizou o projeto no Programa HubGov. Ainda que não existam métricas detalhadas sobre a causalidade, o fato foi reconhecido publicamente no Twitter por um dos líderes do projeto, o Ten Cel Tasca.

 


As inovações podem surgir de muitos lugares, e a busca para reconhecer quando elas acontecem, por si só, já é parte do processo de transformação do setor público brasileiro. Os méritos não acontecem isoladamente. A PMSC, inclusive, já foi reconhecida no Concurso de Inovação da ENAP.
De maneira geral, estamos lidando com 3 tipos de “juízes” ou “fiscais” da inovação.
1: “Eu reconheço as inovações quando as vejo”.
2: “Eu reconheço as inovações que existem”.
3: “Só existe inovação quando eu vejo”.
Que tipo de fiscal você é? Como você reconhece uma inovação?

Inovações importantes

Existem muitas iniciativas, com objetivos diversos e vindas de atores diferentes. A verdade é que, em inovação no setor público, quanto mais melhor. O tempo é o grande fiscal para definir quais são importantes, aquelas que tem propósitos reais e acontecem em agendas transparentes. O tempo também trata de eliminar os aventureiros e os modistas.
Certamente, precisamos melhorar as métricas e até mesmo criar novas formas de mensurar impacto quando falamos de inovação. As métricas industriais ainda são utilizadas, mas já estão inadequadas. Também há um problema de codificação. Costumo dizer que não podemos medir a velocidade da internet, se não há conexão de internet. Os gestores estão querendo medir resultados de coisas que ainda não existem, ou que necessitam de mais tempo para se tornarem mensuráveis. “Sorrisos por minuto” ainda não é uma métrica para “felicidade no trabalho”.
Considerando que ainda estamos superando a fase de fazer “inovação para inglês ver”, eu sou um otimista. Seremos obrigados a encontrar métricas diferentes, quando as tecnologias avançarem e a nós humanos, restarem “apenas” as emoções.

Inovações e Inovadores

Quando formamos inovadores engajados, há a possibilidade de que eles mesmos possam criar as condições e (em alguns casos) os ambientes para que as inovações aconteçam. É quando o peixe começa a transformar o aquário.
O dilema do ovo e da galinha, ou, no caso, da inovação e do inovador, fica evidente quando colocado em perspectiva adequada. Não dizemos que um “ovo botou uma galinha”. A narrativa mais efetiva favorece o inovador, ele vem antes da inovação.
Antes de reconhecer suas inovações, reconheça seus inovadores.
Hannah Tasker

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

André Tamura
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Reflexões

Finalmente, o tema “Inovação no Setor Público” está na agenda pública. Estamos descobrindo a inovação no setor público! Servidores públicos capacitados, eventos exclusivos, laboratórios e projetos inovadores são cada vez mais abundantes.
Mas vamos com calma; isso não significa (ainda) dizer que os resultados já chegaram na vida das pessoas ou os trabalhos estão transformando as instituições públicas – em seu modo de trabalhar – de forma significativa.
Através da WeGov, estamos conseguindo acompanhar os avanços do tema e também contribuir para que inovação transforme profundamente o setor público. Assim, apostamos que a prestação de serviços úteis, desejáveis e viáveis, será cada vez mais evidente em um futuro próximo.
Não é fácil. A “onda de inovação”, para aqueles que escolhem surfá-la, exige um esforço tremendo de descobrir aquilo que realmente importa ser feito e superar os obstáculos de um segmento hostil.

Como descobrir o que importa?

O verbo descobrir pode significar (i) encontrar algo novo ou simplesmente (ii) revelar algo que estava escondido. No setor público, a descoberta da inovação significa: tomar conhecimento de; perceber, notar.
Para descobrir algo novo é preciso ser um explorador. A abordagem metodológica do Design Thinking, estabeleceu-se como a principal porta de entrada para o maravilhoso mundo da inovação no setor público. O Design, é uma forma de explorar que permite a descoberta.
Em cada um dos mais variados processos de design, temos momentos de divergência e convergência, como movimentos necessários para inovação significativa. A perspectiva “das pessoas”, tomando lugar do tão famigerado “sistema”, abre espaço para que as possibilidades e oportunidades comecem a florescer.
O design thinking está intimamente ligado à inovação, temos muitos exemplos de servidores que participaram de um simples workshop, há poucos anos, e hoje são inovadores públicos explorando cada vez mais os ambientes instituicionais.

*Explorar x “Explorar”

“Ele saiu para explorar a caverna”
“O chefe estava explorando trabalhador”

Certamente, o significado do verbo explorar é diferente nas sentenças acima, (i) explorar para saber mais – reunir informação / prospectar, e (ii) explorar para usar mais – usar informação / obter resultados. Conforme a escolha do inovador, serão necessários mindset, processos e ferramentas diferentes. Alguns profissionais não conseguem estabelecer uma medida saudável entre explorar para prospectar e explorar para obter resultados.
A inovação não acontecerá se a forma de explorar estiver limitada à prospeção infinita ou encaixotada na obtenção de resultados “conhecidos”.

*Em inglês: explore/ exploit

Otimistas x Pessimistas

“O otimista acredita que vivemos no melhor dos mundos. O pessimista teme que isto seja verdade.”
James Branch Cabell

Alguns tendem a perceber a inovação como um mundo maravilhoso, e outros observam como algo desnecessário. “Não temos recursos para inovar”, acaba sendo um argumento comum, e errado. A inovação é um recurso. Não há necessidade de discutirmos quem tem razão. Entre otimistas e pessimistas, há uma realidade inegociável de que instituições públicas precisam inovar, da porta pra dentro e da porta pra fora.
https://www.youtube.com/watch?v=RNMY2G1Serc

Carência x Essência

O mundo maravilhoso da inovação, não deve ser fechado em si mesmo. Mesmo que tenhamos servidores públicos capacitados, eventos, laboratórios e projetos abundantes… As transformações ainda não aconteceram.
Quando descobrimos a inovação, devemos constantemente refletir e compreender o propósito de fazer as coisas de formas diferentes. O quanto eu preciso inovar (carência) e em quê consiste a minha inovação (essência).
Na metáfora do copo d’agua, “meio cheio” ou “meio vazio”, há um dilema de carência e essência. Se eu preciso exatamente de 200ml, o copo não pode estar “meio cheio ou meio vazio”. E, se no copo há veneno, eu não vou querer beber nenhuma gota.
Que a inovação esteja com vocês!
Foto Priscilla Du Preez

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

André Tamura
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Palestra de Charity Wayua no TED@IBM

Charity Wayua é uma pesquisadora em Nairobi, no Quênia, onde lidera a equipe de pesquisa do setor público da IBM.

…Mas, quando cavamos fundo, não encontramos corrupção no sentido clássico: bandidos sujos à espreita na escuridão, esperando para “molhar a mão” de seus amigos. O que encontramos foi um grande senso de desamparo. Nosso governo estava doente, pois os servidores públicos se sentiam desamparados. Eles sentiam como se não tivessem força para promover mudanças. E quando as pessoas se sentem presas e inseguras, elas param de enxergar sua função no sistema maior. Começam a pensar que seu trabalho não faz diferença. E quando isso acontece, as coisas desandam, são negligenciadas e as ineficiências florescem.”

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

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Uma listagem necessária para a Comunicação e Inovação

*A lista será atualizado constantemente. Última inclusão, item 6, em 29/01/2018
As equipes de comunicação nas instituições públicas utilizam uma série de recursos para que o trabalho seja melhor e mais produtivo. Desde uma câmera fotógrafica a uma peça gráfica, para o trabalho ser executado é necessário acessar uma série de ferramentas ou recursos.
Para acessar recursos (comprar) existe o mecanismo legal, a pétrea Lei 8.666, que compra canetas da mesma forma que compra softwares. Muitas vezes, especificar a compra é uma tarefa hercúlea.
Para isso, antes de assinar o contrato de compra é criado um Termo de Referência:
O Termo de Referência é um documento no qual uma instituição contratante estabelece os termos pelos quais um serviço deve ser prestado ou um produto deve ser entregue por potenciais contratados.
Os termos de referência precedem a assinatura do contrato e tem com função principal informar potenciais contratados sobre as especificações do serviço ou produto. Quando o contrato é celebrado, o termo de referência se torna parte integrante do contrato.

O desafio da Comunicação

O grande desafio para os profisisonais de comunicação é: como comprar serviços que são vendidos como softwares (SaaS) em instituições que normalmente não estão familiarizadas com este tipo de solução.
Para isso, o termo de referência é um mecanismo útil. Segue uma lista de referência de termos (desculpe o trocadilho).


Lista Termos de Referência – atualizada em 29/01/2018

1 Contratação de empresa para prestação de serviços de monitoramento e suporte à gestão de redes sociais. Tribunal Superior Eleitoral (2017)
2 Contratação de empresa para prestação de serviços de monitoramento, análise e planejamento de estratégias de comunicação em redes sociais, para atender as necessidades da Justiça Eleitoral, especialmente Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e seus dirigentes. Tribunal Superior Eleitoral (2017)
3 Contratação de empresa para prestação de serviços de monitoramento, análise e planejamento de estratégias de comunicação em redes sociais, para atender as necessidades do Ministério da Educação, conforme exigências estabelecidas neste Edital e seus anexos. Ministério da Educação (2012)
4 Contratação de serviços profissionais especializados de monitoramento de presença e elaboração de plano de estratégia de visibilidade do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) nas mídias sociais. Conselho Nacional do Ministério Público (2011)
5 Termo de Referência Automação de Serviços Públicos. Conselho Nacional do Ministério Público (2011)
6 Edital para Contratação de empresa especializada na prestação de serviços de planejamento, desenvolvimento e execução de soluções de comunicação digital. Prefeitura de São Paulo
7 Edital para Contratação de empresa especializada na prestação de serviços de planejamento, desenvolvimento e execução de soluções de comunicação digital. Prefeitura de São Paulo – Secretaria de Mobilidade e Transporte

Essa lista* só é possível graças ao trabalho da nossa rede! Obrigado!

*A lista será atualizado constantemente. Última inclusão, item 6, em 29/01/2018
Deixe sua sugestão nos comentários. Envie o documento para nós publicarmos aqui.
Aprecie sem moderação. Colabore, compartilhe e aplique em sua instituição.

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Impactar e inovar

Em algumas oportunidades, ao apresentar o trabalho inovador da WeGov, surge a pergunta:

“Ok, mas como vocês medem o impacto e a inovação dos serviços que prestam?”

Boa pergunta.

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Com a sinceridade de sempre, respondo que o impacto do nosso trabalho é difícil de mensurar, ou como costumam dizer: é bastante intangível. Respondo também que vai depender das métricas que as organizações consideram importantes.

Sabemos que a maioria das métricas que utilizamos hoje no trabalho, para mensurar qualquer coisa, foram importadas diretamente do chão de fábrica. Com a inovação, não é diferente. Para mostrar-se produtivo, muitos parecem voltar para a época em que a produtividade era mais universalmente observável: a era industrial.

Pensando no tipo de trabalho e nas tecnologias disponíveis que temos hoje, nos parece absurdo medir – por exemplo – mudança de mindset. Seria em quantidade de horas? Tempo e dinheiro são os únicos recurso que todos compreendem de maneira uniforme, mas nem tudo pode ser enquadrado nessas métricas.

Ainda assim, intangível não significa necessariamente imensurável, e que alguns critérios podem, e devem, ser definidos para que possamos medir o impacto de uma proposta que pretende impactar e criar, não só inovações, mas também inovadores no setor público.

Métricas que importam

Quando estamos inovando no setor público, devemos definir métricas significativas e representativas. Algumas vezes, em fases iniciais, podemos definir uma única métrica que seja importante. No Programa HubGov, fizemos uma pergunta: “De 0 a 10, qual é seu conhecimento em inovação?” No início do programa obtivemos 6,75; ao final; 8,23

Em um mundo de oportunidades abundantes, um setor que carece imensamente de inovação, deve aceitar assumir alguns riscos que precedem o questionamento sobre métricas. Seria prudente permitir a inovação com critério simplificado, adequado a uma nova era: “Não estávamos tentando inovar” – “Agora estamos trabalhando para isso”.

Alguns gestores, parecem querer medir a velocidade da internet, antes de ter acesso à internet, e quando não sabem como medir algo que não possuem, negam a possibilidade de seguir em frente.

Métricas de não inovar

O custo de não é inovar no setor público, é esse que estamos vendo todos os dias no noticiário e na timeline do Facebook. Toda a ineficiência e corrupção observadas rotineiramente, podem ser métricas que representam o custo de não inovar, em economia é o custo de oportunidade.

Estamos deixando de tentar algo novo, e assumindo riscos piores. Se seguirmos assim, podemos considerar que Roberto Campos acertou ao apontar que “o Brasil não tem a mínima chance de dar certo.”

Métricas humanas

Somos mais do que números, somos pessoas. Temos ideias e sonhos. As maravilhas produzidas por técnicas de Big Data e Data Analytics não podem superar a humanidade do Ser, sempre teremos que considerar medir o que importa. Uma única vida é sempre 100%.

Algumas coisas ainda não são possíveis de mensurar, outras seguem naturalmente mensuráveis, sem a necessidade de métricas. As nossas oficinas e eventos aumentam a confiança do servidor público. A confiança é um bem intangível que adquire valor crescente em um mundo saturado de informações falsas. Humanos confiam mais em humanos do que em máquinas (e até mesmo do que em números). Confiança não se mede em quantidade de horas ou reais, ela é construída através de interações e experiências.

Quando olhamos para os “cliques”, “acessos”, “visualizações”, “sentimentos” – métricas comuns para as tecnologias de informação e comunicação – não poderíamos imaginar, há poucas décadas, que elas estariam disponíveis e acessíveis hoje tão facilmente.
Da mesma forma, somos confiantes de que o nosso tipo de inovação tenha métricas mais objetivas, e estamos trabalhando para criá-las.

Seguimos,

Foto: Christian Kaindl

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

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Uma listagem necessária

As equipes de comunicação nas instituições públicas utilizam uma série de recursos para que o trabalho seja melhor e mais produtivo. Desde uma câmera fotógrafica a uma peça gráfica, para o trabalho ser executado é necessário acessar uma série de ferramentas ou recursos.
Para acessar recursos (comprar) existe o mecanismo legal, a pétrea Lei 8.666, que compra canetas da mesma forma que compra softwares. Muitas vezes, especificar a compra é uma tarefa hercúlea.
Para isso, antes de assinar o contrato de compra é criado um Termo de Referência:
O Termo de Referência é um documento no qual uma instituição contratante estabelece os termos pelos quais um serviço deve ser prestado ou um produto deve ser entregue por potenciais contratados.
Os termos de referência precedem a assinatura do contrato e tem com função principal informar potenciais contratados sobre as especificações do serviço ou produto. Quando o contrato é celebrado, o termo de referência se torna parte integrante do contrato.

O desafio da Comunicação

O grande desafio para os profisisonais de comunicação é: como comprar serviços que são vendidos como softwares (SaaS) em instituições que normalmente não estão familiarizadas com este tipo de solução.
Para isso, o termo de referência é um mecanismo útil. Segue uma lista de referência de termos (desculpe o trocadilho).


Lista Termos de Referência – atualizada em 17/05/2017

1 Contratação de empresa para prestação de serviços de monitoramento e suporte à gestão de redes sociais. Tribunal Superior Eleitoral (2017)
2 Contratação de empresa para prestação de serviços de monitoramento, análise e planejamento de estratégias de comunicação em redes sociais, para atender as necessidades da Justiça Eleitoral, especialmente Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e seus dirigentes. Tribunal Superior Eleitoral (2017)
3 Contratação de empresa para prestação de serviços de monitoramento, análise e planejamento de estratégias de comunicação em redes sociais, para atender as necessidades do Ministério da Educação, conforme exigências estabelecidas neste Edital e seus anexos. Ministério da Educação (2012)
4 Contratação de serviços profissionais especializados de monitoramento de presença e elaboração de plano de estratégia de visibilidade do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) nas mídias sociais. Conselho Nacional do Ministério Público (2011)
5 Termo de Referência Automação de Serviços Públicos. Conselho Nacional do Ministério Público (2011)
A lista será atualizado constantemente.

Essa lista só é possível graças ao trabalho da nossa rede! Obrigado!

Deixe sua sugestão nos comentários. Envie o documento para nós publicarmos aqui.
Aprecie sem moderação. Colabore, compartilhe e aplique em sua instituição.

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

5 atitudes que nos distanciam do propósito de inovar no setor público

“Há mais coisas entre o problema e a solução do que pressupõe vossa vã inovação.”

O setor público tem se dedicado bastante para acompanhar as mudanças sociais. A insurgência atingiu também alguns burocratas insatisfeitos com o “gap” entre o que é feito e o que é possível fazer. Práticas e métodos para fazer diferente estão chegando para ficar e a inovação está de uma vez por todas na pauta das agendas governamentais.

Para que os agentes públicos possam atuar diante deste cenário, um novo conjunto de competências deve ser construído ou vamos matar a inovação antes dela nascer. Não podemos deixar escorrer pelas mãos a oportunidade de transformar profundamente o setor público. Mais do que inovações, precisamos criar inovadores.

Inovação em contexto

“Você está falando de inovação enquanto pessoas morrem nas filas dos hospitais?”

A frase acima carrega certa incompreensão do significado de inovar no setor público, mas ao mesmo tempo mostra um ponto de atenção para que a inovação não seja uma coisa boba, vazia e sem valor. Sendo assim, o cuidado na vociferação e utilização de jargões, métodos, técnicas e, especialmente, ferramentas para inovar, se faz necessário. A inovação adequada pode solucionar muitos problemas, inclusive os de saúde pública, como no caso de pessoas morrendo em filas.

Para que a inovação seja significativa, existem muitos caminhos possíveis, cada pessoa deve buscar um que faça sentido para sua realidade e maturidade da sua instituição. As técnicas devem ser construídas genuinamente para o setor público. Ainda que sejam referências importantes, as adaptações empresariais – pegar do mercado; CTRL+C; CTRL+V no setor público – tem limites.

Independente do caminho escolhido, uma atitude inovadora autêntica é necessária. Portanto, deve-se evitar algumas atitudes e comportamentos. As linhas que definem um comportamento prejudicial são tênues, mas uma observação profunda nos ambientes e organizações (públicas ou privadas) que estão trabalhando a inovação no setor público, pode revelar a autenticidade e propósito das iniciativas.
Dentro deste contexto, quero explicitar algumas atitudes que temos observado – individuais e/ou institucionais – que tornam a inovação no setor público vã. Seguem os pontos de atenção:

1. Design Thinking is the new black

O design thinking despontou como abordagem favorita dos inovadores públicos, pois acabou apontando caminhos antes não evidenciados dentro do umbral governamental. Tornou-se produtivo e divertido descobrir formas de melhorar as entregas de serviços para usuários internos ou cidadãos.

Sendo assim, essa abordagem (e outras variantes semelhantes, como Service Design), não pode ser um fim em si mesma, pois não resolve todos os problemas complexos presentes nas instituições. A popularidade do Design Thinking como método para inovação, revela dois riscos principais: (1) ser apenas “a moda da vez”, e (2) a aparição de impostores oportunistas.

2. (Des)Foco no cidadão

Mesmo em atividades meio, que atendam somente clientes internos, toda instituição pública deve estar conectada com o propósito de servir as pessoas, sempre. Qualquer inovação deve olhar para entrega final de serviços.

O distanciamento do propósito de servir pode destruir o significado da inovação, pois os benefícios reais das iniciativas acabam sendo individualizados, para progressão de carreira, ego ou projetos de pesquisa que não atendem as necessidadaes dos cidadãos e estão distantes de solucionar problemas reais.

3. Laboratórios em todo lugar

Os ambientes significativos para que a inovação aconteça são fundamentais. Todo inovador público almeja um espaço diferente para trabalhar. O gatilho natural é criar um ambiente próprio, mais conhecido como laboratório de inovação. Porém, antes de construir um Maracanã, aprender a tocar a bola é fundamental.

A inovação deve acontecer mesmo sem um laboratório, a instituição deve incorporar em suas rotinas a mentalidade de experimentação que florescem nesse espaços. Muita coisa pode ser feita sem um lab.

4. Altivez tóxica

“Qualquer inovação, desde que seja a minha.”

Algumas pessoas apresentam-se como gurus milagrosos e criam propostas fabulosas para inovar no setor público. É preciso um mindset de crescimento, aberto e diferente dos padrões projetuais tradicionais. Sendo assim, diplomas, cargos e títulos devem ser observados com ceticismo quando o tema é inovação no setor púbico. A altivez tóxica implica que somente determinado percurso é possível para inovar. Presunção e arrogância, repelem criatividade e colaboração.

5. Dinheiro na mão é vendaval

Claro que os investimentos são necessários. Em muitos casos, priorizá-los de forma diferente é uma grande inovação. Consultorias milionárias, viciadas em seu modus operandi, tem pouco a entregar em termos de custo x benefício. A conta não fecha, é o contribuiente que paga. Otimizar recursos e aproveitar a inteligência construída durante a missão de inovar é o caminho mais sensato para a inovação no setor público.

Conclusão: Inovação no setor público

Qualquer técnica que priorize a solução de problemas e melhore a vida das pessoas, que possa ser acessada em qualquer ambiente, com humildade necessária para executar as transformações e fazendo investimentos moderados com o dinheiro público.
São essas atitudes que esperamos de um setor público inovador. Caso contrário, inovar pode ser insensato, pois como sabemos, ainda há pessoas morrendo nas filas dos hospitas.

Quer inovar a sua instituição?

Agende um conversa conosco. Será um prazer ajudar.

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

André Tamura
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Vinicius Russo no TEDxUFRJ

Formado em Desenvolvimento de Software, Globalização e Cultura, Vinicius Russo lidera o Núcleo Digital, rede que realiza inovação política e já entregou tecnologias para o Banco Mundial e a Prefeitura de São Paulo. Em sua palestra ele vai levantar a reflexão sobre como é possível empreender no setor público.


Assista o TEDx

[youtube=https://youtu.be/co9nzC3WAXI&w=720&h=400]

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

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Convite dos palestrantes

Dias 27 e 28 de abril de 2017, acontecerá em Florianópolis, o 6º Redes-eGov. Alguns palestrantes gravaram videos convidando vocês para o evento. Confira:


Jéssica Macedo – Senado Federal

[youtube=https://youtu.be/6z1wUqIySbs&w=720&h=400]

Confira a programação >


Cuducos – Serenata de Amor

[youtube=https://youtu.be/4xCucpV1hCs&w=720&h=400]

Baixe o Ofício Convite >


Tatiana Jebrine e Luana Loschi – João Cidadão CNMP

[youtube=https://youtu.be/TYYWFOkVcg4&w=720&h=400]

Sugestões de hospedagem >


Alvaro Borba – Jornalista

[youtube=https://youtu.be/Syl8nr_lj4M&w=720&h=400]

Relembre a edição 2016 >


Aline Castro Rossi – Justina TRT2

[youtube=https://youtu.be/1X0YyDLNmB8&w=720&h=400]

Relembre a edição 2015 >


Thiago Marzagão – CGU

[youtube=https://youtu.be/7_ClPoIpYs0&w=720&h=400]

Acesse o site do evento >


Inscreva-se

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Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

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Secretário do Planejamento de Santa Catarina falou para WeGov

Dia 19 de janeiro, no lançamento do Programa HubGov, o Secretário de Estado do Planejamento, Murilo Flores, conversou com a WeGov sobre o futuro do governo, seus desafios e a importância da inovação.


Assista

[youtube=https://youtu.be/H0OncAzsVjk&w=720&h=400]


HUBGOV2017

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

E o que fazer para levá-la até lá

A inovação no setor público é uma pauta atual. Ela aparece cada vez mais nas agendas e nos programas das instituições. Isso é ótimo pois os problemas complexos que precisamos resolver, e que pulam em nossas timelines, normalmente estão relacionados com as competências das nossas instituições públicas. E a inovação no setor público é fundamental para solucioná-los.

Porém, existe uma camada do setor público, que parece completamente alheia a tudo que acontece no mundo, nenhuma inovação chega até lá. Essa “camada” – vou chamá-la de “umbral governamental (UG)”– é dominada por ações inexplicáveis. Vou explicar um pouco sobre esse umbral e mostrar como levar a inovação até lá.

O que é o Umbral Governamental

Recentemente o IPEA divulgou, em nota técnica, uma pesquisa em que os servidores públicos responderam sobre suas percepções com relação à burocracia dos processos internos, questões logísticas, de tecnologia da informação e comunicação, entre outros.

A nota aponta caminhos para sair do “UG” e iluminar o trabalhos dos servidores.

No “UG” os servidores e agentes públicos vivem uma realidade paralela, aprisionados num universo onde as coisas perderam o significado. O trabalho não faz mais sentido. As pessoas que estão no “UG” não sabem as respostas e pararam de fazer perguntas.

Com todos os avanços que a gestão pública vem conquistando, o “UG” mantém-se impenetrável. Não há inovação capaz de superar o modelo mental que impera no “UG”. Não existe confiança e colaboração entre as pessoas, o “sistema” é sempre o culpado por “ser” sempre desse jeito. “É assim, eu não posso fazer nada.” – é a frase mais dita no “UG”.

Como transformar o Umbral Governamental

É incrível e paradoxal para nós, que capacitamos servidores em inovação, termos que passar pelo “UG” em cada etapa do relacionamento com as instituições. Por exemplo, em uma das práticas do umbral, temos que enviar para os estagiários responsáveis, uma declaração reconhecida em cartório de que nós não empregamos menores na WeGov! Ficamos felizes de parecermos mais jovens do que somos, mas esse tipo de demanda tem um custo alto para todos.

As pessoas importam muito, e para sairmos do umbral, devemos prepará-las em suas competências humanas ao invés de dar-lhes um tipo de trabalho que um bom algoritmo pode fazer muito melhor.

Uma abordagem fundamental é a da motivação adequada das pessoas, não somente “acredite nos seus sonhos”, mas que possa entregar valor e significado para os servidores e que isso seja extrapolado em inovações no serviços ao público.

3 elementos para inovar no setor público e sair do umbral

Autonomia: O servidor que tem liberdade de escolha para tomar decisões consegue inovar mais. Com o acesso à informação que temos disponíveis hoje, boa parte dos documentos requeridos, comprovantes, certidões e declarações podem ser checados e validados com buscas rápidas na internet e redes sociais. A autonomia do servidor público gera economia de recursos e celeridade nos procedimentos – inovações sempre bem-vindas.

Excelência: A maioria dos servidores públicos, possuem a ânsia de melhorar o umbral, eles buscam se capacitar e sabem que tem potencial para fazer melhor. Capacitar-se nas competências certas é fundamental para transformar o umbral, é importante buscar a excelência e conectá-la a um propósito. Se seguirmos buscando uma “excelência em datilografia”, o umbral vai prevalecer.

Propósito: Aqui a linha entre vida profissional e pessoal fica tênue, quase transparente. Um propósito maior que o próprio umbigo pode ser determinante para a transformação do umbral, a vontade de executar o trabalho em nome de algo superior (não do superior). Esse propósito é o que faz o servidor levantar da cama e resistir, mesmo depois de várias pancadas na cabeça. Vale lembrar que propósito e prazer são coisas diferentes.

Conclusão

Não sabemos o caminho das pedras para levar a inovação para as instituições e tirar os seus servidores do “UG”. De uma coisa temos certeza, se as inovações não chegam até lá, temos que criar inovadores que possam trabalhar para sair.

Um servidor público com autonomia, que busque melhorar suas competências e tenha um propósito maior do que conforto e estabilidade, pode transformar o “UG”.

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

André Tamura
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Para identificação digital no Brasil

Na última quinta-feira (8/12), a Open Knowledge Brasil lançou o “Manifesto para Identificação Digital no Brasil”.

O objetivo do Manifesto é que sociedade se posicione em relação à privacidade e segurança de dados pessoais dos cidadãos, para tornar algo de tamanha importância – identificação digital – uma iniciativa transparente, segura, que não agrida liberdades.”
Thiago Rondon , conselheiro da Open Knowledge Brasil.

O Manifesto para identificação digital no Brasil é uma carta de princípios que visa assegurar que as iniciativas implementem tecnologias digitais na identificação do cidadão no Brasil e possam assegurar os direitos básicos à privacidade e liberdade de expressão, além de ter, como norte, a segurança e o direito à propriedade dos próprios dados, ainda que estes estejam armazenados em servidores de terceiros.

É importante destacar que o Manifesto é um documento vivo. Abrimos um processo de consulta e aprimoramento dele no Github.”
Ariel Kogan , diretor-executivo da OKBR.

A OKBR vai buscar que autoridades responsáveis pela iniciativa dentro do governo se comprometam com os princípios do Manifesto, que será entregue para as autoridades do TSE, Ministério do Planejamento e Ministério da Transparência do Governo Federal.

Participe

Para receber novidades sobre o Manifesto, preencha o formulário. Confira a versão atual do Manifesto.
E contribua com o processo de criação: no Telegram ou no GitHub. Abaixo, segue a primeira versão do Manifesto para identificação digital no Brasil .

Manifesto para Identificação Digital no Brasil

A identificação civil no Brasil está sendo debatida e redesenhada com o debate em torno do ICN – a Identidade Civil Nacional. Paralelamente, surgem iniciativas para organizar e sistematizar modelos para a identificação digital do cidadão brasileiro – e o perfil que ela assumirá será fator determinante para a isonomia, garantia de direitos e inclusão digital no país.
Entendemos que a sociedade é parte fundamental nesta discussão e, portanto, lançamos o “Manifesto para a proteção da identificação digital no Brasil”. Este manifesto é um convite para que cidadãos, organizações da sociedade civil e empresas subscrevam estes princípios, orientando o uso de tecnologias para identificação digital na sociedade brasileira.
Tratar de identificação digital também é falar de cidadania, segurança e privacidade do cidadão. Sistemas de identificação digital devem garantir que os cidadãos tenham controle e confiança sobre como as suas informações serão utilizadas em um sistema de identificação, que deve ser construído privilegiando a transparência e controle do cidadão sobre seus dados e reprimindo qualquer utilização abusiva ou vazamento indevido destes.

Princípios da identificação Digital no Brasil

Os princípios que devem ser considerados na implementação da identificação digital no Brasil são:


TRANSPARÊNCIA

O cidadão deve ter acesso a todos os seus dados pessoais constantes no sistema de identificação, assim como saber quem teve acesso a estes e para qual finalidade, de maneira facilitada, clara e sem custos.


LEGITIMIDADE

Os dados pessoais só podem ser utilizados com o consentimento do cidadão ou quando for autorizado por dispositivo legal ou regulamentar.


CONTROLE

O cidadão detém o poder sobre os seus dados e deve poder gerenciar seus dados pessoais, incluíndo atualizá-los, removê-los ou compartilhar, de acordo com sua livre vontade, bem como obter, a qualquer momento, cópia de seus dados e da utilização que deles foi feita


MINIMIZAÇÃO

Os dados pessoais só devem ser coletados na medida necessária para a realização de uma determinada finalidade, não podendo ser excessivos.


PADRÕES ABERTOS

Os padrões utilizados para a infraestrutura de dados devem ser documentados e divulgados publicamente, afim de garantir a confiabilidade da arquitetura utilizada.


INTEROPERABILIDADE

Os dados em um sistema de identificação devem ser padronizados de modo a poderem ser indistintamente utilizados pelos setores privado e o público, incorporando a portabilidade destas informações nas respectivas culturas organizacionais.


UNICIDADE

Deve-se evitar duplicidade no armazenamento de dados de cidadãos pelo setor público, através de medidas como a utilizacão de padrões e a definição de responsabilidades sobre categorias de dados, evitando desperdício, redundâncias e principalmente permitindo o controle efetivo pelo cidadão sobre seus dados.


SEGURANÇA

Os dados pessoais devem ser mantidos em ambiente seguro e todos aqueles que dispuserem de acesso ao sistema de identificação deverão observar estes princípios e ter suas políticas e práticas de segurança e proteção de dados divulgadas publicamente certificadas por autoridade competente.


FATOR MÚLTIPLO

Deve ser oferecidor acesso de forma simples e facilitado para diferentes fatores de autenticação, que possam ser realizados por provedores de identidade distintos.


OPCIONAL

A identificação digital deve ser opcional.


INTEGRAÇÃO

A identidade digital pode ser integrada aos demais registros


PORTABILIDADE

As aplicações e os serviços devem possibilitar que o cidadão carregue consigo os seus próprios dados pessoais, em dispositivo ou meio de armazenamento pessoal, podendo os mesmos serem verificados e assinados digitalmente por uma autoridade competente e essa certificação ser utilizada quando do uso da aplicação ou da prestação de serviço, quando for necessário, com a permissão de seu titular.
Os bancos de dados pessoais podem existir apenas nas situações onde a natureza da aplicação ou da prestação do serviço for tal que seja tecnicamente impossível de operar sem o acesso em lote a múltiplos registros de dados pessoais, desde que a sua coleta e o seu uso sejam consentidos pelo cidadão.
Os princípios descritos neste Manifesto são fundamentais para uma identificação digital universal, transparente, segura e que promova a cidadania, garanta a privacidade, combata fraudes, seja facilmente compreensível, promova a inclusão em serviços públicos e privilegie a autonomia do cidadão quanto às decisões sobre o uso dos seus próprios dados.
Esperamos que o governo federal se comprometa e garanta os princípios aqui descritos, para garantir à sociedade brasileira o direito à privacidade e liberdade com o objetivo da consolidação de uma sociedade com inclusão digital transparente e escalável.



Publicado pela Open Knowledge Brasil.

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.