Publicado no Diário Catarinense, dia 24 de janeiro de 2017
Enquanto cidadã preciso dos serviços públicos em diversas etapas da minha vida (desde o nascimento até a morte). Vejo o governo como uma grande corporação e sempre que preciso dos seus serviços devo pesquisar previamente para saber onde posso resolver meu problema.
Por diversas vezes perco alguns dias indo e vindo com meu problema debaixo do braço até encontrar a instituição que poderá me ajudar.
Da mesma forma que eu vejo o governo assim ele também me enxerga como diferentes pessoas. Um dia eu sou contribuinte, aluna, motorista, mãe, empresária e assim por diante, mas nunca uma única cidadã. Desta forma somos duas entidades fragmentadas e assim o serviço só poderia ser dividido.
Como prestar e receber um serviço exclusivo para a situação de vida em que vivemos com a estrutura que existe hoje em dia no governo? Como seria se não precisássemos ter que ir a diversos órgãos para abrir uma empresa ou se o nosso processo para construção de casa precisasse apenas de um alvará?
Os consultores da Assessoria de Inovação em Governo do Estado de São Paulo – iGovSP pensaram nestas hipóteses e foi assim que criaram o princípio que irá revolucionar os serviços públicos: Governo único para cidadão único.
Para Alvaro Gregorio (consultor do iGovSP) num governo único qualquer problema do governo é “problema nosso”, é problema do todo e, se o todo estiver conectado, a solução virá de uma forma mais barata e eficaz.
Para o governo do futuro imagino um único contato de atendimento ao cidadão, por momento de vida. Estou falando de resolver as situações da minha vida em um único atendimento, no mesmo local, físico ou digital. Isso envolve um sonho antigo dos brasileiros: documento único para se relacionar com o governo (poderei me livrar daquela pasta com carteira de trabalho, CNH, CPF, RG, título de eleitor e etc.).
Tecnologia para isso nós temos o que falta é fazer as instituições públicas entenderem-se como uma única coisa e assim nos verão como um único ser também.