A crise é inevitável, o sofrimento opcional

Gabriela Tamura
Posted on

Custo ou investimento?

Não cabe mais comentar se haverá ou não crise no cenário das instituições públicas, ela já está acontecendo há tempos, isso é fato! Trata-se agora de saber como os cortes afetarão o trabalho e a motivação dos servidores.
Na dúvida do que cortar e na escassez dos recursos, resolveu-se cortar tudo. Em alguns casos é explícito: a capacitação é a primeira da fila. Mas será que são apenas os cursos e eventos que os gestores públicos estão cortando?
Avalio este “ajuste financeiro”, como um argumento limitado para responder uma crise. Essa fita já tocou antes e o som é ruim.

A crise em contexto

A WeGov completou um ano de criação, no último dia 13 de fevereiro. Nesta época, do ano passado, estávamos lançando a agenda e ao contactar nossos clientes a frase que ouvíamos era: acho fantástico e fundamental o trabalho de vocês, queremos e precisamos muito dos serviços da WeGov, mas sabe como é; a crise…
E então de agosto a dezembro de 2015 parece que as instituições esqueceram da crise e tudo voltou a acontecer, como deveria ser. Estávamos no ritmo e as instituições também. Aí vieram as festas de final de ano, o carnaval e o ano recomeçou. Com isso, ao contactarmos os clientes tivemos aquela mesma sensação e ouvimos o discurso da crise.

A crise é real

Não estou negando que estamos em crise, mas percebo que os cortes chegam sem planejamento de gastos, sem um norte claro. Isso cria também uma crise de credibilidade institucional. Não há sentido lógico de falar em crise, enquanto algumas práticas seguem operando normalmente como direitos.
O grande equívoco é tratar a crise como causa dos problemas e não como consequência de um modo de agir, das próprias práticas de gestão governamental e das políticas que operam na administração pública. Enquanto algumas instituições continuam trabalhando forte e investindo nas coisas certas, como capacitação, e assim melhoram a prestação de seus serviços, outras chegam a baixar portarias informando seus colaboradores: “Nem adianta pedir, não vai ter treinamento este ano.”
Eu acredito na capacitação dos servidores como um meio sustentável de otimizar o serviço público – se fosse diferente estaria trabalhando com outra coisa – e nada melhor para uma crise de credibilidade do que buscar meios de melhoria.

A crise corta as oportunidades

O governo acaba dando uma resposta esquizofrênica para crise: as pessoas não acreditam mais no gestão pública, então vamos cortar os meios e as possibilidades de aprender a fazer diferente! A lógica deveria ser o contrário: se não acreditam mais em mim, como eu posso melhorar?
Constantemente atendemos servidores públicos que decidem participar de nossas oficinas e eventos e pagar por conta própria. Sem entrar no mérito se isso é justo ou não, a mensagem que fica é clara: as pessoas querem e precisam participar de momentos assim para oxigenar as ideias, conhecer novas possibilidades e voltar com mais gás para suas instituições.

Custo ou Investimento

É inegável o efeito positivo da capacitação para os servidores públicos e fico muito triste quando essa prática é encarada como um custo pelos gestores e não como um investimento.
As organizações que investem na formação dos servidores alcançam maior produtividade, eficiência e assim atendem melhor o cidadão.
Investir na qualificação dos servidores também é uma forma de estreitar a relação com eles e criar uma conexão. O trabalhador que se sente apoiado pela organização na qual atua ganha motivação para defender os ideais da instituição e prestar um bom serviço para sociedade.
Os depoimentos podem mostrar um pouco do sentimento que um servidor tem quando é valorizado:

“Pessoal, estamos encerrando mais um dia de trabalho por aqui e só posso dizer uma coisa: hoje tudo foi diferente! Brilho no olho que há algum tempo eu não conseguia ter e muita, muita vontade de fazer o novo – e já fazendo – e o melhor! Obrigada Gabi Tamura e André Tamura por esse evento grandioso. Obrigada, colegas, estar com vocês me fez sentir orgulho de ser servidora pública! Espero ano que vem levar mais gente daqui! Bom findi!”
Alana Lacerda – Detran/RS

“Só tenho a agradecer a ‪#‎WeGov‬ pela oportunidade de conviver com profissionais tão qualificados. MP de vários estados, Tribunais de Contas, Exercito, Presidência da Republica, Prefeituras de varias cidades, servidores públicos que não se deixaram cair na tentação do ‘Dolce far niente’ e estão ai produzindo conteúdo de verdade e sendo verdadeiros agentes transformadores da maneira como nós nos comunicamos. Cada vez mais orgulho de fazer parte disso. Parabéns Gabi Tamura e Andre Tamura, por superar nossas expectativas. Ano que vem o BAC vai estar lá disputando case na votação!
Daniel Puga – PMRJ

Se você acha que é caro investir em capacitação faça o cálculo da falta que ela faz.

Quando receber um #NÃOVAITERTREINAMENTO use estes argumentos e tente outra vez!
Foto: Mike Vasilyev

Por Gabriela Tamura

Fundadora e Diretora de Negócios da WeGov. Administradora Pública graduada pela Universidade do Estado de Santa Catarina, Pós-graduada em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil. Resiliente de plantão começou seu relacionamento com o setor público há 12 anos. Conhece bem a realidade do governo e resolveu ajudar.
Foi agraciada com a medalha do Exército Brasileiro em função dos serviços prestados à Nação pela WeGov.

Deixe uma resposta