Lincon Shigaki
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A palestra aconteceu dia 26 de maio e falou sobre a importância do tema para agentes públicos

Pesquisas qualitativas ganham importância nas corporações pela complexidade de entender comportamentos. A Pesquisa Etnográfica, em especial, reforça a necessidade de ir a campo e entender capacidades e hábitos das pessoas como membros de uma sociedade particular.
A palestra narrou a mobilização do setor público em explorar o significado do seu propósito e aprofundar o entendimento do mundo ao seu redor. Nesse sentido, a observação empática permite desenvolver melhores: Políticas Públicas, Serviços, Produtos e Processos.
Foram apresentadas técnicas de observação e descrição, assim como exemplos de interpretações culturais pela visão de diferentes antropólogos. Relacionamos a pesquisa etnográfica com o design thinking, apresentando o potencial da etnografia para:
Mudança organizacional
Colaboração e governança
Desenvolvimento comunitário

Por Lincon Shigaki

Lincon é Facilitador de Aprendizado da WeGov. Formado em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalhou com consultoria em gestão no Movimento Empresa Júnior, onde foi Presidente da Ação Júnior e da Fejesc. Acredita que podemos viver em um país melhor, e não consegue se ver fora do processo de transformação dessa realidade.

Lincon Shigaki
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A palestra foi conduzida pelo Coronel Luis Haroldo, da SSP-SC e Ana Luiza, do Code for Floripa

Sabemos que o avanço da tecnologia e mudanças no comportamento da sociedade andam lado a lado. Já evoluímos muito desde a primeira era da conectividade, com os portais web até a capacidade de colaboração nas redes.
A quarta fase da conectividade impacta substancialmente modelos de negócios, onde o setor público e privado utilizam novas tecnologias nas suas atividades. A palestra ministrada pelo Coronel Luis Haroldo, Diretor de TI da SSP-SC, contou como pessoas, coisas (objetos off-line) e dados, irão interagir para revolucionar a inteligência e automatização de processos.
A segunda parte da palestra foi conduzida pela organização Code for Floripa. Trata-se de um movimento com atuação global, que se organiza em grupos locais para agir sobre os desafios das cidades. A palestra narrou alguns exemplos onde a sociedade foi protagonista na resolução de problemas locais. Por fim, o Code for Floripa reforçou o interesse em estabelecer parcerias com o setor público para co-criar o futuro.

“O Code for Floripa quer ajudar a comunidade a apoiar as instituições governamentais a resolver os problemas da cidade através da internet, interligando quem vê o problema ou percebe a dificuldade com pessoas que podem ajudar aquilo ser superado”. (Luciana Cury)

Por Lincon Shigaki

Lincon é Facilitador de Aprendizado da WeGov. Formado em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalhou com consultoria em gestão no Movimento Empresa Júnior, onde foi Presidente da Ação Júnior e da Fejesc. Acredita que podemos viver em um país melhor, e não consegue se ver fora do processo de transformação dessa realidade.

Nathália Rorato
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Inovação não é sinônimo de complicação

Percebi, ao longo do meu trabalho desenvolvido na WeGov, que muitas vezes a inovação em governo é tida como sinônimo de inovação tecnológica. Obviamente há uma confusão lógica entre esses dois campos, que buscam repensar processos não mais eficazes e a sua substituição ou evolução, conforme as novas ideias e novos recursos que os dias modernos apresentam.
No entanto, há um conceito chave que deve ser elucidado: para que uma inovação ocorra, não é necessariamente preconizado o uso de tecnologias. Tenho dúvidas se tirar uma ação obsoleta do papel e transformá-la em um clique no seu celular ainda é considerado um método de inovação. Os recursos que temos hoje fazem dessa uma decisão óbvia, e não mais estratégica. No meu ponto de vista, a inovação vai muito além disso. Ela preconiza um novo meio de relação e interação entre uma problemática e a sua solução.
Foi isso que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano fez, ao tentar engajar cidadãos na instrução de como agir em emergências públicas. Os comunicados em suas redes sociais e sites não atingiam a população, e foi necessário repensar como despertar o interesse da sociedade para esse importante tópico.
Nesse sentido, a instituição lançou a “Força Tarefa Zumbi”, explicando como se proteger de um ataque zumbi com informações verdadeiras de como proceder em emergências públicas, tais como métodos de prevenção de passagem do vírus, procedimentos para acidentes ambientais, como montar um kit de emergência e utilização das informações divulgadas no site do Centro.

A ideia principal era que ao preparar a população para um ataque zumbi, ela estaria preparada para qualquer emergência.

Assim, utilizando técnicas básicas de storytelling, os personagens Todd, Julie e o cachorro Max ensinavam a população a se preparar para imprevistos da vida cotidiana.Esse caso serve como exemplo de uma inovação simples, por demonstrar que ao conhecer o seu público alvo, a instituição foi capaz de desenvolver uma solução que exigia baixos recursos e alto retorno.
A inovação não tem uma receita certa, mas pode ser mais simples do que imaginamos. Aqui seguem 4 passos básicos para implementá-la:
Conheça o seu público-alvo: utilize métodos tais como o mapa de empatia e a pesquisa etnográfica para delimitar os interesses e dores do seu público
Engaje: pense em ações que garantam uma mobilização e ownership do seu projeto – storytelling e atividades colaborativas podem alavancar a participação da população
Desapegue: pense em soluções que estejam dentro do seu campo de atuação, e que não fujam do orçamento possível dentro da sua instituição
Resista!: nem sempre as inovações são aceitas ou adotadas por todos de um dia para o outro – planeje prazos realistas e deixe muito claro os ganhos da adoção desse novo método.
A inovação pode acontecer sem grandes dispêndios financeiros ou dependência da área de tecnologia da informação – basta usar a criatividade e os ingredientes que possui para trazê-la à prática na sua instituição!

Newton Cerezini
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Uma forma de redesenhar serviços públicos com foco no cidadão

A visão de organização que os governos têm deles mesmos é a de um “amontoado” de órgãos compartimentados por temas, numa estrutura pesada e que se relacionam pouco entre si. Devido a isso, cada “perna” da organização só executa a sua “tarefa”, enxergando o cidadão como aluno, depois como paciente, outra hora como motorista e, no final, como um contribuinte, mas nunca como um cidadão único que é o que ele realmente é.
Muito dos serviços prestados pelo governo são centrados no sistema, que desde a sua concepção até a sua prestação focam no funcionamento sob a ótica dos órgãos e equipamentos, com baixo envolvimento ou interação humana. Se pensarmos direito, os serviços ofertados pelo governo que deveriam ser focados no cidadão são desenhados para o sistema, ocasionando um conflito de razão e de real significado, já que a principal função do Estado é servir à população.
As instalações físicas, treinamento dos funcionários, horários, formulários a serem preenchidos, documentação necessária, interface de site e serviços eletrônicos são áreas de contato cidadão-governo. Porém, na maioria das vezes, tornam-se experiências ruins para o cidadão. Pegando o exemplo de um cidadão que está em sua casa e sente uma dor repentina, a princípio, vamos entender que ele precisa de um atendimento médico. No entanto, após sentir uma dor, este cidadão sai de casa e pega um transporte público para chegar até o posto médico.

Então, a sua percepção do atendimento de saúde já começa a ser impactada pelo uso do transporte público. Se ele se sente inseguro para pegar este transporte devido à onda de assaltos recorrentes na cidade, isso também influenciará negativamente na sua avaliação.

Podemos concluir, então, que os serviços públicos estão todos interligados. Por isso, não se pode mais atuar de forma separada e descoordenada. Os serviços públicos têm que ser redesenhados tendo o ser humano – o cidadão – como foco principal. Quando o governo começa a redesenhar seus serviços colocando o cidadão no centro de tudo, ele apoia a melhoria dos serviços nos seguintes pontos:

Empatia

Na medida em que o prestador do serviço ou o responsável por ele se coloca no lugar do cidadão, as necessidades e oportunidades de um melhor serviço passam a ser enxergadas e começa o processo de melhorar aquela jornada para o cidadão. Quando um serviço é desenhado sem entender as necessidades do seu usuário, ele já nasce fadado ao fracasso. É importante identificar também quem é o público- -alvo daquele serviço.

Jornada do Cidadão

Projetar novos serviços focados no cidadão consiste também em pensar além daquele serviço. Quais as possíveis interações que o cidadão que está utilizando aquele serviço terá com algum outro serviço do governo? Podemos facilitar a experiência dele como um todo? Temos que pensar em como fazer com que o cidadão conheça o serviço antes mesmo de utilizá-lo, como ele chegará até o local ou site, como ele sairá de lá e como avaliará o serviço. Temos que ter em mente que todo serviço deve sempre estar sendo avaliado para que o processo de redesenho possa ser alimentado de forma contínua e permanente.

Colaboração

Construir em conjunto com o cidadão é sempre melhor do que construir para o cidadão. Hoje temos muitas formas e tecnologias que permitem que o governo possa dialogar com a sociedade e fazer com que as pessoas se sintam parte da concepção dos serviços. Quando alguém se sente parte do processo, há uma melhora significativa, bem como um engajamento maior entre sociedade e governo.
O governo que se apresenta para o cidadão de forma fragmentada, agindo assim naturalmente, dispersa suas responsabilidades, desperdiça recursos e acha estranho ver que os seus serviços têm que ser ofertados de forma transdisciplinar. Então é aí que a falta de um governo único e unido se agrava. Sabemos da complexidade de se governar nos dias de hoje. As necessidades dos cidadãos variam dia após dia e se o governo insistir numa estrutura linear de atendimento jamais conseguirá atingir resultados completos. Não se trata mais de ter apenas uma abordagem sistêmica na execução de projetos, mas sim um pensamento sistêmico na hora de definir as estruturas e processos.


As fases do Design Thinking

Entendimento: é um momento de divergência de pensamento. É necessário fazer um entendimento holístico do problema, enxergando-o sob vários pontos de vistas e jogando todas essas informações na mesa, sem se apegar a nenhuma. Temos que abrir o nosso olhar. Por mais paradoxal que isso for vai nos permitir “desentender” o problema que nos foi dado, para que logo depois possamos entender o real problema que precisamos solucionar.
Observação e pesquisa: momento de convergência de olhar e empatia. É o momento de sair para campo e conversar, observar, provar. É a hora de sair da zona de conforto e ir buscar as informações que serão valiosas para o processo na rua. Lembre-se de que todo produto ou serviço é feito para PESSOAS e, por isso, toda a observação se baseará nelas. Estamos buscando o fator humano, então devemos enxergar as pessoas pelos seus diversos aspectos: 31físico, cultural, sociológico e psicológico.
Ponto de vista: momento de convergência de pensamento. O ponto de vista sempre é uma das fases mais difíceis do processo, pois você coletou várias informações e terá que redefinir o desafio inicial a partir do entendimento e pesquisa em grupo. É um momento de navegação entre as informações levantadas. O tempo e esforço dedicados ao fechamento dessa fase será diretamente proporcional à abertura gerada nas fases anteriores.
Ideação: momento mágico onde as soluções ganham vida. Esse é o momento do famoso brainstorming. Nesse momento, vamos dizer não aos nãos, nenhuma ideia pode ser cortada. Vamos criar soluções para o desafio que definimos nas fases anteriores. É importante ter consciência que as ideias que estão sendo geradas estão realmente solucionando o problema, para não divagarmos demais.
Prototipagem: hora de colocar a mão na massa. A fase de prototipagem é um momento de divergência. De gerar ainda mais ideias, de aumentar seu entendimento, de expandir. É o momento de tirar suas ideias do papel e dar-lhes vida. A construção de modelos nos ajuda na visualização e iteração do funcionamento da ideia. O protótipo é algo capaz de causar uma sensação em alguém antes mesmo da solução existir.
Teste: se você gastou bastante tempo nas suas criações, elas se revelarão para você. Teste seus melhores protótipos com seus possíveis usuários finais e vejam como eles reagem. Lembrando que um protótipo não precisa estar fiel ao futuro produto, às vezes uma folha de papel desenhada já cumpre o seu papel.
Iteração: a iteração é a oportunidade de refinar as nossas soluções e torná-las melhores. Levá-las a outro nível.

Se pegarmos as bases de dados do governo sobre os seus cidadãos como exemplo, vamos perceber que as bases de transporte mal conversam entre si, o que já é muito ruim. Elas também não possuem interface com as bases de saúde, educação, habitação etc. Esses dados sem inter-relação são justamente reflexos do isolamento organizacional que vive cada área. É o que nos faz escutar frases como “isso não é problema nosso” e depois nos faz lamentar a falta de integração.
O Design Thinking, ferramenta que está sendo utilizada no setor privado para o redesenho de serviços e produtos com foco no ser humano, pode ajudar os governos a fornecer melhores serviços ao cidadão. Mas, afinal, o que é o Design Thinking?
Em linhas gerais, trata-se de um conjunto de métodos e processos para abordar problemas relacionados à aquisição de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções. Como uma abordagem, é considerada a capacidade para combinar empatia no contexto de um problema, de forma a colocar as pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto; criatividade para geração de soluções e razão para analisar e adaptar as soluções para o contexto.


Pilares

Os três pilares que dão sustentação ao Processo de Design Thinking são:
Equipes multidisciplinares – Para enxergarmos o problema de uma forma holística, precisamos de uma equipe que tenha experiências diferentes. Se formarmos uma equipe com pessoas de uma área apenas corremos o risco de ficar com uma visão “viciada” do nosso desafio.
Ambientes adaptáveis – O ambiente em que o processo ocorre é fundamental para o seu bom andamento. Tirar as pessoas das salas de reunião comuns a que elas estão acostumadas quebra um pouco o seu padrão de pensamento e ajuda no processo de criatividade.
Abordagem – A abordagem do Design Thinking permite que o processo seja enxergado por completo, favorecendo ajustes rápidos e o desenvolvimento de soluções com alto valor agregado.
O Design Thinking trabalha com uma abordagem conhecida como duplo diamante. Ao observar bem a figura anterior, percebemos que ela demonstra momentos de divergência (crescentes) e convergências (decrescentes) formando a imagem de dois diamantes lado a lado. Todas as fases do Design Thinking são iterativas, podendo se relacionar entre si independente da fase em que esteja o processo. Essa volta a fases anteriores para possíveis verificações é muito comum e agrega muito ao processo.

As quatro grandes mudanças de pensamento que o Design Thinking apresenta são:
• Decisão centrada no ser humano;
• Questionar as questões;
• Construir para pensar (tirar ideias do papel);
• Iteração.

Em síntese, Design Thinking é uma nova abordagem para resolver problemas, colocando o ser humano como o seu foco, olhando-o por diversos ângulos e oferecendo soluções que o atendam plenamente. Estamos em uma época em que os anseios dos cidadãos estão mudando a cada minuto. Se não começarmos a colocá-los como o centro da resolução dos problemas, podemos ter um Estado cada vez mais desconectado da real necessidade da população.
Não podemos mais enxergar o indivíduo como uma figura multifacetada, e sim como uma figura única que deve ter todas as suas necessidades atendidas de uma maneira integrada. O Design Thinking surge, então, como uma ferramenta que pode facilitar todo esse processo.
Este texto foi originalmente publicado na Revista da Secretaria de Planejamento e Gestão do Governo de Pernambuco.

Luciana Cury
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Tecnologia, coletividade e o poder de transformação social do Code for Floripa

Cada um de nós, em algum momento da vida, deseja ter os super-poderes dos heróis das HQ´s para conseguir mudar o mundo. E todos nós tentamos. Mas super-poderes existem na ficção e nessa nossa falta de capacidade de mudar tudo, adequamos o tamanho do mundo ao nosso poder de ação. Tentamos um futuro melhor para nossos filhos, cuidamos das crianças da vizinhança, do lixo na nossa cidade, nos engajamos na resolução de problemas da comunidade que nos cerca.

Nos juntar em grupos é uma forma de ampliarmos esse poder de ação. E há muito tempo as pessoas têm se organizado para resolver os problemas na sociedade que mais os incomodam.

Nessas últimas décadas a internet vem mudando nossa sociedade com uma velocidade exponencial. Muita coisa melhorou, não nos relacionamos mais da mesma maneira, surgiram novos problemas, alguns dizem que estamos mais fechados em nós mesmos que antes. Essa vida em rede amplia nossa capacidade para conseguirmos o que queremos: negócios, amigos, mobilizar pessoas em ações de financiamento coletivo. Mobilizar, conectar, dar voz.

Soluções poderosas para os desafios das cidades

Em Boston, em 2011, durante o inverno, os hidrantes ficavam inutilizados debaixo de 1,20 m de neve que se depositava nas calçadas e a prefeitura não conseguia dar conta de manter a neve longe deles. Um garoto do Code for America Erik Michel-Ober notou que os cidadãos limpavam as calçadas, mesmo as calçadas onde os hidrantes estavam e criou um game onde os cidadãos podiam adotar os hidrantes e dar um nome a eles. A partir daí, esse hidrante deveria ser mantido fora da neve. Se um hidrante estivesse sujo, outro cidadão poderia tomá-lo para si.
A ideia pegou, os hidrantes se mantiveram limpos durante o inverno. Uma pessoa no departamento de TI de Honolulu viu a aplicação e percebeu que ela poderia ser utilizada para que os cidadãos adotassem as sirenes de tsunami que ficavam sem baterias. Seattle resolveu adotar o game para os cidadãos manterem os bueiros nas calçadas desentupidos e Chicago para que as pessoas mantivessem as calçadas limpas depois que nevasse. Um único app, simples, conseguiu resolver sem custo para as prefeituras, problemas que demandariam muitos recursos financeiros. Um super-poder!

Code for Floripa

O Code for Floripa nasceu em março de 2016 inspirado no Code for America, uma iniciativa que busca fazer com que a instituições governamentais americanas utilizem a internet para resolver problemas através dos próprios cidadãos.
Aqui em Floripa, nossos principais projetos foram desenvolvidos numa parceria com o Corpo de Bombeiros, o FireCast e os Dados Abertos. O Firecast é um app que disponibiliza aos bombeiros civis e comunitários as ocorrências que estão geograficamente próximas a eles para que possam atuar. O projeto Dados Abertos disponibiliza a qualquer interessado as informações pertinentes ao Corpo de Bombeiros de Santa Catarina e permite que estas informações sejam utilizadas em outros aplicativos de interesse da comunidade.
Além de Florianópolis, iniciativas como a nossa estão se estabelecendo pelo mundo, inspiradas pelo Code For America. No Brasil, já existe o Code For Brazil, o Code for Curitiba e o Code for Ponta Grossa, com projetos em andamento. Outras cidades, como São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro também tem iniciativas sendo organizadas.

Não será a internet o super-poder que pode nos fazer mudar o mundo?

O que nos move é a certeza que o governo precisa se transformar como a sociedade se transformou com a internet. O modelo onde os cidadãos votam e esperam que outros façam por eles não é mais suficiente à sociedade contemporânea. É um modelo caro, ineficiente e ineficaz. Um modelo que coloca nosso governo contra nós mesmos. O Code for Floripa quer ajudar a comunidade a apoiar as instituições governamentais a resolver os problemas da cidade através da internet, interligando quem vê o problema ou percebe a dificuldade com pessoas que podem ajudar aquilo ser superado.
Encontramos nosso super-poder, e com ele, a possibilidade de mudar o mundo que nos cerca. Visite nosso site para saber mais sobre o nosso movimento, projetos e iniciativas, e veja o vídeo para saber mais sobre a nossa inspiração.

Naiara Czarnobai
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Inovação no Poder Judiciário | Parte 2

Começamos a abordagem do tema “Inovação no Poder Judiciário” questionando o que esperar de uma justiça inovadora. Embora a ideia de viver algo novo nesse setor público esteja relacionada com o avanço tecnológico, especialmente para reduzir o tempo de exame de cada demanda, ainda é distante da nossa realidade que os processos judiciais sejam analisados por mecanismos robotizados, com questionamentos e soluções práticas e selecionáveis por mero jogo de palavras.
Tampouco a criação de leis mais precisas e específicas vai cumprir a finalidade de reduzir os números dos processômetros e garantir a entrega da prestação jurisdicional de modo célere e eficaz.
Isso porque, já contamos no Brasil com um dos maiores e mais complexos sistemas de leis, que ainda se revela insuficiente para garantir resposta à maior parte das demandas sujeitas a julgamento. Mesmo atualmente, em alguns casos, o juiz ainda precisa decidir com base na analogia e nos costumes.
Assim, colocar a culpa no histórico legislativo ou na demora de novos projetos de lei chegarem à sanção presidencial para suprirem essas lacunas legais simplesmente não vai garantir que a justiça caminhe a passos largos ou de modo inovador.

É preciso haver mudança no paradigma de que os problemas somente podem ser resolvidos por meio de ações judiciais, inclusive ao se ter em vista que o próprio legislador já tem trabalhado para reverter esse pensamento social.

Como exemplo, o novo Código de Processo Civil vem ao encontro dessa expectativa, no sentido de conceder soluções alternativas de conflitos, ainda vistas com tanta resistência por parte de juristas mais tradicionais, que acreditam que somente o juiz poder determinar o que e a quem de Direito.

Lei nº 13.140/2015

A própria Lei n. 13.140/2015, que dispõe sobre a mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a auto composição de conflitos no âmbito da administração pública, é um grande avanço para que consigamos resolver nossos problemas sem a instauração de um processo judicial.
E se a própria administração pública – parte com maior número de processos judiciais em andamento, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça – pode adotar essas medidas alternativas para solucionar suas controvérsias, quem dirá os cidadãos que podem decidir livremente que direito lhe convém, ou não, abrir mão.
Porém, a realidade demonstra que o jurisdicionado ainda é o sujeito mais resistente na redução de demandas judiciais, pois é ele mesmo quem, diante de qualquer hipótese de descontentamento, grita aos quatro ventos a ameaça de instaurar um processo, como se fosse um comando mágico para convencer qualquer pessoa, física ou jurídica, a se curvar e declinar da vitória, mesmo que meramente argumentativa.
De briga de vizinho a um desacerto trabalhista, tudo é submetido à um terceiro, investido pelo Estado, para declarar o Direito a ser reconhecido diante dos fatos expostos. E assim, somamos milhares de processos engavetados, esperando até décadas para se ter a resposta definitiva do Poder Judiciário, após tantos recursos e investidas capazes de prorrogar a tão almejada solução.
Com essa situação, não é difícil concluir que para esperar uma justiça inovadora, precisamos de cidadãos conscientes da necessidade de contar com a intervenção estatal apenas em hipóteses que não possam ser resolvidas de outro modo, especialmente num tempo em que contamos com todo apoio (e tecnologia) para soluções alternativas de conflitos.
Inovar o judiciário também depende da inovação da mentalidade do cidadão, mais aberto à conciliação do que ao contencioso!

Lincon Shigaki
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A palestra aconteceu no dia 05 de maio e foi ministrada pelo Joni Hoppen, da Aquare.la

A análise avançada de dados conquista gradativa e inexoravelmente espaço na estratégia de organizações públicas e privadas. É um grande desafio para o Governo, principal gestor de recursos do país, aprimorar a sua capacidade de apoiar decisões com apoio analítico.
A orientação governamental por meio do “senso comum” se torna perigosa e imprecisa. Nesse sentido, a palestra ressaltou a importância de cultivar uma “cultura de dados” nas instituições, que implica horizontalidade na utilização para o tratamento de dados.


TEMAS ABORDADOS

Que tipo de questões podem ser formuladas para explorar a inteligência de dados? (quais perguntas você quer que os dados te respondam)
Como criar indicadores?
Demonstração de ferramentas para visualização e análise de dados
Case: Redução do absenteísmo no sistema de saúde pública de Vitória/ES
Case: Detecção de padrões na saúde do Estado de São Paulo

Por Lincon Shigaki

Lincon é Facilitador de Aprendizado da WeGov. Formado em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalhou com consultoria em gestão no Movimento Empresa Júnior, onde foi Presidente da Ação Júnior e da Fejesc. Acredita que podemos viver em um país melhor, e não consegue se ver fora do processo de transformação dessa realidade.

Cel Luis Haroldo
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Ela está olhando para você

A internet como conhecemos está passando pela sua terceira fase. Em breve, veremos exemplos inteligíveis de uma quarta fase. A fase da internet das coisas.
A primeira fase foi a fase da conectividade, dos web sites, do correio eletrônico e das pesquisas; A segunda fase veio com a Economia em rede, com o boom dos sites de E-commerce, cadeia de fornecimento digital e o início da colaboração; Estamos agora vivendo a plenitude da terceira fase, com a força das redes sociais promovendo a interação social, a mobilidade integrada no dia-a-dia, as interações multimídias, como Youtube, Netflix, Spotify, etc… que vamos resumir como a fase das “experiências colaborativas” na nuvem.
A quarta fase, que já estamos experienciando em algumas iniciativas de automação, é a fase da Internet das coisas. Nesta fase, pessoas, coisas, dados com processos bem definidos, irão dançar uma sinfonia que a CISCO chama de “dados em movimento”, onde a informação que importa para você é naquele momento.

O governo e as coisas

Na Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, já estamos estudando interações de Máquinas com Máquinas e Máquinas com Pessoas, como experiências que você pode encontrar no Twitter , e que muito em breve estarão twittando no momento que importa para você, com o uso de ferramentas de detecção de fluxo de veículos.

O aplicativo para android Firecast Comunidade também tem esta pretensão, onde o sistema de emergência lhe mantém informado do que está acontecendo em eventos de bombeiros na sua comunidade.
O dado do momento é o que importa!

E você, já cumprimentou a coisa do seu lado hoje? Não tenha dúvida ela já esta olhando pra você!


Palestra ‘Internet das Coisas’

Dia 12 de maio falarei sobre Internet das Coisas e o potencial para o setor público na WeGov. Mais informações e inscrições aqui.

André Tamura
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Vinicius Russo no TEDxUFRJ

Formado em Desenvolvimento de Software, Globalização e Cultura, Vinicius Russo lidera o Núcleo Digital, rede que realiza inovação política e já entregou tecnologias para o Banco Mundial e a Prefeitura de São Paulo. Em sua palestra ele vai levantar a reflexão sobre como é possível empreender no setor público.


Assista o TEDx

[youtube=https://youtu.be/co9nzC3WAXI&w=720&h=400]

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

Lincon Shigaki
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A oficina, parte do Programa HubGov, aconteceu dias 30 e 31 de março

Nos dias 30 e 31 de março, a WeGov realizou a oficina Design de Processos (módulo I), sendo parte das atividades do Programa HubGov 2017.
O Módulo I da Oficina teve o objetivo de aprofundar a reflexão sobre os desafios das instituições participantes do Programa e apresentar técnicas para compreender e analisar os processos.
No primeiro dia, iluminamos ideias e buscamos despertar insights que os levassem a pensar nos serviços públicos a partir das necessidades humanizadas e individuais das pessoas envolvidas, sobretudo o cidadão.
Desta forma, realizamos uma explanação sobre os fundamentos da etnografia, onde destacamos a importância de explorar profundamente culturas (mesmo que diferentes ou exóticas). Com isso, apresentamos ferramentas para uma pesquisa etnográfica com o objetivo de compreender realidades locais.
O papel da etnografia para o governo é entender o seu propósito, frente à diversidade de demandas de uma população plural. Ao compreender o mundo e a forma com que povos se relacionam, podemos criar políticas públicas, serviços, produtos e processos considerando comportamentos e crenças da sociedade.
Realizamos também, uma dinâmica onde as 14 instituições colaboraram entre si, complementando visões e conhecimentos para aumentar o entendimento sobre os desafios das suas instituições.
Por fim, ministramos uma dinâmica de Mapeamento de Processos. Apresentamos técnicas para criar representação do processo que permitam posterior análise. Não obstante, as equipes desenharam o fluxo de atividades nas suas instituições, ampliando a visualização do desafio que se propõem a resolver.
Nos módulos seguintes da oficina Design de Processos trabalharemos a análise, ideação, co-criação e prototipação de novas soluções. Continue acompanhando a WeGov e fique por dentro do Programa HubGov.

Por Lincon Shigaki

Lincon é Facilitador de Aprendizado da WeGov. Formado em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalhou com consultoria em gestão no Movimento Empresa Júnior, onde foi Presidente da Ação Júnior e da Fejesc. Acredita que podemos viver em um país melhor, e não consegue se ver fora do processo de transformação dessa realidade.

WeGov
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Programa Interinstitucional de Inovação para o setor público

Realizamos a abertura do Programa HubGov no dia 21 de março, com mais de 100 convidados presentes.
No evento, foram apresentadas as instituições participantes do HubGov, os HubGovers, e os desafios que parte das instituições já selecionaram. Cada HubGover ganhou uma caixa de ferramentas para guardarem o que forem aprendendo durante o programa.
A abertura teve  uma palestra de Moacir Marafon, Diretor da Unidade de Gestão Pública da Softplan e patrocinador do programa, sobre tecnologias e o setor público, seguido de algumas palavras do Secretário de Comunicação, João Debiasi, que apresenteou um vídeo do Governador Raimundo Colombo sobre a importância de programas como esse para integrar os serviços do governo prestados aos cidadãos. O evento foi encerrado com um painel composto por alguns dos mentores do HubGov.

Painel: Tags da Inovação

#coworking #blockchain #crowdfunding
#laboratóriodeinovação #dadosabertos

Os HubGovers terão acesso a mentores de alto nível, e quatro deles estiveram presentes no painel ‘Tags da Inovação’, falando sobre temas que são tendência no mundo e precisam ser inseridos ao contexto governamental. Carla Giani, da Secretaria de Estado de Saúde de Santa Catarina, Paulo Sousa, do Exército Brasileiro, Anderson Giovani, membro da RAPS e Henrique Parra Parra, da Cidade Democrática, compartilharam suas visões sobre inovação em governo.

O que é o HubGov?


É um Programa interinstitucional de Inovação em Governo. Nesse programa, a WeGov irá auxiliar os participantes a propor soluções inovadoras para um desafio institucional através das trilhas de aprendizado e mentorias. Tudo isso em um ambiente colaborativo para inspirar as equipes na criação de protótipos e soluções inovadoras e acesso a uma comunidade para troca de experiência entre os participantes.
Cada instituição definiu um desafio para trabalhar de forma colaborativa durante o período de duração do HubGov.

Instituições Participantes do Programa

Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina;
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina;
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC);
Justiça Federal de 1º Grau em Santa Catarina;
Polícia Militar de Santa Catarina;
Prefeitura de Palhoça;
Secretaria de Estado da Administração de Santa Catarina;
Secretaria de Estado de Comunicação de Santa Catarina;
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina;
Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina;
Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina;
Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina;
Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina.


Fotos do evento

Cerimônia de Abertura Programa HubGov

Fotos: Marina Bitten

Por WeGov

Somos um espaço de aprendizado para fazer acontecer a inovação no setor público.

WeGov
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Faça parte dessa comunidade de Social Media Govers

Em 2012 (quando a WeGov ainda não era WeGov), demos início a algo que tomou proporções que não podíamos imaginar na época. Um evento pioneiro, que reuniu comunicadores de instituições públicas do Brasil todo para falar de um tema ainda tabu na época – mídias sociais em governo.
O compartilhamento de experiências do setor público se intensificou, e criamos algo que extrapolou o encontro anual: uma comunidade Social Media Gov. Com erros e aprendizados, evoluímos com o tema e passamos a gerir uma comunidade da qual temos orgulho, e que cresce a cada ano.
Essa comunidade mantém contato e faz trocas valiosas durante o ano todo, em um grupo fechado no Facebook, e outro no Whatsapp, nos quais tiram dúvidas, mostram tendências, apresentam seus casos e recebem feedbacks (elogios e críticas, de uma forma franca em tempo real), e claro, falam sobre as agruras de ser um Social Media Gov.
Já surgiram trabalhos acadêmicos, oportunidades de emprego, e não são raros os depoimentos sobre como a comunidade traz benefícios àqueles que diariamente representam as instituições perante os cidadãos. Os participantes são de todas as esferas e poderes, de prefeituras que atendem a alguns milhares de cidadãos a entidades federais.

Exemplos do que rola por lá:

6º Redes-eGov

A comunidade se ajuda o tempo todo, o evento é apenas um momento para oxigenar as ideias, conhecer os “rostos por trás dos perfis”, e recarregar as energias que são consumidas loucamente na rotina de trabalho! Está confirmado: O Redes-eGov faz bem pra saúde!
Para fazer parte da comunidade, você precisa participar de um evento Redes-eGov ou de uma de nossas oficinas Social Media Gov. Os benefícios são incontáveis, tangíveis e intangíveis!
Estamos listados, pelo 3º ano seguido, entre os principais eventos de tecnologia do Brasil pela Eventbrite (nº10 na categoria Social Media), descritos como “evento único no Brasil”!

Mais informações

Confira a programação da 6ª edição aqui, e venha fazer parte dessa comunidade! O encontro deste ano acontecerá nos dias 27 e 28 de abril, em Florianópolis 😉

Por WeGov

Somos um espaço de aprendizado para fazer acontecer a inovação no setor público.

Gabriela Tamura
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Publicado no Diário Catarinense, dia 24 de janeiro de 2017

Enquanto cidadã preciso dos serviços públicos em diversas etapas da minha vida (desde o nascimento até a morte). Vejo o governo como uma grande corporação e sempre que preciso dos seus serviços devo pesquisar previamente para saber onde posso resolver meu problema.
Por diversas vezes perco alguns dias indo e vindo com meu problema debaixo do braço até encontrar a instituição que poderá me ajudar.
Da mesma forma que eu vejo o governo assim ele também me enxerga como diferentes pessoas. Um dia eu sou contribuinte, aluna, motorista, mãe, empresária e assim por diante, mas nunca uma única cidadã. Desta forma somos duas entidades fragmentadas e assim o serviço só poderia ser dividido.

Como prestar e receber um serviço exclusivo para a situação de vida em que vivemos com a estrutura que existe hoje em dia no governo? Como seria se não precisássemos ter que ir a diversos órgãos para abrir uma empresa ou se o nosso processo para construção de casa precisasse apenas de um alvará?

Os consultores da Assessoria de Inovação em Governo do Estado de São Paulo – iGovSP pensaram nestas hipóteses e foi assim que criaram o princípio que irá revolucionar os serviços públicos: Governo único para cidadão único.
Para Alvaro Gregorio (consultor do iGovSP) num governo único qualquer problema do governo é “problema nosso”, é problema do todo e, se o todo estiver conectado, a solução virá de uma forma mais barata e eficaz.
Para o governo do futuro imagino um único contato de atendimento ao cidadão, por momento de vida. Estou falando de resolver as situações da minha vida em um único atendimento, no mesmo local, físico ou digital. Isso envolve um sonho antigo dos brasileiros: documento único para se relacionar com o governo (poderei me livrar daquela pasta com carteira de trabalho, CNH, CPF, RG, título de eleitor e etc.).
Tecnologia para isso nós temos o que falta é fazer as instituições públicas entenderem-se como uma única coisa e assim nos verão como um único ser também.


Leia no DC

Por Gabriela Tamura

Fundadora e Diretora de Negócios da WeGov. Administradora Pública graduada pela Universidade do Estado de Santa Catarina, Pós-graduada em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil. Resiliente de plantão começou seu relacionamento com o setor público há 12 anos. Conhece bem a realidade do governo e resolveu ajudar.
Foi agraciada com a medalha do Exército Brasileiro em função dos serviços prestados à Nação pela WeGov.

Naiara Czarnobai
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Inovação no Poder Judiciário | Parte 1

A obra de Montesquieu, famoso pela teoria dos poderes, é fonte de inspiração para o Brasil. Temos bem definidas em nossa Constituição Federal a natureza e as funções de cada um dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
Embora a atuação desses três entes seja articulada e interrelacionada, ainda precisamos ter em mente que cada um cumpre um papel essencial para a consolidação do Estado Democrático de Direito.
Como operadora jurídica acredito que o Poder Judiciário possui ferramentas singulares para a aplicação das normas de maneira equânime e justa. No entanto, ainda percebemos julgadores descrentes de seu papel social, acomodados no Ctrl+C e Ctrl+V jurisprudencial.
O instituto criado para elencar posicionamentos dominantes têm se tornado um meio de poupar a atuação jurisdicional e auxiliar no cumprimento das metas de produção quase sempre avassaladoras.

A referência virou um objeto de pesquisa para facilitar o esvaziamento dos escaninhos, e por conta disso temos decisões cada vez mais vazias de conteúdo jurídico, e de escassa discussão das temáticas postas sob julgamento, com pouco ou inexistente senso crítico na análise dos pleitos.

Linha de produção jurídica

Assim, com a criação da jurisprudência temos resultados um pouco mais efetivos em termos de números, e isto apesar do acúmulo de milhões de processos no país aguardando decisão judicial, mas esta circunstância não se revela como verdadeira solução para evitar a reiteração da contenta, ou tampouco para satisfazer suficientemente os interesses em jogo.
A qualidade deu lugar à quantidade e perdemos em profundidade de raciocínio. Mesmo com a sistematização dos controles e fluxos de trabalhos, percebemos que a tecnologia tem se revelado pouco auxiliadora dos juízes. A retenção de despesas públicas também tem inviabilizado a ampliação do quadro de servidores que poderiam colaborar para a aceleração da produção jurídica. E, de encontro ao anseio por conhecimento, vemos que a doutrina tem se concentrado em lições práticas para concurseiros, um novo mercado absolutamente lucrativo.
Deste modo, a necessidade de obter conhecimento rápido e esquematizado, impede a evolução do pensamento, tornando os profissionais selecionados por concursos públicos cada vez mais incapazes de refletir sobre a importância da atuação jurisdicional.

Inovação no Judiciário

Portanto, precisamos incentivar a inovação do Poder Judiciário, não só com ferramentas tecnológicas e recursos simplificados mas, acima de tudo, com a contínua qualificação de seus atores, a fim de que os jurisdicionados recebam decisões que alcancem efetividade. Com a quantidade de informações disponíveis em rede, não podemos nos acomodar com o conteúdo de fácil alcance, mas, sim, exercitar, cada vez mais, o pensamento e a perspicácia, para que o real sentido das normas prevaleçam. Só assim viveremos a justiça idealizada pela Constituição Federal e que pode ser nossa realidade!
Foto: Claire Anderson

WeGov
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Governo escocês levando pesquisa aonde os usuários estão

Pop-ups são um método rápido e direto de pesquisa com usuário. Eles permitem com que levemos nossas questões a um número maior de usuários potenciais, nos levando aonde eles estão, ao invés de trazê-los ao laboratório. É menos formal do que o teste de usabilidade tradicional e é um jeito rápido de engajar com um número relativamente alto de pessoas.

Você pode usar a pesquisa pop-up para:

  • entender melhor as necessidades de grupos específicos
  • validar novos conceitos de serviços e proposições
  • identificar barreiras e dores para grupos específicos
  • alcançar pessoas no limite entre serviços digitais e serviços digitais assistidos
  • fazer pesquisa quando você tiver pouco tempo

Pop-ups são tipicamente conduzidos em bibliotecas, centros comunitários, shopping centers e cafés, ou podem ser conduzido em lugares em que agências governamentais e organizações oferecem serviços ou suporte.

3 dias, 3 bibliotecas e 31 pessoas

Nós decidimos por bibliotecas como ponto de partida. Fomos inicialmente à Biblioteca Leith como um piloto para testar nossas perguntas e resolver a logística, por exemplo, os aspectos práticos de como e onde nós nos colocaríamos. Nós então fomos à Biblioteca Central de Aberdeen e Biblioteca Galashiels, que também demonstra o valor de pop-ups por nos permitir expandir nossa cobertura para além do Centro.
Além de conseguirmos respostas para nossas perguntas, observar as pessoas interagindo no espaço nos deu insights adicionais. Pegar livros é logicamente a razão principal para se visitar uma biblioteca, mas acessar um computador e a internet também é uma atividade comum para as pessoas.
Nós fomos com três perguntas amplas para investigar Como as pessoas esperam interagir virtualmente com o governo? Essa questão apareceu em pesquisas prévias e precisava ser mais explorada. Voltar a esta perspectiva de alto nível pode ser renovador após focar nos detalhes de conteúdo e de interações.

Me fale sobre sua experiência online?

A primeira pergunta foi feita para capturar a experiência dos participantes com serviços online e seus níveis de confiança, o que mostrou uma resultados demográficos mistos e variados. Houve uma inclinação para a geração mais velha, embora a confiança online tenha sido surpreendentemente alta. No entanto, nós ainda falamos com muitas pessoas que tinham experiência online limitada (ou nenhuma).
Ainda, falando informalmente com os bibliotecários, descobrimos que seus clientes são geralmente de grupos socioeconômicos vulneráveis, o que faz com que peçam assistência com mais frequência ao acessar serviços governamentais.
Nós vimos tantas pessoas indo à biblioteca usar um computador e acessar a internet quanto vimos pessoas indo à biblioteca ler e pegar livros emprestados, o que mostrou a mudança na forma como as pessoas vêem bibliotecas. Bibliotecas se tornaram mais parecidas com cybercafés e em alguns casos não são apenas para livros.
Os bibliotecários com quem falamos nos disseram que muitas vezes tem que ajudar as pessoas a escanear, criar contas de e-mail, imprimir formulários, etc. Além disso, bibliotecas podem ser hubs comunitários e são muitas vezes simplesmente um lugar para contato social.

O que o termo ‘Serviço Público’ significa para você?

Nossa segunda pergunta foi sobre o que o termo “serviço público” significava para as pessoas, e nós demos continuidade pedindo exemplos de serviços públicos.
Os exemplos mais populares foram:

  1. Limpeza de ruas/coleta de lixo
  2. Bibliotecas*
  3. Ônibus / Transporte público
  4. Saúde
  5. Escolas / Educação
  6. Tribunais / Sistema judiciário
  7. Água / Esgoto
  8. Policia

*Potencialmente mais alto por estarmos em uma biblioteca


O foco era em serviços locais; as pessoas relacionaram serviços locais ao que eles sabem e ao que é relevante e tangível para eles – frequentemente serviços locais que proporcionados pelo conselho local. Em geral, as pessoas estavam corretas em seus exemplos.

O que o Governo Escocês proporciona?

Nossa terceira pergunta tinha a intenção de explorar as expectativas/percepções das pessoas sobre a diferença entre ‘governo’ e ‘serviços públicos’. As pessoas entrevistadas tiveram mais dificuldade em responder essa questão (12 de 31 tiveram dificuldade em encontrar uma definição).
Entre as que deram uma resposta, suas explicações foram categorizadas nesses temas:

    serviços, mas mais amplo em escopo
    proporciona as finanças
    tomador de decisões
    organização e infraestrutura

O que nós (como governo) descrevemos como partes do “governo” é muitas vezes confuso – os cidadãos frequentemente não sabem a diferença entre serviços locais e públicos e eles não deveriam precisar saber a diferença para conseguir o que precisam quando precisam.

Perguntas adicionais

Nós também coletamos reações rápidas ao mygov.scot (site do governo Escocês). A questão principal para nós foi que as pessoas disseram que o site “parece bom para quando eu precisar disso”.
Não é necessariamente sobre promover ou divulgar o site, mas ter certeza que usuários podem encontrar quando tiverem uma tarefa relevante que exija o uso do site. Nós fazemos isso entendendo os termos que os usuários pesquisam, o contexto em que eles estão fazendo, e as necessidades que tem.
Nós estaremos atentos a novas oportunidades para realizar pop-ups em 2017, muito provavelmente em aspectos específicos e focados do site mygov.scot, como itens de conteúdo curto ou pequenas alterações no design.
Texto traduzido e adaptado do Blog do Governo Escocês.
Foto Capa: Clem Onojeghuo

Por WeGov

Somos um espaço de aprendizado para fazer acontecer a inovação no setor público.