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Aconteceu nos dias 21, 22 e 23 de Novembro em Salvador, Bahia.

A WeGov esteve pela primeira vez em Salvador, na Bahia, ministrando uma oficina para a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA).
Com o tema “Inovação: colaborando para criar o futuro”, a oficina foi realizada com 5 turmas distintas da instituição, contabilizando 56 participantes ao todo. A composição das equipes foi bastante heterogênea, incluindo servidores de diversas áreas e setores, desde os mais experientes até os recém aprovados em um concurso da instituição.
A discussão da oficina foi pautada pela temática de inovação no setor público, e foram apresentadas ferramentas colaborativas para sensibilizar os servidores da AGERBA para inovar.
Mônica Renneberg, colaboradora da WeGov e facilitadora da oficina, comenta:

Eles estão em um momento propício para refletir sobre inovação, portanto a receptividade dos participantes foi ótima. Eles saíram da oficina inspirados em disseminar o papel da AGERBA para o cidadão e criar novas oportunidades para colaboração dentro da instituição.

Dinâmica de Inovação, para a AGERBA.
Ao longo das três horas de duração de cada oficina os participantes passaram por processos de experimentação (mão na massa), de debate sobre os conceitos abordados e  puderam começar a planejar ações para experiências concretas futuras.
A oficina possibilitou um momento de descontração, compartilhamento de ideias e a interação dos servidores com outras áreas da AGERBA, abrindo mentes para o futuro e discutindo o aprimoramento do serviço público.


Mais informações

Já estamos com a agenda aberta para 2018. Se você quiser levar uma de nossas oficinas para dentro da sua instituição, entre em contato e saiba mais!

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Somos um espaço de aprendizado para fazer acontecer a inovação no setor público.

Entenda essa teoria da ciência comportamental

Recentemente, o Prêmio Nobel de Economia de 2017 foi dado a um Professor da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, pela sua contribuição para a área de Economia Comportamental, com a teoria dos ‘nudges’. Uma abordagem que guia as pessoas a tomarem certas decisões, ou fazerem determinadas escolhas, ao influenciar seus comportamentos.

A economia clássica versus a comportamental

Richard Thaler e Cass Sunstein (autores de Nudge: O empurrão para a escolha certa) propõem que um padrão de tomada de decisões visto como inadequado, é o resultado de limites cognitivos, de tendências ou hábitos, que podem ser influenciados com um ’empurrãozinho’ para uma opção melhor (um nudge).

Esses nudges podem ser criados utilizando a arquitetura de escolhas em torno do comportamento das pessoas. De acordo com a teoria defendida por eles, “arquitetos de escolhas” podem contribuir para a sociedade ao desenhar ambientes mais amigáveis para seus usuários.

O campo da economia clássica aborda um padrão de decisões feito de forma racional e lógica, enquanto a economia comportamental abre discussão para ações irracionais e busca entender o porque dessas ações. Os ‘Nudges’ fazem parte disso, apontando para o fato de que os seres humanos tendem a fazerem mais escolhas instintivas do que racionais.

Se você olha para os livros de economia, você aprenderá que o homo economicus pode pensar como Albert Einstein, guardar tanta memória quanto a IBM, e exercitar a força de vontade de Mahatma Gandhi. Sério. Mas as pessoas que nós conhecemos não são assim. Pessoas reais tem dificuldade de fazer divisões longas se não possuem uma calculadora, às vezes esquecem o aniversário da esposa, e tem ressaca no dia de Ano Novo. Eles não são homo economicus; eles são homo sapiens.

Nudge: O empurrão para a escolha certa, Richard Thaler e Cass Sunstein

Influenciando comportamentos com nudges

Para entender melhor o que são nudges, há exemplos simples da vida diária, como uma mensagem de texto da companhia elétrica, avisando que você esqueceu de pagar sua conta, ou um aplicativo que conta as calorias que você come.

No setor público, os nudges se ampliam para as fortes imagens avisando sobre os efeitos indesejáveis de fumar, até a arquitetura de um site governamental que lista determinados itens antes de outros, direcionando os cidadãos a clicarem naqueles links. Tais arquiteturas são pensadas para atingir determinados objetivos sociais, como no caso de fazer as pessoas pararem de fumar.

Nudges não propõem questões normativas complexas, são desenhados para direcionar um comportamento que é voltado para o interesse de quem está tomando a decisão ou da sociedade como um todo (pelo menos, é assim que é apresentado).

Muitas vezes, aspectos contextuais da tomada de decisões fazem com que as pessoas tomem decisões erradas, ao invés de analisar as informações disponíveis para fazerem escolhas que estariam mais de acordo com o objetivo que gostariam de atingir.

O livro escrito por Thaler e Sunstein, disseminou o conceito de que o comportamento das pessoas pode ser influenciado por incentivos, como em uma mudança de palavras ou de frases utilizadas. Um caso recente é o da política de doação de órgãos no Reino Unido, que foi alterada pelo princípio do nudge.

Em vez de os cidadãos optarem por serem doadores de órgãos, atualmente devem optar por não doar, caso prefiram. Essa mudança simples tem o potencial de fazer com que o número de doadores de órgãos aumente significativamente.

E foi apostando no potencial da economia comportamental que o Governo Britânico criou uma “Unidade Nudge“, focada em questões como obesidade, consumo de álcool e doação de órgãos, entre outras coisas.
Nudges

Nem tudo são flores

Como nada é perfeito, há casos de nudges que não tomaram o rumo inicialmente planejado, como Cass Sunstein apresenta. Alguns podem ter consequências não intencionais, como quando políticas são desenhadas para reduzir a poluição, mas acabam aumentando os custos de energia para aqueles que são mais vulneráveis socialmente.

Entre os tipos de nudge, Sunstein defende que um dos considerados como mais efetivos, é o nudge de “regras padrão” (como o do caso da doação de órgãos no Reino Unido, em que a regra padrão virou “todos são doadores”).

Ela ainda sugere que nudges podem falhar por duas razões: por preferências anteriores muito fortes, ou pelo uso de ‘contra-nudges’, por pessoas ou empresas que tenham interesses opostos aos que o nudge está direcionando.

Como exemplo de ‘preferências anteriores’, há o experimento feito com pães integrais. Muitos trabalhos acadêmicos já mostraram que a forma como produtos são disponibilizados em supermercados influenciam o que as pessoas escolhem comprar, de acordo com o que está em seu campo de visão.

No entanto, isso nem sempre funciona. Em um experimento feito com o objetivo de aumentar a venda de pães integrais (para que as pessoas fizessem escolhas mais saudáveis), o pão foi colocado no início do corredor de pães, onde ficava mais visível.

Ainda assim, essa medida não foi eficiente para fazer com que aumentassem as vendas de pães integrais, mantendo-os no mesmo patamar de vendas que se encontravam anteriormente.

Nesse caso, as preferências anteriores foram mais influentes do que o incentivo criado para a mudança de comportamento.

Arquitetando as escolhas sociais

Dessa maneira, Sunstein argumenta que os responsáveis por influenciarem as escolhas de cidadãos devem ficar atentos aos resultados do que desenharam, para poderem tomar novas ações.

Os responsáveis podem optar por analisar o resultado ineficiente como um diagnóstico de que as pessoas podem estar agindo de acordo com seu bom senso; podem testar um tipo de nudge diferente, aplicando outras possibilidades e aprendendo com as intervenções feitas; ou tentar uma abordagem mais “agressiva”, que vá além dos efeitos de um nudge, como um incentivo econômico ou coerção (para casos mais sérios).

Assim, da mesma forma que muitas empresas de consumo utilizam nudges para influenciar compras, o setor público pode utilizá-la no desenvolvimento de políticas públicas mais efetivas, e geralmente com custo baixo. O pensamento disseminado por Thaler e Sunstein é de que uma boa governança pode ser feita de forma menos coercitiva e restritiva, e mais voltada para a liberdade de escolha (ainda que induzida).

Fonte da imagem da capa

Referências:

Nudges that fail – Cass R. Sunstein
What is nudging – Behavioral Policy
Nobel Prize in economics awardaded to Richard Thaler
Nudge: Improving Decisions about health, wealth, and happiness


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Não sabe por onde começar? Vamos lá!

Recentemente, facilitamos uma oficina de Design Thinking para uma turma fechada, e estamos fazendo o acompanhamento pós-oficina ao grupo de trabalho de inovação da instituição. O objetivo desse acompanhamento é auxiliar esse grupo nos primeiros passos pós-oficina, nos projetos internos em que usarão a metodologia. E o primeiro desafio que eles selecionaram para trabalhar, focados no público da própria instituição, é a ‘Comunicação Interna’, um desafio que é muito comum às instituições públicas.
Os dias de oficina são sempre imersivos e intensos, e com tantas informações passadas, muitas vezes se torna confuso sair da oficina, voltar para a instituição e dar o primeiro passo. Pensando nisso, deixo aqui algumas dicas para colocar a mão-na-massa na semana seguinte à oficina, e não deixar as ideias que borbulharam durante os dias em que você ficou imerso morrerem. O importante é começar!

Primeiros passos…

Monte o time

Se não estiver pré-definido, escolha pessoas de diferentes áreas e conhecimentos complementares, e que, acima de tudo, tenham disposição e vontade de participar de um projeto de inovação. A Nesta mapeou as atitudes e habilidades chave para rodar um processo de inovação no setor público, e você pode conferir aqui.

Defina o desafio

Sabemos que os desafios nas instituições públicas são incontáveis. Faça uma reunião com o time para que todos exponham os desafios mais latentes, e utilize algum método para fazer a seleção – e aumentar a assertividade da discussão.

Defina o tempo de dedicação ao projeto

Essa é uma questão sempre colocada: quanto tempo leva o processo de Design Thinking? Assim como quem passou pela oficina viu, ele pode ser feito em dois dias! Brincadeiras à parte, o que determinará o tempo para conduzir o processo dentro da instituição, é o tempo que você tem disponível para aquele projeto, considerando a complexidade do mesmo. Considere a quantidade de atores envolvidos, o tamanho do seu público, as horas que o time terá para dedicar ao projeto (caso não seja dedicação exclusiva), e monte um plano de entregas e tarefas pensando em cada etapa do projeto (convide alguém que entenda de gestão de projetos para integrar o time!).

Selecione as ferramentas

Se você saiu da oficina empolgado – como é o padrão! -, provavelmente vai pesquisar mais para validar e descobrir tudo o que já existe sobre Design Thinking. E vai notar que há diversas ferramentas que você pode usar em cada etapa do processo, além daquelas que foram trabalhadas nos dois dias de oficina. Não tente usar todas, porque você terá uma grande quantidade de dados que tornarão mais difícil a análise posterior.
Selecione as ferramentas que acredita serem mais adequadas para o seu desafio, e tenha principalmente em mente as fases do processo para guiá-lo. As ferramentas são meios para facilitar o seu trabalho e a obtenção de insights. No entanto, você não precisa ficar preso a elas. Seja criativo, lembre-se que o processo de Design Thinking não é linear e sistemático, não há uma fórmula cartesiana a seguir para atingir um resultado certo. O processo te oferece possibilidades de chegar a soluções inovadoras, mas até lá, muito suor e ins(piração)!
Com essas dicas de primeiros passos pós-oficina, seu time já consegue fazer as coisas acontecerem. Crie momentos de co-criação, que promova engajamento de mais pessoas da instituição, e comunique as fases do projeto para que todos possam acompanhar e se sentir parte do resultado!
Não há nada mais satisfatório do que sabermos que após a oficina, as ferramentas ensinadas foram aplicadas no trabalho para atingir resultados diferentes e melhores. Contem pra gente nos comentários como vocês tem aplicado as ferramentas, e quais tem sido os resultados alcançados!


Próximas Oficinas

Para você que ainda não conhece a metodologia de Design Thinking e sabe que precisa fazer parte desse movimento que está transformando modelos mentais de instituições públicas e privadas (em todos os setores!), venha participar da nossa próxima oficina.

Para informações e inscrições, é só acessar aqui.

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Algumas mudanças chegam rápido e assustam, especialmente quando falta empatia para engajar quem também quer fazer parte da transformação.

Eliezer Yudkowsky, pesquisador do Machine Intelligence Research Institute, escreveu que “de longe, o maior perigo da Inteligência Artificial é que as pessoas concluem muito cedo que já a compreendem”. O sentido de sua afirmação é que é difícil avaliar os riscos ligados a uma área de desenvolvimento tecnológico de vanguarda, sem muitos estudos precedentes nos quais se basear, mas, principalmente, quando a maioria das pessoas já julga saber os seus efeitos.
Tudo bem, é preciso entender melhor o que cada novo salto tecnológico significa e suas aplicações, antes de condenar ou absolver sua ocorrência. Por outro lado, a velocidade com que as mudanças chegam tem nos trazido alguns sustos e sobressaltos, ao causar, às vezes, mudanças paradigmáticas.
Eis que de um lado alguns especialistas produzem (como nunca) análises de tendências e relatórios de foresight sobre inteligência artificial, edição do genoma humano, internet das coisas, entre outros que tais. Do outro lado há uma multidão tentando entender o jogo para não ficar fora dele e, se der, descobrir como tirar proveito de alguma novidade.
robô
Há alguns dias, ao postar uma notícia no Facebook sobre como a adoção de machine learning por uma empresa teria substituído a função dos advogados, o portal Startse provocou um burburinho. Os comentários ilustravam as muitas reações diante de mudanças disruptivas, trazidas pela adoção de inovações tecnológicas em funções tradicionais, e tornou-se inevitável que os advogados, ainda que leigos em inteligência artificial, vissem aí um sinal de alerta. Perderão o emprego para um robô?
Quatro dias após a publicação, o artigo com o título “Robô faz em segundos o que demorava 360 mil horas para um advogado” provocou 720 compartilhamentos e a reação de 497 pessoas que comentaram as suas mais diversas impressões. A minha foi de que o autor queria mesmo ser provocativo e conseguiu, talvez utilizando um robô-jornalista especializado em frases de efeito para angariar cliques.
Bem, você deve saber por experiência que os comentários da internet são um grande termômetro da sociedade e, nesse caso, mostrou as diversas reações à notícia de que entre outras coisas, “o software revê os documentos em segundos, é menos propenso a erros e nunca pede férias”. Havia pessoas que se sentiam desforradas por poder depender menos do “Judiciário”, mas a maioria aparentava ser de advogados incomodados pelo tom das afirmações. Alguns, reagiram acolhendo cum granu salis à perspectiva de colegas-robôs, enquanto outros, responderam com veemente objeção à ideia de que um robô-advogado é capaz de substituir – com vantagens – a atividade advocatícia.
Já ouvi respeitados juristas manifestarem repúdio ao emprego da expressão “operadores do direito”, pois alegavam, grosso modo, que “operar o direito” não estaria à altura do “pensar o direito”, reforçando uma visão reducionista do papel que deveria ser reflexivo e prudencial. Fico imaginando o que terão pensado do robô-advogado.
robô
Quando as inovações disruptivas saem dos relatórios de tendências e tocam a vida do cidadão comum antes que ele tenha assimilado o que está acontecendo, a chance é grande de que ele venha a reagir a partir de seus medos, amplificados pela crescente ausência de confiança entre pessoas e instituições. A maneira de conduzir processos de mudança, tão necessários em tantas profissões e, é claro, também em nossa Justiça, deve ser levando em conta aquilo que os robôs não possuem, isto é, empatia para com outra pessoa.
Para além das disputas de poder eventualmente embutidos nos processos de transformação, há pessoas que genuinamente gostariam de colaborar com a melhoria das empresas, das ONGs, do governo, se ao menos pudessem entender o que está acontecendo. Acredito que esse é o caso também de muitos dos advogados que reclamaram da notícia, pois se viram alijados da conversa em que foram virtualmente prescindidos, quando poderiam enveredar entusiasticamente por um caminho de transformação da sua atividade se tivessem encontrado um espaço para conversar e compreender as novas soluções apresentadas.
É necessário que nosso entusiasmo com as possibilidades tecnológicas seja acompanhado de genuína empatia pelo outro, reafirmando o que nos torna essencialmente humanos e, portanto, insubstituíveis.


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Algumas dicas para aproveitar o potencial da comunicação digital

No ambiente competitivo atual, empresas sabem que alcance e engajamento podem criar ou quebrar seus negócios e direcioná-las para os resultados que precisam. Mas no governo, o foco em melhorar essas áreas não tem sido tão enfatizado. Muitas vezes, o governo é o único fornecedor de um serviço particular, e as ferramentas de suporte, alcance e comunicação não foram otimizadas para atender as necessidades de clientes cada vez mais experientes em tecnologia e no uso de celular.
Algumas vezes, quando tecnologias digitais não são otimizadas e cidadãos não são engajados, ou não estão cientes de informações ou programas governamentais, os resultados da missão não são atingidos. No setor público, falhar em atingir esses resultados pode ser drástico – pode ser que crianças não recebam seus almoços na escola, idosos não recebam vacinas para a gripe ou licenças de todos os tipos não sejam renovadas a tempo.

No entanto, com a voz dos cidadãos sendo mais ouvida pelas mídias sociais e tecnologias online, as coisas tem começado a mudar. Estratégias de comunicação digital para o setor público estão evoluindo para ajudar organizações a se conectarem melhor com cidadãos e promover seus conteúdos.

Embora nós tenhamos mais do que nunca ferramentas para facilitar isso – de automação de e-mails a teste A/B para segmentar audiências – ainda há espaço para compartilhar e aprender melhores práticas para comunicação digital (e a WeGov contribui para isso, dá uma olhada aqui).
Em uma pesquisa feita para o GovLoop pela agência Granicus, com 179 entrevistados do setor público, há muitas razões para governos se sentirem otimistas em relação ao futuro, quando se fala de comunicação digital. Mas como falado anteriormente, os resultados do questionário mostram que muitos agentes públicos não sentem que sua comunicação digital e alcance são tão sofisticados quanto poderiam ser.
De acordo com as descobertas do questionário, governos encontram diversos desafios importantes em alcance digital e comunicação: falta de orçamento, falta de pessoas ou competências, e a não adesão da liderança. Ainda, 61% dos entrevistados disse que não existe um time de comunicação digital ou ele é muito pequeno.
“Nossa equipe é pequena ou muito ocupada, e nós temos apenas duas pessoas focadas em objetivos de comunicação”, escreveu um entrevistado. “Todos os três problemas – liderança, equipe e recursos – são um problema pra gente. Falta estratégia”, escreveu outro. “Há uma falta de reconhecimento generalizada da importância da comunicação digital”, acrescentou outro. Tecnologia, quando usada de maneira efetiva, pode ajudar governos a superar cada um desses desafios para conseguir uma comunicação digital excelente – e os desafios estão atrelados um ao outro.
Recursos adicionais e equipe nem sempre estão sob controle do governo, sendo que alguns departamentos são muito pequenos, mas há passos específicos que podem reduzir a necessidade para esses recursos enquanto mantém – ou até mesmo aumentam – produtividade. Quando você é capaz de provar com dados que você aumentou produtividade e alcance, você conseguirá mais facilmente convencer líderes a dar suporte a outras estratégias e investimentos.

Desafios x Tecnologia Disponível

Os desafios são reais e persistentes entre diferentes esferas de governo, não importa aonde você vá. Mas com a tecnologia disponível hoje, e uma abordagem estratégica inteligente, governos podem usar uma variedade de estratégias para endereçar esses desafios de alcance digital e de comunicação.
Automação Automação tem se tornado mais comum no marketing do setor privado, já que softwares tem a capacidade de lidar com segmentação e campanhas de marketing. No entanto, pode ser muito útil também para o setor público. A automação permitiu que o governo de um Bairro do Condado de Wrexham, no País de Gales, parasse de gastar um dia inteiro enviando e-mails para apenas duas horas, por exemplo.
Corte o custo do papel Com a quantidade de relatórios, pautas, e atas de reunião que organizações governamentais produzem, é comum gastar uma porção significativa do orçamento em impressões e na gestão de documentos de papel. Ao cortar estes gastos, instituições podem salvar recursos valiosos. Um exemplo local é o da Startup 1Doc, que já colaborou para que as instituições que adotaram sua solução economizassem mais de 2.000.000 de impressões, além de promover melhorias na comunicação interna.
Use Campanhas integradas Campanhas integradas permitem que instituições compartilhem suas histórias, missão, programas e recursos de maneira eficiente e com escalabilidade e agilidade. Elas são amigáveis e intuitivas a comunicadores de qualquer nível. Os benefícios de campanhas integradas dentro de uma plataforma de Comunicação Unificada incluem a habilidade de incorporar novas audiências, promover programas e serviços de maneira cruzada com instituições similares, e reengajar audiências inativas.
Potencialização de APIs Com avanços na tecnologia, especialmente com ‘Interface de Programação de Aplicação’ (APIs), a habilidade de manter sistemas de gestão de relacionamento financeiro ou com cidadãos é mais fácil do que nunca. APIs trazem informação personalizada e então enviam mensagens transacionais aos destinatários pretendidos, e ainda podem atualizar cidadãos sobre informações importantes como novas leis. Transações com organizações governamentais que foram geradas por comunicação baseada em papel podem mudar para um processo completamente eletrônico, economizando tempo, dinheiro e recursos.
Teste A/B 60% dos entrevistados responderam que não usam ‘Teste A/B’ (comparação de duas versões de um e-mail para ver qual tem melhor desempenho). Por não usar teste A/B, estão deixando de lado uma estratégia valiosa que não requer estratégia de expert ou recursos extras. Testes A/B permitem comparações lado a lado, de maneira que instituições possam otimizar conteúdo e maximizar o impacto. Com o teste A/B, você pode testar muitas variáveis, incluindo título, conteúdo das mensagens, imagens/vídeos, comprimento da mensagem, formato e botões, para ver o que tem melhor engajamento com a sua audiência.
Estratégia de Captura Uma estratégia de captura refere-se a métodos e estratégias com os quais você consegue assinantes e faz crescer o número de pessoas recebendo suas comunicações. Crescer a audiência da sua instituição é mais fácil do que parece, mas 37% dos entrevistados disseram que eles não tem nenhuma estratégia de captura. Algumas maneiras chave de fazer isso são: ‘telas de sobreposição’, campanhas de mensagens de texto e engajamento com seguidores passivos em mídias sociais. Essas técnicas pouco usadas permitem que a instituição amplie seu alcance com recursos que estão dentro de suas possibilidades.
Dados e métricas Dados são os melhores amigos de um comunicador. Permite grande visibilidade em quanto a sua mensagem afeta seu público-alvo. Auxilia no entendimento de assuntos interessam sua audiência, que técnicas são mais efetivas em gerar resposta e, mais importante, que elementos da sua estratégia de comunicação geram maior engajamento. Potencialize os dados que sua instituição reúne dos relatórios de comunicação, métricas do site e questionários, analisando-os e permitindo que incentivem ação e tomada de decisões.


Aprimorando a Comunicação Digital da sua instituição

Há 6 anos, a WeGov abre espaço e compartilha melhores práticas de Comunicação Digital para o setor público, por meio do evento Redes-eGov. Este ano, teremos uma edição especial que inaugura um novo formato para o evento, agora contemplando oficinas.
Para abordar o tema da automação na comunicação, convidamos Pedro Burgos para o Redes-eGov | Edição Especial BSB, dia 10 de Novembro, com a palestra ‘Produtos Digitais para Comunicação do Futuro: A automação e os robôs como aliados’. Você pode ver a programação completa e se inscrever aqui.

Esperamos você lá!

Texto escrito por Courtney Belme, para o site GovLoop. Adaptado e traduzido pela WeGov.

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Homenagem ao Diretor Executivo da WeGov, André Tamura.

No dia 25 de Agosto (Dia do Soldado), nosso Diretor-Executivo André Tamura compareceu ao 63º Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro, em Florianópolis, para receber a Medalha do Pacificador.
A honraria, que foi criada em 1953 com o intuito de homenagear militares, passou a ser conferida também a civis, brasileiros e estrangeiros, que tiverem prestado notórios serviços ao Exército Brasileiro.
Saudamos André pela homenagem concedida e pelo destacado trabalho que vem desempenhando em prol do setor público e do cidadão.


Uma grande honra receber essa Medalha do Exército Brasileiro. Agradeço imensamente e confesso que a “ficha ainda não caiu”. Ainda estou refletindo sobre tudo isso. É um reconhecimento pelo nosso trabalho na WeGov e um sinal de que estamos seguindo um nobre caminho. Ser reconhecido ao lado de grandes pessoas, torna a Medalha do Pacificador ainda mais importante e especial. Certamente, essa Medalha também é da Gabriela, ela é a responsável pelo sucesso da empresa e por tornar possível a realização do meu sonho de empreender com setor público!


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Conheça os desafios nos quais as instituições estão trabalhando

Em março deste ano, a WeGov lançou um programa de inovação interinstitucional – o HubGov – no qual 14 instituições públicas presentes em Santa Catarina (mas de todas as esferas e poderes) estão se capacitando em temas e metodologias relacionadas à inovação, e buscando soluções para desafios reais de suas instituições.
Quatro servidores de cada uma dessas instituições estão passando por um processo parecido com o de uma empresa incubada: recebem mentoria, tem um espaço de coworking para trabalharem, tem a possibilidade de se conectarem com intraempreendedores de outras instituições públicas, capacitações, e todo o suporte da WeGov. Tudo pensado para que o setor público esteja up-to-date com as transformações da sociedade!


Confira os desafios institucionais

Quer saber mais sobre o HubGov? É só clicar aqui

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...e essa tal de "Empatia"

A pesquisa etnográfica tem origem na Antropologia e na Sociologia, e ganhou notoriedade em outros campos nos últimos anos por ser um dos métodos que integra o processo de Design Thinking – processo de inovação centrado no usuário.

Como método antropológico, teve início com as descrições das vivências de anos feitas por antropólogos junto a povos considerados “tradicionais” e “exóticos”, para fins de comparações culturais e dominação em épocas coloniais.
Mas a pesquisa etnográfica evoluiu para outros campos. É um tipo de Pesquisa Qualitativa, muito utilizada atualmente na fase de imersão do Design Thinking. Explicada de maneira simples, nada mais é do que passar algum tempo – geralmente determinado pelo tempo disponível de projeto – com os usuários do seu serviço, política pública, processo ou produto, observando suas rotinas, relações, interações. Por meio dessa observação (participante, ou não) e entrevistas de profundidade que permitem compreender melhor a vida do usuário, amplia-se a possibilidade de captura de insights, que podem ser valiosíssimos para o desenvolvimento do seu projeto e poderão ajudar a atender melhor às necessidades do cliente ~cidadão~ e gerar inovações que não só entreguem valor, mas possam encantar o usuário final.
Para desenvolver serviços, produtos ou processos que sejam admirados e bem falados, é necessário aprender a “olhar com os olhos dos outros”, algo que se torna possível ao se exercer a tão falada empatia. A pesquisa etnográfica possibilita a prática da empatia com os usuários de um serviço, ao se comprometer em estar presente com as pessoas no contexto em que vivem (o que atualmente compreende também suas vidas digitais), e compreender as sutilezas das relações e modos de vida.

Usos no Setor Público

Como o site do Governo Britânico ressalta, o valor da pesquisa etnográfica está em como cria (re)enquadramentos de um contexto social, e ajuda uma organização a entender porque existe, e as mudanças que estão ocorrendo no mundo em que estão inseridas. Além disso, “a oportunidade para o governo está em endereçar a complexidade da sociedade ao entender melhor as pessoas” o que contribui para uma mudança no foco das políticas públicas desenvolvidas, especialmente em tempos de transformações que acontecem de maneira rápida e exponencial.

Pesquisa etnográfica feita pelos Departamentos de Saúde e de Trabalho e Pensões do Governo Britânico, com pessoas impossibilitadas de trabalhar por dificuldades de saúde: “Devido à falta de ajuda do empregador (por não pagarem auxílio-doença), eu tive dificuldades financeiras extremas. Os benefícios não foram suficientes para cobrir tudo e tudo deu errado. O refrigerador vazio representa a falta de dinheiro, já que eu não conseguia me alimentar às vezes.” Foto e história de Katrina, que passava períodos sem trabalhar por suas condições físicas de saúde. Sussex, Inglaterra.

Dicas para começar

A pesquisa etnográfica é utilizada comumente em uma fase exploratória, e não segue uma estrutura rígida predefinida, já que é motivada por uma pergunta de projeto. É utilizada também para analisar e validar a implementação de Políticas Públicas.
Uma pesquisa etnográfica desafia crenças sobre uma determinada comunidade, identifica significados, investiga circunstâncias específicas, e pesquisa as melhores maneiras de traduzir as práticas de grupos estudados de maneira que se torne compreensível para a cultura do pesquisador.
O trabalho etnográfico desenvolvido por antropólogos pode levar muitos anos. Adaptada à realidade de desenvolvimento de projetos, o tempo para a pesquisa etnográfica é determinado pelo tempo reservado para a fase de pesquisa de projeto que pode levar se semanas a meses.
De maneira prática:
Defina seu objetivo
Planeje a pesquisa
Escolha o local
Encontre pessoas disponíveis
Registre tudo o que vê, sente, ouve
Tire fotos
Escute mais do que fale
Viva como a pessoa vive
Durante o processo, registre todos os insights que tiver para desenvolver ou melhorar os produtos, serviços, processos, e compartilhe com o seu time de projeto 😉

Para saber mais…

Pesquisa com usuário para serviços governamentais: uma introdução
Etnografia no desenvolvimento de Políticas Públicas: barreiras e oportunidades

Oficinas WeGov

Vamos falar um pouco sobre Pesquisa Etnográfica na Oficina de Laboratórios de Inovação. Vem participar com a gente, inscreva-se aqui.

Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou. Margaret Mead

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A dinâmica fez parte do Encontro anual de Diretores das Varas do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina

No dia 02 de junho, a WeGov conduziu a Manhã da Inovação no encontro anual de Diretores de 1ª Instância do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região. Falamos sobre inovação no setor público e Design Thinking, e conduzimos uma dinâmica com ferramentas para geração de ideias e empatia.

Inovação no TRT

A primeira ferramenta apresentada tem o objetivo de diminuir a complexidade dos problemas para permitir ao grupo lidar com perspectivas diferentes separadamente, explorando diferentes pontos de vista para o mesmo desafio. Já a segunda, busca sintetizar as descobertas sobre o público-alvo, de maneira empática.
Direcionamos as metodologias para apoiar o encontro dos Diretores em levantar os desafios institucionais, gerarem ideias e alternativas, abrindo caminho para a inovação no TRT-12.

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Adriana Aquini, HubGover e intraempreendedora nos Correios

A minha jornada como intraempreendedora nos Correios (até então eu não sabia que eu já estava em uma) começou em 2014, quando tive o primeiro contato com o Design Thinking. Foi através do professor Álvaro Gregório e da WeGov, numa Oficina de Design Thinking no serviço público.
Esse encontro foi um “divisor de águas” na minha vida profissional: finalmente eu descobrira algo tão significativo e que realmente fazia sentido para mim. Iniciou-se ali um caminho sem volta, cheio de desafios e descobertas…

Como construir uma jornada intraempreendedora?


1. Descubra o que inspira você

Minha maior inspiração é o Design Thinking (DT): uma abordagem que tem um poder imensurável de inovar “para” e “com” as pessoas de forma colaborativa, empática e com baixo custo (experimentação), gerando assim serviços mais desejáveis para os usuários.
Selecionei um case (são inúmeros) que impactou a vida de milhares de famílias no mundo todo. Confira:

[youtube=https://youtu.be/txs6iJqZCX0&w=720&h=400]

O desafio inicial era combater a mortalidade infantil. A ideia era criar “incubadoras” de bebês de baixo custo. Mas o grupo de alunos da D.School, aplicando a abordagem do DT, redefiniu a ideia e criou um dispositivo de aquecimento que deu a chance de milhões de bebês sobreviverem.


2. Acompanhe e se aproxime das suas inspirações

Sou muito fã (e usuária dos serviços) de empresas inovadoras como o Waze, Uber, Nubank, Airbnb e Netflix.
Estas empresas criaram negócios disruptivos por meio do design, revolucionando a forma como as pessoas se deslocam, gerenciam suas finanças pessoais, se hospedam e buscam entretenimento. Muitos tabus estão sendo derrubados diante da ousadia dessas ideias que surgiram sobre algo que as pessoas realmente desejavam. Estou sempre pesquisando o que acontece com essas empresas e atenta ao que os outros usuários comentam sobre elas.


3. Seja resiliente

De alguma forma você encontrará algumas barreiras pelo caminho para implantar sua ideia: “tem que esperar a nova gestão assumir”; “agora não dá, temos outras prioridades”; “isso aí não vai dar certo”. Mas temos que resistir aos “nãos”, e às vezes saber a hora de recuar um pouco e esperar uma nova oportunidade.


4. Não fique sozinho

Nada do que consegui fazer aqui nos Correios foi sozinha! O caminho é muito mais difícil sem aliados. Procure parcerias, pessoas entusiastas, inquietas, que questionam o “sistema” e sonham em mudá-lo. Mobilize e conecte essas pessoas (seja da sua instituição ou fora dela), pois elas provavelmente serão seus aliados no caminho para inovar.


5. Inovar é necessidade básica

Parto da premissa que todo o ser humano tem a necessidade de inovar, mesmo que os ventos sejam contrários. Tenho certeza que muitos servidores públicos querem fazer diferente, mas não sabem por onde começar.
Uma das possibilidades para incorporar uma visão inovadora é conhecendo o Design Thinking. A abordagem traz a inovação para o mundo real das pessoas. Foi por meio do DT (e suas inúmeras possibilidades e aplicabilidades) que foram surgindo oportunidades de realizar oficinas e aplicar algumas ferramentas em problemas reais dos Correios.


6. Experimente, tente, não tenha medo de errar

Transforme sua ideia num projeto (faça um canvas), envolva seus aliados, planeje sua execução e não tenha medo de errar. Dê pequenos passos, comece pelo setor que você trabalha. Esses pequenos passos lhe darão impulso para outro maior.

Realizações desta jornada


Aplicamos 3 oficinas sobre DT e impactamos 100 pessoas. A última oficina, realizada em abril de 2017, foi muito rica pois trabalhamos com desafios reais da área de educação e ampliamos o número de técnicas aplicadas, incluindo a pesquisa de campo. Os feedbacks sempre foram bastante positivos nas pesquisas de avaliação das oficinas.

Articulamos a participação dos Correios de SC no programa HubGov, envolvendo a alta direção e a área de educação. Estamos trabalhando num desafio complexo que se relaciona com diversas áreas (suporte, atendimento, operacional e comercial), e temos uma equipe multidisciplinar envolvida no projeto.

Ufa! Já fizemos tantas coisas em três anos! Mas nossas ideias estão cada vez mais audaciosas (que medo! Sim, você vai sentir medo e algumas coisas não vão dar certo). Nossa jornada até aqui foi muito intensa, às vezes cansativa, mas apaixonante!
Tirar o cérebro e as ideias do campo do óbvio e do nosso padrão mental não é um caminho fácil. Porém, quando as barreiras são transpostas e experimentamos esse novo mundo, não conseguimos (nem queremos) mais sair dele.

Por WeGov

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Uma reflexão sobre jornalistas e social medias

Era para ser uma homenagem, mas no Espírito Santo a publicação do Governo ofendeu jornalistas neste 7 de abril, Dia do Jornalista. Ofendeu porque é sempre muito difícil prever a reação do público quando se adota humor nos conteúdos de páginas institucionais do setor público. Existe uma ideia difundida sobre a sobriedade e seriedade dos órgãos públicos como se houvesse a necessidade de transpor também para a comunicação.
A publicação trazia um gif (bastante conhecido entre os usuários mais assíduos de redes sociais) de um macaco sentado à mesa, empurrando um laptop. Na legenda, o texto: “Hoje é o dia do batedor de releases. Parabéns, amigos jornalistas. Hoje é o nosso dia! #DiadoJornalista”. Após a chuva de críticas, ao final da manhã a publicação foi apagada.

As críticas

A publicação recebeu comentários dizendo que o Governo do Espírito Santo estava chamando os jornalistas de macacos. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e o Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo criticaram e solicitaram uma retratação: “toda a formação ética e social dos profissionais responsáveis por levar informação de qualidade à sociedade”.

A retratação

A retratação foi feita pela Superintendente de Estado de Comunicação, Andréia Lopes.


Convenhamos, a nota foi muito exagerada, bem como a reação de todos que criticaram a publicação. Como jornalista, a nota me ofendeu muito mais do que a publicação. Criticam um gif plenamente difundido na internet dizendo que subestima a formação e o trabalho de todos nós, mas a nota faz parecer que jornalistas não sabem o que é e como funciona a linguagem em redes sociais.
Nem sequer houve uma brincadeira dizendo que jornalista é um macaco (como o Estadão fez um tempo atrás com os blogueiros). As críticas foram exageradas, resultado de uma interpretação de texto vitimista ou pretenciosamente mau humorada.

Entretons de uma publicação de governo que ofendeu jornalistas

Ainda está longe de instituições do setor público conseguirem utilizar efetivamente a linguagem das redes nas redes. Parte porque nem sempre é o momento certo para adotar um tom mais despojado nas publicações. Parte porque há ainda uma cultura retrógrada na construção dos discursos. Houvesse um pouquinho mais de bom humor e conhecimento do que é a cibercultura, nem precisaria estar falando sobre isso aqui.
O tom da nota de retratação deu mais notoriedade ao fato que acabou sendo notícia nos portais da imprensa, como G1 e Veja. Imagina uma nota dessas sempre que alguém discordar de uma publicação mais descontraída em páginas de governo. A publicação do governo ofendeu jornalistas que quiseram se sentir assim.
Fica a experiência para pensarmos antes de produzir algum conteúdo utilizando-se de temas muitas vezes debatidos como piada de mau gosto ou preconceito. A palavra macaco é vista com uma conotação muito negativa. Talvez por isso o gif tenha gerado a tal sensação de que a publicação do governo ofendeu jornalistas.

[youtube=https://youtu.be/8APbPfy3atg&w=720&h=400]

Demissão

Soube há pouco que o Governo do Espírito Santo decidiu demitir a assessora por trás da homenagem ao dia dos jornalistas. É exagero, em cima de exagero. Espero que isto algum dia mude. Espero também posicionamento do sindicato em defesa da tal pessoa que não sei quem é mas já considero pakas (opa! É possível que não compreendam a referência).
Originalmente publicado no blog Jornalista Digital.

Por WeGov

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Programa Interinstitucional de Inovação para o setor público

Realizamos a abertura do Programa HubGov no dia 21 de março, com mais de 100 convidados presentes.
No evento, foram apresentadas as instituições participantes do HubGov, os HubGovers, e os desafios que parte das instituições já selecionaram. Cada HubGover ganhou uma caixa de ferramentas para guardarem o que forem aprendendo durante o programa.
A abertura teve  uma palestra de Moacir Marafon, Diretor da Unidade de Gestão Pública da Softplan e patrocinador do programa, sobre tecnologias e o setor público, seguido de algumas palavras do Secretário de Comunicação, João Debiasi, que apresenteou um vídeo do Governador Raimundo Colombo sobre a importância de programas como esse para integrar os serviços do governo prestados aos cidadãos. O evento foi encerrado com um painel composto por alguns dos mentores do HubGov.

Painel: Tags da Inovação

#coworking #blockchain #crowdfunding
#laboratóriodeinovação #dadosabertos

Os HubGovers terão acesso a mentores de alto nível, e quatro deles estiveram presentes no painel ‘Tags da Inovação’, falando sobre temas que são tendência no mundo e precisam ser inseridos ao contexto governamental. Carla Giani, da Secretaria de Estado de Saúde de Santa Catarina, Paulo Sousa, do Exército Brasileiro, Anderson Giovani, membro da RAPS e Henrique Parra Parra, da Cidade Democrática, compartilharam suas visões sobre inovação em governo.

O que é o HubGov?


É um Programa interinstitucional de Inovação em Governo. Nesse programa, a WeGov irá auxiliar os participantes a propor soluções inovadoras para um desafio institucional através das trilhas de aprendizado e mentorias. Tudo isso em um ambiente colaborativo para inspirar as equipes na criação de protótipos e soluções inovadoras e acesso a uma comunidade para troca de experiência entre os participantes.
Cada instituição definiu um desafio para trabalhar de forma colaborativa durante o período de duração do HubGov.

Instituições Participantes do Programa

Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina;
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina;
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC);
Justiça Federal de 1º Grau em Santa Catarina;
Polícia Militar de Santa Catarina;
Prefeitura de Palhoça;
Secretaria de Estado da Administração de Santa Catarina;
Secretaria de Estado de Comunicação de Santa Catarina;
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina;
Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina;
Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina;
Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina;
Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina.


Fotos do evento

Cerimônia de Abertura Programa HubGov

Fotos: Marina Bitten

Por WeGov

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Publicado no jornal Notícias do Dia, dia 15.03.2017

WeGov promove na Capital o 1º coworking do setor público do mundo

Programa começa na Capital no dia 21 de março e buscará soluções inovadoras de governança durante seis meses

por Carlos Damião
A WeGov realizará no dia 21 de março o Programa interinstitucional de inovação em Governo – HubGov, com a participação das seguintes instituições: Correios, Secretaria de Segurança Pública de SC, Secretaria da Fazenda de SC, Secretaria de Comunicação de SC, Secretaria de Desenvolvimento Sustentável de SC, Secretaria da Saúde de SC, Secretaria de Planejamento, Prefeitura de Palhoça, Justiça Federal, Assembleia Legislativa de SC, CREA-SC, Polícia Militar de SC. No evento de abertura serão apresentados os desafios selecionados pelas instituições, a ser desenvolvidos durante os seis meses de programa.
Estarão presentes no painel de abertura os mentores Henrique Parra Parra – fundador da Cidade Democrática, tenente-coronel Paulo Sousa – responsável pelas Mídias Sociais do Exército Brasileiro, Carla Giani – assessora da superintendência de Compras e Logística da Secretaria de Saúde de SC e Anderson Giovani – ex-gerente do Instituto Comunitário da Grande Florianópolis.
O HubGov é um Programa interinstitucional de Inovação em Governo. Nesse programa, a WeGov auxiliará participantes de até 15 instituições públicas a propor soluções inovadoras para um desafio institucional, por meio de trilhas de aprendizado e mentorias. Tudo isso em um ambiente colaborativo para inspirar as equipes na criação de protótipos e soluções inovadoras (coworking). A primeira edição do programa acontecerá de março a setembro de 2017, e será o primeiro Coworking do Setor Público no mundo.
Link para a publicação original.

Por WeGov

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Faça parte dessa comunidade de Social Media Govers

Em 2012 (quando a WeGov ainda não era WeGov), demos início a algo que tomou proporções que não podíamos imaginar na época. Um evento pioneiro, que reuniu comunicadores de instituições públicas do Brasil todo para falar de um tema ainda tabu na época – mídias sociais em governo.
O compartilhamento de experiências do setor público se intensificou, e criamos algo que extrapolou o encontro anual: uma comunidade Social Media Gov. Com erros e aprendizados, evoluímos com o tema e passamos a gerir uma comunidade da qual temos orgulho, e que cresce a cada ano.
Essa comunidade mantém contato e faz trocas valiosas durante o ano todo, em um grupo fechado no Facebook, e outro no Whatsapp, nos quais tiram dúvidas, mostram tendências, apresentam seus casos e recebem feedbacks (elogios e críticas, de uma forma franca em tempo real), e claro, falam sobre as agruras de ser um Social Media Gov.
Já surgiram trabalhos acadêmicos, oportunidades de emprego, e não são raros os depoimentos sobre como a comunidade traz benefícios àqueles que diariamente representam as instituições perante os cidadãos. Os participantes são de todas as esferas e poderes, de prefeituras que atendem a alguns milhares de cidadãos a entidades federais.

Exemplos do que rola por lá:

6º Redes-eGov

A comunidade se ajuda o tempo todo, o evento é apenas um momento para oxigenar as ideias, conhecer os “rostos por trás dos perfis”, e recarregar as energias que são consumidas loucamente na rotina de trabalho! Está confirmado: O Redes-eGov faz bem pra saúde!
Para fazer parte da comunidade, você precisa participar de um evento Redes-eGov ou de uma de nossas oficinas Social Media Gov. Os benefícios são incontáveis, tangíveis e intangíveis!
Estamos listados, pelo 3º ano seguido, entre os principais eventos de tecnologia do Brasil pela Eventbrite (nº10 na categoria Social Media), descritos como “evento único no Brasil”!

Mais informações

Confira a programação da 6ª edição aqui, e venha fazer parte dessa comunidade! O encontro deste ano acontecerá nos dias 27 e 28 de abril, em Florianópolis 😉

Por WeGov

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Governo escocês levando pesquisa aonde os usuários estão

Pop-ups são um método rápido e direto de pesquisa com usuário. Eles permitem com que levemos nossas questões a um número maior de usuários potenciais, nos levando aonde eles estão, ao invés de trazê-los ao laboratório. É menos formal do que o teste de usabilidade tradicional e é um jeito rápido de engajar com um número relativamente alto de pessoas.

Você pode usar a pesquisa pop-up para:

  • entender melhor as necessidades de grupos específicos
  • validar novos conceitos de serviços e proposições
  • identificar barreiras e dores para grupos específicos
  • alcançar pessoas no limite entre serviços digitais e serviços digitais assistidos
  • fazer pesquisa quando você tiver pouco tempo

Pop-ups são tipicamente conduzidos em bibliotecas, centros comunitários, shopping centers e cafés, ou podem ser conduzido em lugares em que agências governamentais e organizações oferecem serviços ou suporte.

3 dias, 3 bibliotecas e 31 pessoas

Nós decidimos por bibliotecas como ponto de partida. Fomos inicialmente à Biblioteca Leith como um piloto para testar nossas perguntas e resolver a logística, por exemplo, os aspectos práticos de como e onde nós nos colocaríamos. Nós então fomos à Biblioteca Central de Aberdeen e Biblioteca Galashiels, que também demonstra o valor de pop-ups por nos permitir expandir nossa cobertura para além do Centro.
Além de conseguirmos respostas para nossas perguntas, observar as pessoas interagindo no espaço nos deu insights adicionais. Pegar livros é logicamente a razão principal para se visitar uma biblioteca, mas acessar um computador e a internet também é uma atividade comum para as pessoas.
Nós fomos com três perguntas amplas para investigar Como as pessoas esperam interagir virtualmente com o governo? Essa questão apareceu em pesquisas prévias e precisava ser mais explorada. Voltar a esta perspectiva de alto nível pode ser renovador após focar nos detalhes de conteúdo e de interações.

Me fale sobre sua experiência online?

A primeira pergunta foi feita para capturar a experiência dos participantes com serviços online e seus níveis de confiança, o que mostrou uma resultados demográficos mistos e variados. Houve uma inclinação para a geração mais velha, embora a confiança online tenha sido surpreendentemente alta. No entanto, nós ainda falamos com muitas pessoas que tinham experiência online limitada (ou nenhuma).
Ainda, falando informalmente com os bibliotecários, descobrimos que seus clientes são geralmente de grupos socioeconômicos vulneráveis, o que faz com que peçam assistência com mais frequência ao acessar serviços governamentais.
Nós vimos tantas pessoas indo à biblioteca usar um computador e acessar a internet quanto vimos pessoas indo à biblioteca ler e pegar livros emprestados, o que mostrou a mudança na forma como as pessoas vêem bibliotecas. Bibliotecas se tornaram mais parecidas com cybercafés e em alguns casos não são apenas para livros.
Os bibliotecários com quem falamos nos disseram que muitas vezes tem que ajudar as pessoas a escanear, criar contas de e-mail, imprimir formulários, etc. Além disso, bibliotecas podem ser hubs comunitários e são muitas vezes simplesmente um lugar para contato social.

O que o termo ‘Serviço Público’ significa para você?

Nossa segunda pergunta foi sobre o que o termo “serviço público” significava para as pessoas, e nós demos continuidade pedindo exemplos de serviços públicos.
Os exemplos mais populares foram:

  1. Limpeza de ruas/coleta de lixo
  2. Bibliotecas*
  3. Ônibus / Transporte público
  4. Saúde
  5. Escolas / Educação
  6. Tribunais / Sistema judiciário
  7. Água / Esgoto
  8. Policia

*Potencialmente mais alto por estarmos em uma biblioteca


O foco era em serviços locais; as pessoas relacionaram serviços locais ao que eles sabem e ao que é relevante e tangível para eles – frequentemente serviços locais que proporcionados pelo conselho local. Em geral, as pessoas estavam corretas em seus exemplos.

O que o Governo Escocês proporciona?

Nossa terceira pergunta tinha a intenção de explorar as expectativas/percepções das pessoas sobre a diferença entre ‘governo’ e ‘serviços públicos’. As pessoas entrevistadas tiveram mais dificuldade em responder essa questão (12 de 31 tiveram dificuldade em encontrar uma definição).
Entre as que deram uma resposta, suas explicações foram categorizadas nesses temas:

    serviços, mas mais amplo em escopo
    proporciona as finanças
    tomador de decisões
    organização e infraestrutura

O que nós (como governo) descrevemos como partes do “governo” é muitas vezes confuso – os cidadãos frequentemente não sabem a diferença entre serviços locais e públicos e eles não deveriam precisar saber a diferença para conseguir o que precisam quando precisam.

Perguntas adicionais

Nós também coletamos reações rápidas ao mygov.scot (site do governo Escocês). A questão principal para nós foi que as pessoas disseram que o site “parece bom para quando eu precisar disso”.
Não é necessariamente sobre promover ou divulgar o site, mas ter certeza que usuários podem encontrar quando tiverem uma tarefa relevante que exija o uso do site. Nós fazemos isso entendendo os termos que os usuários pesquisam, o contexto em que eles estão fazendo, e as necessidades que tem.
Nós estaremos atentos a novas oportunidades para realizar pop-ups em 2017, muito provavelmente em aspectos específicos e focados do site mygov.scot, como itens de conteúdo curto ou pequenas alterações no design.
Texto traduzido e adaptado do Blog do Governo Escocês.
Foto Capa: Clem Onojeghuo

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