André Tamura
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Uma listagem necessária

As equipes de comunicação nas instituições públicas utilizam uma série de recursos para que o trabalho seja melhor e mais produtivo. Desde uma câmera fotógrafica a uma peça gráfica, para o trabalho ser executado é necessário acessar uma série de ferramentas ou recursos.
Para acessar recursos (comprar) existe o mecanismo legal, a pétrea Lei 8.666, que compra canetas da mesma forma que compra softwares. Muitas vezes, especificar a compra é uma tarefa hercúlea.
Para isso, antes de assinar o contrato de compra é criado um Termo de Referência:
O Termo de Referência é um documento no qual uma instituição contratante estabelece os termos pelos quais um serviço deve ser prestado ou um produto deve ser entregue por potenciais contratados.
Os termos de referência precedem a assinatura do contrato e tem com função principal informar potenciais contratados sobre as especificações do serviço ou produto. Quando o contrato é celebrado, o termo de referência se torna parte integrante do contrato.

O desafio da Comunicação

O grande desafio para os profisisonais de comunicação é: como comprar serviços que são vendidos como softwares (SaaS) em instituições que normalmente não estão familiarizadas com este tipo de solução.
Para isso, o termo de referência é um mecanismo útil. Segue uma lista de referência de termos (desculpe o trocadilho).


Lista Termos de Referência – atualizada em 17/05/2017

1 Contratação de empresa para prestação de serviços de monitoramento e suporte à gestão de redes sociais. Tribunal Superior Eleitoral (2017)
2 Contratação de empresa para prestação de serviços de monitoramento, análise e planejamento de estratégias de comunicação em redes sociais, para atender as necessidades da Justiça Eleitoral, especialmente Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e seus dirigentes. Tribunal Superior Eleitoral (2017)
3 Contratação de empresa para prestação de serviços de monitoramento, análise e planejamento de estratégias de comunicação em redes sociais, para atender as necessidades do Ministério da Educação, conforme exigências estabelecidas neste Edital e seus anexos. Ministério da Educação (2012)
4 Contratação de serviços profissionais especializados de monitoramento de presença e elaboração de plano de estratégia de visibilidade do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) nas mídias sociais. Conselho Nacional do Ministério Público (2011)
5 Termo de Referência Automação de Serviços Públicos. Conselho Nacional do Ministério Público (2011)
A lista será atualizado constantemente.

Essa lista só é possível graças ao trabalho da nossa rede! Obrigado!

Deixe sua sugestão nos comentários. Envie o documento para nós publicarmos aqui.
Aprecie sem moderação. Colabore, compartilhe e aplique em sua instituição.

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

Lincon Shigaki
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No dia 11 de julho realizamos a Terceira Roda de Empreendedores Públicos

As rodas de empreendedores tem o objetivo de aproximar os participantes do Programa HubGov com a Liga internacional de Intraempreendedorismo. Já realizamos a primeira e segunda edição, onde compartilhamos experiências e conhecimentos sobre os desafios de liderar mudanças dentro de uma instituição, sobretudo dentro do setor público.
Nesta terceira edição, criamos um espaço colaborativo com os HubGovers, com o foco: possíveis estratégias para mobilizar recursos para viabilizar novos projetos. Os passos construídos com o grupo foram:
Separe 20 min do seu dia para o projeto
Crie restrições para si mesmo através de desafios
Estabeleça datas limites
Faça uma observação de campo
Observe empreendedores como você
Use protótipos para convencer seus gestores

Na prática, destravar recursos é um desafio pelo ponto de vista da escassez e pela intangibilidade do valor da inovação. Para o último ponto, a prototipação é um mecanismo eficaz, utilizado especialmente pela metodologia Design Thinking, para tangibilizar valores e envolver atores na construção de uma solução complexa.
Para praticar a competência da prototipação, realizamos uma dinâmica onde participantes dividiram-se em grupos para criar protótipos que representassem iniciativas para disseminar a inovação nas instituições. Foram utilizados materiais simples para dar forma ao projeto.


Próximos passos

A WeGov apresentou ferramentas que podem ajudar, na prática, os HubGovers nos seus desafios. Além disso, construímos um espaço de compartilhamento para trocar experiências e despertar ideias para aplicar na instituição de cada HubGover.
Continue acompanhando a WeGov para saber sobre as Rodas de Empreendedores Públicos.
 

Por Lincon Shigaki

Lincon é Facilitador de Aprendizado da WeGov. Formado em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalhou com consultoria em gestão no Movimento Empresa Júnior, onde foi Presidente da Ação Júnior e da Fejesc. Acredita que podemos viver em um país melhor, e não consegue se ver fora do processo de transformação dessa realidade.

Cristina Schwinden
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A Prefeitura de Palhoça e o ambiente de inovação

Em junho de 2017 fomos até Brasília participar do Seminário de Inovação Aberta promovido pelo Tribunal de Contas da União. A ideia era apresentar um “pitch” de 2 minutos e solicitar a colaboração dos participantes, interagindo nos estandes disponíveis para as entidades selecionadas.
O nosso projeto selecionado foi o “De mãos dadas com Palhoça”. O projeto vem sendo construído no HubGov desde Março de 2017 e tem como premissa a mobilização de cidadãos e da iniciativa privada em ações de revitalização da cidade. Uma abordagem inovadora, mas cheia de desafios burocráticos e jurídicos.
Quando planejamos nossa ida até o evento tínhamos uma expectativa clara: obter ajuda dos demais sobre como poderíamos enfrentar os obstáculos legais que ações como esta trazem ao Município. Ficamos super felizes quando vimos que haviam representantes de diversas organizações públicas de todas as esferas. Vimos o Ministério Público, o Tribunal de Contas, Ministérios, Secretarias, Conselhos, auditores, fiscais e tudo quanto é profissional que normalmente nos procuram quando cometemos alguma falha administrativa.

Pois bem, após o pitch ficamos aguardando a interação que o evento prometia. Realmente algumas pessoas nos procuraram para entender melhor nosso projeto, mas ninguém soube nos ajudar com nosso maior desafio. Vimos aqueles profissionais cheios de conhecimento passando pelo nosso estande e só observando, analisando e indo para o próximo. Decepção…

Que caminhos seguir?

Mas a decepção não foi com o evento, com as instituições ou com os profissionais. Nossa grande decepção foi com a dificuldade nítida de inovar. Sabemos o que queremos com o nosso projeto e onde vamos chegar. Sabemos que o projeto pode solucionar uma gama de problemas que o cidadão e a Prefeitura enfrentam todos os dias devido à ausência de recursos. Mas também sabemos que os órgãos de controle estarão nos observando e nos autuando caso entendam que o projeto pode vir a ferir algum pressuposto legal.
Diante de todos estes que um dia nos apontarão as falhas, pedimos ajuda clara. Colocamos todos os nossos temores e receios. Mesmo assim, nada nos foi dito. Nada nos foi orientado…
Mesmo assim vamos seguir adiante com nosso projeto, pois sabemos do preço do pioneirismo na Administração Pública. Que um dia as pessoas compreendam que só quem tem coragem segue adiante em um cenário tão negativo e turbulento. Pois inovar é para os fortes!

Márcio Welter
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Uma reflexão para a Administração Pública!

Sim, devem acabar! Do modo que a maioria deles existem hoje, sim! Se estou maluco por trabalhar em um desses setores e estar falando isso? Não, ou pelo menos ainda não. São anos exercitando diversas abordagens, realizando conquistas e também observando retrocessos. Ou seja, precisamos reconsiderar algumas premissas do papel dos setores de planejamento na administração pública.
O significado de um PLANO DE AÇÃO, oriundo de um planejamento estratégico (ou não), está sendo vinculado às exigências de um setor ou área de Planejamento da organização, como se o plano fosse deles. Ou seja, o DESEJO da instituição ou daquele gestor de áreas operacionais ou estratégicas em fazer aquele PLANO DE AÇÃO foi perdido! O “tesão” nunca foi despertado naquele gestor, desde a sua origem no planejamento estratégico, ou então, foi perdido no decorrer do tempo.
Ao reavaliar o papel de setores de planejamento em sua organização, considere refletir as seguintes premissas:

INTERAJA E ITERAJA!

Mantenha o foco sobre o seu problema, no real motivo que você está atuando, seu desafio, e não se apegue insistentemente em ideias de “soluções de hoje” para os “cenários do amanhã”. Interaja com as pessoas e busque mais ideias, descarte ideias, saiba e sinta o que realmente faz essas pessoas se movimentarem, isso fará toda a diferença! Itere, ou seja, repita isso muitas vezes, se adaptando e validando ideias em soluções. Aprenda mais sobre Design Thinking, Prototipação e Empatia.

BUSQUE UM SIGNIFICADO

Atuando em um setor de planejamento considere como incumbência propiciar aos demais gestores da organização re-significarem aquilo que estão fazendo, o papel deles, o sentido de seus setores e atribuições. Observe quão clara é a parte que lhes compete e das suas equipes. Entretanto, não apenas em relação a um plano estratégico ou diretrizes, mas na perspectiva do cidadão, da sociedade, e especialmente das pessoas “para as quais” ele efetivamente trabalha (lideranças) e “com quem” ele trabalha (organização).

INSPIRE O DESEJO EM FAZER

Somos seres sociais. Precisamos e desejamos aceitação e reconhecimento. Antes do plano, pense e tenha certeza que aqueles participantes acessaram o que lhes motiva fazer acontecer. Não menospreze os fatos que todos trabalhamos para agradar ou atender alguém. Leve em conta esse alguém de cada um. O servidor público tem uma tarefa nobre que é servir ao povo, portanto, não esqueça dele, tal qual é atender as diretrizes das chefias superiores. Por fim, sem “tesão” não vai rolar! O planejamento precisa aperfeiçoar as suas preliminares. Conhecer mais profundamente os gestores e suas personagens. A Empatia é a chave.

DEFINA O SUCESSO

Nossa sociedade mudou! Apenas entregar no prazo, na conformidade, na legalidade, na qualidade os produtos, os serviços, as informações não são mais suficientes para garantir a satisfação do cidadão ou dos colegas. Reconsidere a “proposta de valor” na finalidade dos seus setores e da sua organização. Participação, transparência, colaboração, inovação, etc. podem ter um novo destaque em suas prioridades. Estude e considere repaginar o seu “modelo de negócio público”.

WeGov
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...e essa tal de "Empatia"

A pesquisa etnográfica tem origem na Antropologia e na Sociologia, e ganhou notoriedade em outros campos nos últimos anos por ser um dos métodos que integra o processo de Design Thinking – processo de inovação centrado no usuário.

Como método antropológico, teve início com as descrições das vivências de anos feitas por antropólogos junto a povos considerados “tradicionais” e “exóticos”, para fins de comparações culturais e dominação em épocas coloniais.
Mas a pesquisa etnográfica evoluiu para outros campos. É um tipo de Pesquisa Qualitativa, muito utilizada atualmente na fase de imersão do Design Thinking. Explicada de maneira simples, nada mais é do que passar algum tempo – geralmente determinado pelo tempo disponível de projeto – com os usuários do seu serviço, política pública, processo ou produto, observando suas rotinas, relações, interações. Por meio dessa observação (participante, ou não) e entrevistas de profundidade que permitem compreender melhor a vida do usuário, amplia-se a possibilidade de captura de insights, que podem ser valiosíssimos para o desenvolvimento do seu projeto e poderão ajudar a atender melhor às necessidades do cliente ~cidadão~ e gerar inovações que não só entreguem valor, mas possam encantar o usuário final.
Para desenvolver serviços, produtos ou processos que sejam admirados e bem falados, é necessário aprender a “olhar com os olhos dos outros”, algo que se torna possível ao se exercer a tão falada empatia. A pesquisa etnográfica possibilita a prática da empatia com os usuários de um serviço, ao se comprometer em estar presente com as pessoas no contexto em que vivem (o que atualmente compreende também suas vidas digitais), e compreender as sutilezas das relações e modos de vida.

Usos no Setor Público

Como o site do Governo Britânico ressalta, o valor da pesquisa etnográfica está em como cria (re)enquadramentos de um contexto social, e ajuda uma organização a entender porque existe, e as mudanças que estão ocorrendo no mundo em que estão inseridas. Além disso, “a oportunidade para o governo está em endereçar a complexidade da sociedade ao entender melhor as pessoas” o que contribui para uma mudança no foco das políticas públicas desenvolvidas, especialmente em tempos de transformações que acontecem de maneira rápida e exponencial.

Pesquisa etnográfica feita pelos Departamentos de Saúde e de Trabalho e Pensões do Governo Britânico, com pessoas impossibilitadas de trabalhar por dificuldades de saúde: “Devido à falta de ajuda do empregador (por não pagarem auxílio-doença), eu tive dificuldades financeiras extremas. Os benefícios não foram suficientes para cobrir tudo e tudo deu errado. O refrigerador vazio representa a falta de dinheiro, já que eu não conseguia me alimentar às vezes.” Foto e história de Katrina, que passava períodos sem trabalhar por suas condições físicas de saúde. Sussex, Inglaterra.

Dicas para começar

A pesquisa etnográfica é utilizada comumente em uma fase exploratória, e não segue uma estrutura rígida predefinida, já que é motivada por uma pergunta de projeto. É utilizada também para analisar e validar a implementação de Políticas Públicas.
Uma pesquisa etnográfica desafia crenças sobre uma determinada comunidade, identifica significados, investiga circunstâncias específicas, e pesquisa as melhores maneiras de traduzir as práticas de grupos estudados de maneira que se torne compreensível para a cultura do pesquisador.
O trabalho etnográfico desenvolvido por antropólogos pode levar muitos anos. Adaptada à realidade de desenvolvimento de projetos, o tempo para a pesquisa etnográfica é determinado pelo tempo reservado para a fase de pesquisa de projeto que pode levar se semanas a meses.
De maneira prática:
Defina seu objetivo
Planeje a pesquisa
Escolha o local
Encontre pessoas disponíveis
Registre tudo o que vê, sente, ouve
Tire fotos
Escute mais do que fale
Viva como a pessoa vive
Durante o processo, registre todos os insights que tiver para desenvolver ou melhorar os produtos, serviços, processos, e compartilhe com o seu time de projeto 😉

Para saber mais…

Pesquisa com usuário para serviços governamentais: uma introdução
Etnografia no desenvolvimento de Políticas Públicas: barreiras e oportunidades

Oficinas WeGov

Vamos falar um pouco sobre Pesquisa Etnográfica na Oficina de Laboratórios de Inovação. Vem participar com a gente, inscreva-se aqui.

Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou. Margaret Mead

Por WeGov

Somos um espaço de aprendizado para fazer acontecer a inovação no setor público.

Randolfo Decker
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É possível?

“Para uma organização excelente, a inovação é a única coisa permanente”. Tom Peters

Como conseguir quebrar paradigmas e instituir uma cultura inovadora numa instituição onde reina o conservadorismo? Ainda mais em se tratando de uma instituição que trabalha com fomento de pesquisa e inovação? Caso essas perguntas tenham despertado sua atenção, então vamos em frente.

Saindo do habitual

Sim, eu falo da FAPESC, uma das 14 instituições de governo que participam do programa “HubGov: Governo do Futuro”, coordenado pela plataforma WeGov. Na Fapesc trabalham, hoje, 60 profissionais com alta qualificação acadêmica (graduados, especialistas, mestres, doutores e pós-doutores). Não há um quadro próprio. Poucos são servidores públicos. A fundação, vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), concede recursos financeiros para fomentar projetos e programas de pesquisa científica e de inovação.
O termo inovação freqüentemente é usado para designar o “novo”, algo original e inusitado. A inovação, portanto, envolve geração, aceitação e implementação de novas ideias, processos, produtos ou serviços no meio organizacional. Muitas vezes, inovação é tida como sinônimo de criatividade. Porém, somos todos criativos. Mesmo quando se é avesso a mudanças e, portanto, apegados ao modelo a que estamos condicionados. Porém, o objetivo maior da inovação no serviço público é de otimizar os recursos disponíveis, por meio de formas inovadoras de gestão e organização, promovendo mais benefícios à sociedade. Assim, a inovação serve como ferramenta para melhorar o desempenho organizacional do Estado e, por fim, garantir – e justificar – a sua existência.
Pode parecer um contrassenso que a cultura seja conservadora numa instituição que trabalha com inovação. Isso não significa que não ocorram mudanças ou inovações, restritas a alguns processos e tecnologias (por exemplo, uma avançada plataforma de gestão de projetos). Entretanto, o “ponto cego” perceptível é que a maioria que lá trabalha usa muitos – e bons – conhecimentos e experiências arraigadas há anos. Pesa, ainda, carregar um enorme paquiderme chamado burocracia. E, cognitivamente, tudo que fazemos repetidamente torna-se habitual.
Nossa dificuldade está em sair da ponta do “iceberg da realidade” para “mergulhar” e acessar o imenso potencial subconsciente visando encontrar soluções inovadoras, em conjunto, e não apenas ficar preso às verdades individuais, já consagradas. Questionar-se com perguntas socráticas, sobre como pensamos e fazemos é uma excelente técnica. Outras estratégias, como ter coração aberto, mente aberta e vontade aberta são essenciais para combater as suposições e julgamentos, grandes inimigos da percepção e compreensão do habitat em que operamos.

Abraçando a mudança


Precisamos estimular mais inovadores em nossas organizações públicas – aqueles que abraçam a mudança e, inclusive, a burocracia – na busca da resiliência e de melhorias contínuas. Implica em compreender percepções divergentes, pessoas apáticas ou até controladoras. Precisamos ter consciência de que todas as mudanças encontram resistências. Só a vida muda a todo instante, como estratégia para se manter eterna.
Com muitos anos de casa, eu e os colegas Edson Veran, Leonardo de Lucca e Juarez Lopes (os três últimos servidores públicos) aceitamos o desafio de conhecer, aprender e reaprender técnicas e ferramentas focando em cultura da mudança e inovação no serviço público. Paulatinamente estamos replicando a metodologia internamente, por meio de oficinas, palestras, leituras, testes, dinâmicas e atividades práticas. É uma oportunidade ímpar para que todos possam se reunir, regularmente, para pensar e agir, coletivamente – cocriar e colaborar – na busca de soluções de velhos problemas. Passando, necessariamente, pela mudança do mindset, para premiar a escuta ativa, a tolerância ao diferente, melhorar a comunicação e relacionamentos, desaprender para reaprender e convergir para uma cultura inovadora.

Unindo conhecimentos

Estamos trabalhando com foco em nosso desafio: a otimização da gestão de processos de CT&I na FAPESC. Em paralelo – e com cautela – tentando instituir e fortalecer a cultura de inovação. Constatamos que por trás do conservadorismo citado, há grandes forças e oportunidades que permitirão quebrar paradigmas e avançar para as mudanças e inovações desejadas. O maior insumo disponível são os múltiplos conhecimentos e o engajamento daqueles que querem mudar para melhor. Porém, a energia vital é – e será – sem dúvida, o propósito comum. Para isso, precisamos responder: o que nos liga e para que estamos aqui? Quem somos e o que fazemos hoje? Qual o nosso legado como gestores de programas e projetos de pesquisa e inovação?
As respostas estão sendo construídas em conjunto. A mudança é um processo. Nossa missão – como facilitadores – não é fácil. Acreditamos que inovar é possível, para superar antigas dores (frustrações) e dar lugar a uma cultura de soluções. Nosso sonho é inspirar as lideranças que apoiam mudanças e inovações, fortalecer o espírito criativo e colaborativo, ter equipes coesas e maduras, envolver todos na busca de um propósito alinhado com o da organização. Isso refletirá na qualidade de vida do time interno e dos serviços prestados ao público externo.
Como a nossa energia segue o que focamos com a mente, esperamos que um programa de capacitação e de cultura inovadora seja permanente, independentemente da forte hierarquia no Governo e das danças de mudanças políticas. Isso nos motiva a seguir em frente. Estamos caminhando devagar, pois já tivemos pressa. Aprendemos a desacelerar, para avançar mais rápido.

Lincon Shigaki
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WeGov e Softplan preparam o Sistema Ambiental Paulista para uma era de inovação e tecnologia

O Sistema Ambiental Paulista (SAP) é responsável pela gestão ambiental no território do estado de São Paulo. O sistema tem a Secretaria do Meio Ambiente como órgão central e é composto por coordenadorias, institutos, fundações, Cetesb e Polícia Militar Ambiental.
Recentemente, iniciaram o projeto “Papel zero” com o objetivo de implementar tecnologias para otimizar o fluxo de trabalho, reduzir custos e atingir melhores resultados. A principal mudança será a transição de processos físicos (em papel) para digitais. Os benefícios são diversos, desde a economia no uso de papel, aumento da autenticidade dos documentos, maior segurança no armazenamento dos processos, agilidade na operação, entre outros.
A Softplan, há um ano, está mapeando o fluxo de processos dos órgãos e desenvolvendo a tecnologia e-Ambiente. O sistema da Softplan permitirá que os processos como Licença ambiental, Fiscalização e apuração de denúncias sejam feitas em uma única plataforma digital, mesmo envolvendo diversos órgãos do SAP.

Entre os dias 29 de maio e 09 de junho, a WeGov esteve em São Paulo realizando uma oficina sobre inovação e tecnologia. Evidenciamos as transformações sociais e as novas tecnologias disponíveis, conectando esse contexto com as atividades do SAP. O objetivo da facilitação da oficina foi de iniciar o desenvolvimento de competências inovadoras com os servidores. Desta forma, prepará-los para o uso de novas ferramentas de trabalho e predispostos a identificação de novas oportunidades para os desafios da gestão pública ambiental.
A abordagem da oficina esteve em aproximar o aperfeiçoamento de novos métodos de trabalhos com as funções finalísticas das instituições, destacando o impacto na conciliação do desenvolvimento econômico com o uso dos recursos naturais, de modo a assegurar a sustentabilidade do meio ambiente, nos seus aspectos físicos, socioculturais e econômicos.

Por Lincon Shigaki

Lincon é Facilitador de Aprendizado da WeGov. Formado em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalhou com consultoria em gestão no Movimento Empresa Júnior, onde foi Presidente da Ação Júnior e da Fejesc. Acredita que podemos viver em um país melhor, e não consegue se ver fora do processo de transformação dessa realidade.

WeGov
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A dinâmica fez parte do Encontro anual de Diretores das Varas do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina

No dia 02 de junho, a WeGov conduziu a Manhã da Inovação no encontro anual de Diretores de 1ª Instância do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região. Falamos sobre inovação no setor público e Design Thinking, e conduzimos uma dinâmica com ferramentas para geração de ideias e empatia.

Inovação no TRT

A primeira ferramenta apresentada tem o objetivo de diminuir a complexidade dos problemas para permitir ao grupo lidar com perspectivas diferentes separadamente, explorando diferentes pontos de vista para o mesmo desafio. Já a segunda, busca sintetizar as descobertas sobre o público-alvo, de maneira empática.
Direcionamos as metodologias para apoiar o encontro dos Diretores em levantar os desafios institucionais, gerarem ideias e alternativas, abrindo caminho para a inovação no TRT-12.

Por WeGov

Somos um espaço de aprendizado para fazer acontecer a inovação no setor público.

Newton Cerezini
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Uma forma de redesenhar serviços públicos com foco no cidadão

A visão de organização que os governos têm deles mesmos é a de um “amontoado” de órgãos compartimentados por temas, numa estrutura pesada e que se relacionam pouco entre si. Devido a isso, cada “perna” da organização só executa a sua “tarefa”, enxergando o cidadão como aluno, depois como paciente, outra hora como motorista e, no final, como um contribuinte, mas nunca como um cidadão único que é o que ele realmente é.
Muito dos serviços prestados pelo governo são centrados no sistema, que desde a sua concepção até a sua prestação focam no funcionamento sob a ótica dos órgãos e equipamentos, com baixo envolvimento ou interação humana. Se pensarmos direito, os serviços ofertados pelo governo que deveriam ser focados no cidadão são desenhados para o sistema, ocasionando um conflito de razão e de real significado, já que a principal função do Estado é servir à população.
As instalações físicas, treinamento dos funcionários, horários, formulários a serem preenchidos, documentação necessária, interface de site e serviços eletrônicos são áreas de contato cidadão-governo. Porém, na maioria das vezes, tornam-se experiências ruins para o cidadão. Pegando o exemplo de um cidadão que está em sua casa e sente uma dor repentina, a princípio, vamos entender que ele precisa de um atendimento médico. No entanto, após sentir uma dor, este cidadão sai de casa e pega um transporte público para chegar até o posto médico.

Então, a sua percepção do atendimento de saúde já começa a ser impactada pelo uso do transporte público. Se ele se sente inseguro para pegar este transporte devido à onda de assaltos recorrentes na cidade, isso também influenciará negativamente na sua avaliação.

Podemos concluir, então, que os serviços públicos estão todos interligados. Por isso, não se pode mais atuar de forma separada e descoordenada. Os serviços públicos têm que ser redesenhados tendo o ser humano – o cidadão – como foco principal. Quando o governo começa a redesenhar seus serviços colocando o cidadão no centro de tudo, ele apoia a melhoria dos serviços nos seguintes pontos:

Empatia

Na medida em que o prestador do serviço ou o responsável por ele se coloca no lugar do cidadão, as necessidades e oportunidades de um melhor serviço passam a ser enxergadas e começa o processo de melhorar aquela jornada para o cidadão. Quando um serviço é desenhado sem entender as necessidades do seu usuário, ele já nasce fadado ao fracasso. É importante identificar também quem é o público- -alvo daquele serviço.

Jornada do Cidadão

Projetar novos serviços focados no cidadão consiste também em pensar além daquele serviço. Quais as possíveis interações que o cidadão que está utilizando aquele serviço terá com algum outro serviço do governo? Podemos facilitar a experiência dele como um todo? Temos que pensar em como fazer com que o cidadão conheça o serviço antes mesmo de utilizá-lo, como ele chegará até o local ou site, como ele sairá de lá e como avaliará o serviço. Temos que ter em mente que todo serviço deve sempre estar sendo avaliado para que o processo de redesenho possa ser alimentado de forma contínua e permanente.

Colaboração

Construir em conjunto com o cidadão é sempre melhor do que construir para o cidadão. Hoje temos muitas formas e tecnologias que permitem que o governo possa dialogar com a sociedade e fazer com que as pessoas se sintam parte da concepção dos serviços. Quando alguém se sente parte do processo, há uma melhora significativa, bem como um engajamento maior entre sociedade e governo.
O governo que se apresenta para o cidadão de forma fragmentada, agindo assim naturalmente, dispersa suas responsabilidades, desperdiça recursos e acha estranho ver que os seus serviços têm que ser ofertados de forma transdisciplinar. Então é aí que a falta de um governo único e unido se agrava. Sabemos da complexidade de se governar nos dias de hoje. As necessidades dos cidadãos variam dia após dia e se o governo insistir numa estrutura linear de atendimento jamais conseguirá atingir resultados completos. Não se trata mais de ter apenas uma abordagem sistêmica na execução de projetos, mas sim um pensamento sistêmico na hora de definir as estruturas e processos.


As fases do Design Thinking

Entendimento: é um momento de divergência de pensamento. É necessário fazer um entendimento holístico do problema, enxergando-o sob vários pontos de vistas e jogando todas essas informações na mesa, sem se apegar a nenhuma. Temos que abrir o nosso olhar. Por mais paradoxal que isso for vai nos permitir “desentender” o problema que nos foi dado, para que logo depois possamos entender o real problema que precisamos solucionar.
Observação e pesquisa: momento de convergência de olhar e empatia. É o momento de sair para campo e conversar, observar, provar. É a hora de sair da zona de conforto e ir buscar as informações que serão valiosas para o processo na rua. Lembre-se de que todo produto ou serviço é feito para PESSOAS e, por isso, toda a observação se baseará nelas. Estamos buscando o fator humano, então devemos enxergar as pessoas pelos seus diversos aspectos: 31físico, cultural, sociológico e psicológico.
Ponto de vista: momento de convergência de pensamento. O ponto de vista sempre é uma das fases mais difíceis do processo, pois você coletou várias informações e terá que redefinir o desafio inicial a partir do entendimento e pesquisa em grupo. É um momento de navegação entre as informações levantadas. O tempo e esforço dedicados ao fechamento dessa fase será diretamente proporcional à abertura gerada nas fases anteriores.
Ideação: momento mágico onde as soluções ganham vida. Esse é o momento do famoso brainstorming. Nesse momento, vamos dizer não aos nãos, nenhuma ideia pode ser cortada. Vamos criar soluções para o desafio que definimos nas fases anteriores. É importante ter consciência que as ideias que estão sendo geradas estão realmente solucionando o problema, para não divagarmos demais.
Prototipagem: hora de colocar a mão na massa. A fase de prototipagem é um momento de divergência. De gerar ainda mais ideias, de aumentar seu entendimento, de expandir. É o momento de tirar suas ideias do papel e dar-lhes vida. A construção de modelos nos ajuda na visualização e iteração do funcionamento da ideia. O protótipo é algo capaz de causar uma sensação em alguém antes mesmo da solução existir.
Teste: se você gastou bastante tempo nas suas criações, elas se revelarão para você. Teste seus melhores protótipos com seus possíveis usuários finais e vejam como eles reagem. Lembrando que um protótipo não precisa estar fiel ao futuro produto, às vezes uma folha de papel desenhada já cumpre o seu papel.
Iteração: a iteração é a oportunidade de refinar as nossas soluções e torná-las melhores. Levá-las a outro nível.

Se pegarmos as bases de dados do governo sobre os seus cidadãos como exemplo, vamos perceber que as bases de transporte mal conversam entre si, o que já é muito ruim. Elas também não possuem interface com as bases de saúde, educação, habitação etc. Esses dados sem inter-relação são justamente reflexos do isolamento organizacional que vive cada área. É o que nos faz escutar frases como “isso não é problema nosso” e depois nos faz lamentar a falta de integração.
O Design Thinking, ferramenta que está sendo utilizada no setor privado para o redesenho de serviços e produtos com foco no ser humano, pode ajudar os governos a fornecer melhores serviços ao cidadão. Mas, afinal, o que é o Design Thinking?
Em linhas gerais, trata-se de um conjunto de métodos e processos para abordar problemas relacionados à aquisição de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções. Como uma abordagem, é considerada a capacidade para combinar empatia no contexto de um problema, de forma a colocar as pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto; criatividade para geração de soluções e razão para analisar e adaptar as soluções para o contexto.


Pilares

Os três pilares que dão sustentação ao Processo de Design Thinking são:
Equipes multidisciplinares – Para enxergarmos o problema de uma forma holística, precisamos de uma equipe que tenha experiências diferentes. Se formarmos uma equipe com pessoas de uma área apenas corremos o risco de ficar com uma visão “viciada” do nosso desafio.
Ambientes adaptáveis – O ambiente em que o processo ocorre é fundamental para o seu bom andamento. Tirar as pessoas das salas de reunião comuns a que elas estão acostumadas quebra um pouco o seu padrão de pensamento e ajuda no processo de criatividade.
Abordagem – A abordagem do Design Thinking permite que o processo seja enxergado por completo, favorecendo ajustes rápidos e o desenvolvimento de soluções com alto valor agregado.
O Design Thinking trabalha com uma abordagem conhecida como duplo diamante. Ao observar bem a figura anterior, percebemos que ela demonstra momentos de divergência (crescentes) e convergências (decrescentes) formando a imagem de dois diamantes lado a lado. Todas as fases do Design Thinking são iterativas, podendo se relacionar entre si independente da fase em que esteja o processo. Essa volta a fases anteriores para possíveis verificações é muito comum e agrega muito ao processo.

As quatro grandes mudanças de pensamento que o Design Thinking apresenta são:
• Decisão centrada no ser humano;
• Questionar as questões;
• Construir para pensar (tirar ideias do papel);
• Iteração.

Em síntese, Design Thinking é uma nova abordagem para resolver problemas, colocando o ser humano como o seu foco, olhando-o por diversos ângulos e oferecendo soluções que o atendam plenamente. Estamos em uma época em que os anseios dos cidadãos estão mudando a cada minuto. Se não começarmos a colocá-los como o centro da resolução dos problemas, podemos ter um Estado cada vez mais desconectado da real necessidade da população.
Não podemos mais enxergar o indivíduo como uma figura multifacetada, e sim como uma figura única que deve ter todas as suas necessidades atendidas de uma maneira integrada. O Design Thinking surge, então, como uma ferramenta que pode facilitar todo esse processo.
Este texto foi originalmente publicado na Revista da Secretaria de Planejamento e Gestão do Governo de Pernambuco.

Cel Luis Haroldo
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Ela está olhando para você

A internet como conhecemos está passando pela sua terceira fase. Em breve, veremos exemplos inteligíveis de uma quarta fase. A fase da internet das coisas.
A primeira fase foi a fase da conectividade, dos web sites, do correio eletrônico e das pesquisas; A segunda fase veio com a Economia em rede, com o boom dos sites de E-commerce, cadeia de fornecimento digital e o início da colaboração; Estamos agora vivendo a plenitude da terceira fase, com a força das redes sociais promovendo a interação social, a mobilidade integrada no dia-a-dia, as interações multimídias, como Youtube, Netflix, Spotify, etc… que vamos resumir como a fase das “experiências colaborativas” na nuvem.
A quarta fase, que já estamos experienciando em algumas iniciativas de automação, é a fase da Internet das coisas. Nesta fase, pessoas, coisas, dados com processos bem definidos, irão dançar uma sinfonia que a CISCO chama de “dados em movimento”, onde a informação que importa para você é naquele momento.

O governo e as coisas

Na Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, já estamos estudando interações de Máquinas com Máquinas e Máquinas com Pessoas, como experiências que você pode encontrar no Twitter , e que muito em breve estarão twittando no momento que importa para você, com o uso de ferramentas de detecção de fluxo de veículos.

O aplicativo para android Firecast Comunidade também tem esta pretensão, onde o sistema de emergência lhe mantém informado do que está acontecendo em eventos de bombeiros na sua comunidade.
O dado do momento é o que importa!

E você, já cumprimentou a coisa do seu lado hoje? Não tenha dúvida ela já esta olhando pra você!


Palestra ‘Internet das Coisas’

Dia 12 de maio falarei sobre Internet das Coisas e o potencial para o setor público na WeGov. Mais informações e inscrições aqui.

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Faça parte dessa comunidade de Social Media Govers

Em 2012 (quando a WeGov ainda não era WeGov), demos início a algo que tomou proporções que não podíamos imaginar na época. Um evento pioneiro, que reuniu comunicadores de instituições públicas do Brasil todo para falar de um tema ainda tabu na época – mídias sociais em governo.
O compartilhamento de experiências do setor público se intensificou, e criamos algo que extrapolou o encontro anual: uma comunidade Social Media Gov. Com erros e aprendizados, evoluímos com o tema e passamos a gerir uma comunidade da qual temos orgulho, e que cresce a cada ano.
Essa comunidade mantém contato e faz trocas valiosas durante o ano todo, em um grupo fechado no Facebook, e outro no Whatsapp, nos quais tiram dúvidas, mostram tendências, apresentam seus casos e recebem feedbacks (elogios e críticas, de uma forma franca em tempo real), e claro, falam sobre as agruras de ser um Social Media Gov.
Já surgiram trabalhos acadêmicos, oportunidades de emprego, e não são raros os depoimentos sobre como a comunidade traz benefícios àqueles que diariamente representam as instituições perante os cidadãos. Os participantes são de todas as esferas e poderes, de prefeituras que atendem a alguns milhares de cidadãos a entidades federais.

Exemplos do que rola por lá:

6º Redes-eGov

A comunidade se ajuda o tempo todo, o evento é apenas um momento para oxigenar as ideias, conhecer os “rostos por trás dos perfis”, e recarregar as energias que são consumidas loucamente na rotina de trabalho! Está confirmado: O Redes-eGov faz bem pra saúde!
Para fazer parte da comunidade, você precisa participar de um evento Redes-eGov ou de uma de nossas oficinas Social Media Gov. Os benefícios são incontáveis, tangíveis e intangíveis!
Estamos listados, pelo 3º ano seguido, entre os principais eventos de tecnologia do Brasil pela Eventbrite (nº10 na categoria Social Media), descritos como “evento único no Brasil”!

Mais informações

Confira a programação da 6ª edição aqui, e venha fazer parte dessa comunidade! O encontro deste ano acontecerá nos dias 27 e 28 de abril, em Florianópolis 😉

Por WeGov

Somos um espaço de aprendizado para fazer acontecer a inovação no setor público.

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Governo escocês levando pesquisa aonde os usuários estão

Pop-ups são um método rápido e direto de pesquisa com usuário. Eles permitem com que levemos nossas questões a um número maior de usuários potenciais, nos levando aonde eles estão, ao invés de trazê-los ao laboratório. É menos formal do que o teste de usabilidade tradicional e é um jeito rápido de engajar com um número relativamente alto de pessoas.

Você pode usar a pesquisa pop-up para:

  • entender melhor as necessidades de grupos específicos
  • validar novos conceitos de serviços e proposições
  • identificar barreiras e dores para grupos específicos
  • alcançar pessoas no limite entre serviços digitais e serviços digitais assistidos
  • fazer pesquisa quando você tiver pouco tempo

Pop-ups são tipicamente conduzidos em bibliotecas, centros comunitários, shopping centers e cafés, ou podem ser conduzido em lugares em que agências governamentais e organizações oferecem serviços ou suporte.

3 dias, 3 bibliotecas e 31 pessoas

Nós decidimos por bibliotecas como ponto de partida. Fomos inicialmente à Biblioteca Leith como um piloto para testar nossas perguntas e resolver a logística, por exemplo, os aspectos práticos de como e onde nós nos colocaríamos. Nós então fomos à Biblioteca Central de Aberdeen e Biblioteca Galashiels, que também demonstra o valor de pop-ups por nos permitir expandir nossa cobertura para além do Centro.
Além de conseguirmos respostas para nossas perguntas, observar as pessoas interagindo no espaço nos deu insights adicionais. Pegar livros é logicamente a razão principal para se visitar uma biblioteca, mas acessar um computador e a internet também é uma atividade comum para as pessoas.
Nós fomos com três perguntas amplas para investigar Como as pessoas esperam interagir virtualmente com o governo? Essa questão apareceu em pesquisas prévias e precisava ser mais explorada. Voltar a esta perspectiva de alto nível pode ser renovador após focar nos detalhes de conteúdo e de interações.

Me fale sobre sua experiência online?

A primeira pergunta foi feita para capturar a experiência dos participantes com serviços online e seus níveis de confiança, o que mostrou uma resultados demográficos mistos e variados. Houve uma inclinação para a geração mais velha, embora a confiança online tenha sido surpreendentemente alta. No entanto, nós ainda falamos com muitas pessoas que tinham experiência online limitada (ou nenhuma).
Ainda, falando informalmente com os bibliotecários, descobrimos que seus clientes são geralmente de grupos socioeconômicos vulneráveis, o que faz com que peçam assistência com mais frequência ao acessar serviços governamentais.
Nós vimos tantas pessoas indo à biblioteca usar um computador e acessar a internet quanto vimos pessoas indo à biblioteca ler e pegar livros emprestados, o que mostrou a mudança na forma como as pessoas vêem bibliotecas. Bibliotecas se tornaram mais parecidas com cybercafés e em alguns casos não são apenas para livros.
Os bibliotecários com quem falamos nos disseram que muitas vezes tem que ajudar as pessoas a escanear, criar contas de e-mail, imprimir formulários, etc. Além disso, bibliotecas podem ser hubs comunitários e são muitas vezes simplesmente um lugar para contato social.

O que o termo ‘Serviço Público’ significa para você?

Nossa segunda pergunta foi sobre o que o termo “serviço público” significava para as pessoas, e nós demos continuidade pedindo exemplos de serviços públicos.
Os exemplos mais populares foram:

  1. Limpeza de ruas/coleta de lixo
  2. Bibliotecas*
  3. Ônibus / Transporte público
  4. Saúde
  5. Escolas / Educação
  6. Tribunais / Sistema judiciário
  7. Água / Esgoto
  8. Policia

*Potencialmente mais alto por estarmos em uma biblioteca


O foco era em serviços locais; as pessoas relacionaram serviços locais ao que eles sabem e ao que é relevante e tangível para eles – frequentemente serviços locais que proporcionados pelo conselho local. Em geral, as pessoas estavam corretas em seus exemplos.

O que o Governo Escocês proporciona?

Nossa terceira pergunta tinha a intenção de explorar as expectativas/percepções das pessoas sobre a diferença entre ‘governo’ e ‘serviços públicos’. As pessoas entrevistadas tiveram mais dificuldade em responder essa questão (12 de 31 tiveram dificuldade em encontrar uma definição).
Entre as que deram uma resposta, suas explicações foram categorizadas nesses temas:

    serviços, mas mais amplo em escopo
    proporciona as finanças
    tomador de decisões
    organização e infraestrutura

O que nós (como governo) descrevemos como partes do “governo” é muitas vezes confuso – os cidadãos frequentemente não sabem a diferença entre serviços locais e públicos e eles não deveriam precisar saber a diferença para conseguir o que precisam quando precisam.

Perguntas adicionais

Nós também coletamos reações rápidas ao mygov.scot (site do governo Escocês). A questão principal para nós foi que as pessoas disseram que o site “parece bom para quando eu precisar disso”.
Não é necessariamente sobre promover ou divulgar o site, mas ter certeza que usuários podem encontrar quando tiverem uma tarefa relevante que exija o uso do site. Nós fazemos isso entendendo os termos que os usuários pesquisam, o contexto em que eles estão fazendo, e as necessidades que tem.
Nós estaremos atentos a novas oportunidades para realizar pop-ups em 2017, muito provavelmente em aspectos específicos e focados do site mygov.scot, como itens de conteúdo curto ou pequenas alterações no design.
Texto traduzido e adaptado do Blog do Governo Escocês.
Foto Capa: Clem Onojeghuo

Por WeGov

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Inovação, Comunicação e Gestão

Frequentemente, pesquisamos, acessamos ou recebemos ótimos conteúdos de diversas pessoas. A nossa rede costuma solicitar para a WeGov, materiais mais detalhados do que um texto de blog ou matérias de sites de notícias.
Vamos utilizar esse espaço para guardar todo conteúdo útil que encontrarmos: pesquisas, estudos de caso, métodos, toolkits e cursos – sobre Inovação, Comunicação e Gestão – voltados ao setor público.
Deixe sua sugestão nos comentários.
O post será atualizado com as sugestões da rede.
Aprecie sem moderação. Colabore, compartilhe e aplique em sua instituição.


Inovação

1 Dá Pra Fazer – Gestão do Conhecimento e Inovação no Setor Público do iGovSP
2 Mapa com laboratórios de inovação no setor público, de diversos lugares do mundo, classificando o papel do governo em cada caso (fundador, cliente, parceiro…). Criado pela Parsons Desis Lab.
3 Mapa interativo da Nesta com instituições do setor público pelo mundo que estão usando a abordagem do design para ajudar a resolver desafios complexos.
4 Inovando para uma melhor gestão: A contribuição dos laboratórios de inovação pública. Relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento sobre os laboratórios de inovação no Setor Público, com estudos de caso do Uruguay e do Brasil. (em espanhol)
5 Service Design Impact Report: Public Sector – Inovação no setor público, estudos de caso de aplicação da metodologia de Design de Serviços,  engajamento de cidadãos, e o futuro dos serviços públicos. Por Netherlands Enterprise Agency
6 Guia produzido pela Nesta e pela IDEO sobre uso de Design Thinking no Setor Público, com estudos de caso e ferramentas.
7 Dicas para endereçar as principais dores na entrega de serviços públicos: Mensagem inconsistente; conectando-se com o usuário; processos complexos;  tecnologia ultrapassada; falta de  responsabilização (accountability); falha para fazer acompanhamento. Por GovLoop
8 Avaliando a inovação no setor público na Dinamarca.
9 Pesquisa da Nesta, sobre inovações pioneiras em Democracia Digital, com o Laboratório Hacker, da Câmara de Deputados, como um dos casos estudados.
10 Observatório do Setor Público da OCDE mostra as Habilidades-chave para fomentar e viabilizar a inovação no setor público.


Comunicação

1 Pew Internet – Informações sobre o aumento no uso do Facebook nos EUA e a adoção de outras mídias (em Inglês).
2 Tendências das Mídias Sociais para 2017 –  Ainda que tendências apenas apontem caminhos que podem mudar, vale sempre a pena estar antenado sobre o que o mercado enxerga como potencial. Aqui tem 10 previsões para 2017 que vão da diversificação de negócios das mídias sociais a chatbots. Por Kantar Ibope Media
3 El Gobernauta Latinoamericano – Estudo do Perfil dos Governantes Latinoamericanos nas Redes Sociais.


Gestão

1 Curso online de Gestão Pública e Gastos Abertos da ITS Rio. Realizado pelo ITS Rio em parceria com a Open Knowledge Brasil. Apoio da Gastos Abertos e da Escola de Dados. A equipe de professores apresentará oportunidades e ferramentas para monitoramento, análise e visualização de dados orçamentários.
2 Novos talentos da Gestão Pública –  Histórias de Brasileiros que estudaram fora do país, e voltaram trazendo novas abordagens para aplicar na administração pública. Por Fundação Estudar.
3 The Intersector Project Toolkit – Este Toolkit fornece conhecimento prático para profissionais de governos, empresas e ONGs. Para diagnosticar, projetar, implementar e avaliar colaborações intersetoriais.
Atualizado em 03/05/2017

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Lincon Shigaki
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O desafio do pensamento enxuto na gestão pública

Um fato histórico que chama a atenção é a capacidade do Japão ter se reerguido após ter sido inteiramente devastado após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). Um dos pontos mais importantes dessa superação foi o modelo gerencial utilizado para a alavancagem da economia industrial, conhecido como Produção Enxuta, ou Toyotismo na indústria automotiva.
O fluxo de produção industrial praticado até então, era produzir primeiro e vender quando já dispunham de grandes estoques. Porém, as indústrias japonesas com recursos limitados não podiam arcar com custos de estoques e excedentes de produção em um mercado economicamente frágil. Nesse sentido, a Produção Enxuta sugere que toda a cadeia de suprimento e sistemas de produção tenham a capacidade de se moldar para atender demandas específicas. Essa estrutura flexível faz com que “o que é produzido” e “como é produzido” acompanhe a demanda.
O tema Produção Enxuta passou por adaptações para diferentes contextos. Atualmente, Eric Ries apresenta no livro “A Startup Enxuta” um modelo de gestão que utiliza princípios do pensamento enxuto para Startups. O ponto central é que as startups devem construir seus modelos de negócios a partir de experiências reais bem sucedidas, considerando os erros que podem ser cometidos ao longo da jornada na tentativa de validar a proposta de valor de seus produtos e serviços.

Indústria, Startup e Governo

Assim como na Produção Enxuta, a manufatura se flexibiliza conforme as solicitações do mercado, uma startup deve ter todo o modelo de negócio ajustável às percepções e feedbacks dos clientes (percepções estas, que mudam em ritmo cada vez mais acelerado). Percebe-se que a Produção Enxuta ou a Startup Enxuta possuem suas estruturas flexíveis e suas atividades concentram-se em atender objetivos e solicitações de clientes reais, retirando da operação atividades não relacionadas ao que o seu público espera.
Por outro lado, o setor público possui uma estrutura mais rígida e, por vezes, falta flexibilidade para responder com mais agilidade aos feedbacks dos cidadãos, e pragmatismo para transformar a criatividade em soluções inovadoras. Nesse sentido, surge uma nova proposta – a aplicação do Pensamento Enxuto no Governo. Trata-se de uma tentativa de transformar o setor público em uma instituição catalisadora de ideias em soluções.
Mantendo a essência do Pensamento Enxuto, gestores públicos podem desenvolver novas soluções com uma dinâmica ágil e flexível a partir da interação, iteração e testes em pequena escala com o cidadão. O feedback gera aprendizados significativos para que programas sejam lançados com sua proposta de valor validada, o que permite investimentos públicos mais assertivos.

O Governo com Pensamento Enxuto: The Lean Government

Diferentemente do setor privado, o Governo não pode “segmentar mercado” e escolher ter uma expertise de negócio para uma população única específica. O governo representa toda a população e por isso precisa desenvolver programas para toda a sociedade. Justamente essa característica única torna a gestão pública especialmente complexa.
Na tentativa de atender toda a população que a esfera representa, o governo acaba assumindo grandes riscos para lançar programas com escalas gigantescas de uma vez. Por mais que seja uma ação bem intencionada é incrivelmente difícil criar serviços em grande escala, com indicadores de resultado efetivos, e experiência positiva para todos os envolvidos.
Uma vez lançados os serviços, o custo de adequação às necessidades é lento e custoso – é sempre “Um Maracanã” de tudo. Por outro lado, o Pensamento Enxuto propõe que somente a partir da constatação empírica de valor, em escala menor, para o cliente – no caso aqui, cidadão – se construam operações maiores.
Grandes volumes de recursos podem ser alocados desenvolvendo serviços e funcionalidades que não necessariamente são prioridades do cidadão ou deixando de atender expectativas importantes. Além disso, ao despender um longo período construindo um projeto com pouca agilidade, corre-se o risco das expectativas terem mudado entre o período de ideação até o lançamento.

Ciclo de Feedback (Construir – Medir – Aprender)

O Ciclo de Feebdack é um tema central do livro “A Startup Enxuta” e pode dar insights sobre como o Pensamento Enxuto pode ser aplicado no Setor Público.


Para manter a estrutura do governo flexível, é importante que ela se entenda como um “laboratório”. O resultado dos seus “experimentos” é o aprendizado sobre como desenvolver uma instituição sustentável. Por isso, a consolidação de programas precisa passar por ciclos estruturados de aprendizado.
O ciclo de feedback se inicia com uma ideia de oportunidade. Nesse momento só se tem uma hipótese, ou uma suposição de que o cidadão (ou o próprio governo, se for um projeto interno) precisa de algo. Também se levantam hipóteses sobre como o beneficiário irá perceber o novo serviço, quais são os entraves envolvidos na adesão, entre outras hipóteses que se julgar interessante mensurar. Com essa ideia, o “empreendedor público” deve construir um protótipo simples, com o único objetivo de testar as hipóteses e receber feedbacks quantitativos e qualitativos.
A partir da experimentação, comprova-se ou refuta-se as hipóteses, gerando o aprendizado para subsidiar a decisão de mudar a estratégia inicial ou perseverar em escalas maiores. O benefício dos marcos de aprendizagem é perceber, logo em fases iniciais, qual parte da ideia é brilhante e qual é absurda, na prática.

Mudando de direção rapidamente

A prática de se criar cargos, departamentos e procedimentos apenas “para inglês ver“, não são adequadas ao conceito de “lean Government”. Um Governo Enxuto não significa necessariamente um Estado menor, com menos servidores, recursos disponíveis ou serviços públicos. O termo “Enxuto” atribui um novo significado sobre o papel da “estrutura organizacional”. Neste modelo, a estrutura se molda conforme a jornada de descobertas empíricas sobre como resolver os problemas da instituição.
O Pensamento Enxuto é especialmente valorizado e aplicado em contextos de crise e incerteza. Ao incorporar esse modelo na sua instituição, o desafio é fazer o ciclo de feedback girar cada vez melhor e mais rápido. O volante não pode parar.
A WeGov entende que o desperdício no processo de inovação em governo pode ser evitado, desde que as causas dos desafios das instituições sejam compreendidas profundamente. Para descobrir como ir além do discurso e entender porquê inovar no governo, entre em contato com a gente.

Por Lincon Shigaki

Lincon é Facilitador de Aprendizado da WeGov. Formado em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalhou com consultoria em gestão no Movimento Empresa Júnior, onde foi Presidente da Ação Júnior e da Fejesc. Acredita que podemos viver em um país melhor, e não consegue se ver fora do processo de transformação dessa realidade.

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Conheça a aceleradora governamental de startups

Na Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo de 2016, aconteceu o Startup Awards, um programa que reconhece e premia atores importantes do ecossistema de empreendedorismo brasileiro. A edição teve como vencedora da categoria Aceleradora o InovAtiva Brasil, uma iniciativa vinculada ao Governo Federal. As indicações e seleções foram feitas pelo público por meio de uma votação disponível no site.
O InovAtiva Brasil já recebeu mais de 5700 projetos e acelerou mais de 400 startups. De acordo com Jéssica dos Santos, da equipe do InovAtiva, o programa surgiu como uma iniciativa do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em 2013, com apoio da Endeavor e da McKinsey.
Mas qual é a relevância para o governo de estimular o desenvolvimento de startups?

Papel do Governo na Criação de um Ambiente Determinante para o Empreendedorismo

Com o intuito de demonstrar o impacto no ciclo econômico gerado por um ambiente de empreendedorismo e inovação, a OECD (2010) apresentou em conferência da Organization for Economic Co-Operation and Development o estudo sobre o programa de indicadores do empreendedorismo, conforme a tabela a seguir:

indicadores de empreendedorismo tabela OCDE

Fonte: The OECD-Eurostat Entrepreneurship Indicator Programme, OECD Statics Brief No 15, Novembro de 2010 (adaptado). 
No estudo, sugere-se uma metodologia para governos adotarem políticas de fomento a fatores determinantes para o desenvolvimento de um ambiente empreendedor, e acompanhar os resultados das políticas adotadas. Em essência, a teoria apresenta uma relação de causa-efeito em três níveis. Desta forma, assume-se que existe uma relação, por mais complexa que seja, entre os aspectos ditos (1) determinantes, (2) desempenho empreendedor e (3) impacto em aspectos econômicos.
Assim, podemos ver nos próximos tópicos, o alinhamento do programa governamental InovAtiva Brasil aos fatores que fomentam o empreendedorismo, de acordo com a OCDE.

INOVATIVA BRASIL

O papel de uma aceleradora é inserir uma empresa inovadora em um ambiente em que os fatores determinantes do empreendedorismo (como na tabela anterior) se apresentam em condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Desta forma, o InovAtiva auxilia o desenvolvimento de empresas inovadoras, especialmente de base tecnológica, para se prepararem para fortalecer o mercado Brasileiro.
O InovAtiva Brasil tem realização do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e do SEBRAE, e é executada pela Fundação CERTI, baseada em Santa Catarina. Entre os parceiros estão o BNDES, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Empresas Inovadoras (ANPEI), além de contarem com uma ampla rede de apoio.
O programa propicia o fortalecimento de empresas inovadoras por meio de capacitações gratuitas, mentoria nacional e internacional, formação de uma rede de parceiros, investidores e grandes empresas, entre outras vantagens. O conteúdo da capacitação online é aberto a todos, mas há uma seleção de empresas para participar do programa completo de aceleração, e essas devem preencher alguns requisitos.
As empresas que podem se inscrever para participar do programa devem ter características inovadoras, mas podem atender a qualquer setor. Devem estar em fase pré-comercial, ou para as que já estão estabelecidas, devem ter um faturamento anual que não ultrapasse R$3,6 milhões de reais, além de não poderem ter recebido investimentos acima de R$500 mil.

A ACELERAÇÃO

O programa InovAtiva Brasil acontece desde 2013, e em 2016 passou a ser semestral, dando mais chances de participação às empresas que querem ser aceleradas.

Inovativa Brasil ciclo de aceleração tabela

Fonte: InovAtiva Brasil
Os empreendedores inscrevem seus projetos, e até 300 são selecionados. Na primeira etapa, todos os selecionados são submetidos ao programa, e são preparados com mentorias e capacitação para a próxima etapa. Já na segunda etapa, no máximo 125 startups são expostas a investidores, a outras empresas e a recursos públicos que lhes dão suporte. Além disso, as startups contam com a possibilidade de se internacionalizarem.
Há uma parceria com o Reino Unido que facilita que as empresas prospectem negócios naquele mercado. Conforme consta no site do MDIC, “as startups que participam de todo o ciclo de aceleração do programa e cumprem com suas atividades obrigatórias recebem o status de Empresa InovAtiva e se habilitam para participar dos programas de internacionalização de startups do InovAtiva Brasil e de seus parceiros (…)”. Em 2014, 19 empresas foram ao Vale do Silício, nos Estados Unidos, e em 2016, 14 empresas foram a Manchester e Londres, na Inglaterra.
Desde o seu início em 2013, o InovAtiva já recebeu mais de 5700 projetos, selecionou mais de 900, e acelerou mais de 400 startups. No primeiro semestre de 2016, recebeu 1372 inscrições, vindas de todas as regiões do país, um recorde para o programa.

EMPRESAS ACELERADAS

Joni Hoppen, CEO da Startup Aquarela, empresa que extrai padrões de comportamento em dados para otimizar a operação dos clientes utilizando inteligência computacional, foi uma das Startups aceleradas pelo programa.
Joni destacou que o InovAtiva contribuiu para a definição do produto principal da Aquarela – o Vortx – e também na evolução da empresa, que ganhou visibilidade internacional, já que foi uma das 14 selecionadas para ir a Londres e Manchester, na Inglaterra, apresentar e testar seu produto. Ele ainda salientou que o programa oferece um checklist com os pontos essenciais que os empreendedores devem ter em mãos para estarem mais preparados para o mercado.
Para ele, o principal diferencial do programa está na “capacidade do governo conseguir escalar um treinamento via educação a distância, de centenas de pessoas ao mesmo tempo, em um tópico de grande relevância social que é o empreendedorismo inovador, de base tecnológica”. Uma das características mais importantes para o CEO da Aquarela, é que o programa é feito com baixo custo e com uma grande rede de voluntários atuando no compartilhamento de conhecimento.
Recentemente, o programa lançou uma vertente chamada “InovAtiva de Impacto”, que foca em Startups que já passaram pelo programa de aceleração, e que tenham como missão da empresa ter um impacto social ou ambiental. Entre as empresas selecionadas para essa nova aceleração estão a Startup ePHealth, um aplicativo que faz o mapeamento de doenças crônicas com o objetivo de reduzir hospitalizações e consequentemente desonerar o sistema de saúde, e a Faz Games, um software para criação de jogos educacionais, por alunos e professores.
Em 2017 dois novos ciclos irão acontecer, e as inscrições para o primeiro ciclo devem abrir em Janeiro.

Referências

Inovativa Brasil
Inovativa Brasil é eleita melhor aceleradora do país no Startups Awards 2016
O que é uma Startup
OECD. Measuring Entrepreneurship: The OECD-Eurostat Entrepreneurship Indicator Programme, OECD Statics Brief,No 15, novembro de 2010.
SHIGAKI, Lincon Eiji.S. Análise do papel das instituições partícipes da hélice tripla: um estudo de caso do ecossistema de empreendedorismo inovador de Florianópolis. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Administração. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2016.
Texto escrito pela WeGov e publicado dia 24 de novembro de 2016 no site Politize!.

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