Comunicação no Poder Judiciário

André Tamura
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Uma caixa colorida

Nos dias 16 e 17 de junho, tivemos a honra de participar do XII Conbrascom – Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça. Conhecemos profissionais da área de comunicação, de tribunais de todo Brasil e retornamos para Florianópolis com a sensação de que estamos no camiho certo para realizar as transformações necessárias e dar significado diferente à palavra “Poder”.

Comunicação Pública no Judiciário

O Judiciário é considerado o Poder menos transparente e deixa de divulgar dados obrigatórios da Lei de Acesso à Informação. Segundo o artigo nº8 da LAI, é dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
Hoje, quando pensamos um local de fácil acesso para divulgar informações, automaticamente pensamos em redes sociais. Mais da metade da população brasileira tem no bolso um aparelho que é a primeira coisa que checa ao acordar, e a última que checa antes de dormir. Isso altera o comportamento e interação das pessoas com tudo, desde o transporte, até o poder público.
Temos que entender e trabalhar para que a área de comunicação – usualmente responsável pela atuação das instituições nessas redes – extrapole sua atuação e alinhe suas competências para que os serviços públicos sejam efetivamente prestados, além da publicidade e propaganda (broadcasting) tradicionais.

Uma caixa colorida

Quando se estabelece um novo canal de comunicação com a sociedade, é preciso um árduo trabalho para compreender quais são as regras de diálogo e de relacionamento que estão estabelecidas ou sendo construídas ali. A linguagem adequada e o foco na prestação de serviços devem prevalecer. Sempre mantendo a institucionalidade e impessoalidade da administração pública, mas com elementos da cultura popular e humanos que qualquer interação permite e exige.
Alguns profissionais da área de comunicação argumentam que seria mais fácil para uma prefeitura estar próxima de seu público, ser célere e direto na linguagem; e que,no judiciário qualquer simples publicação só é postada depois de transitar em julgado. Sabemos que as instituições do Poder Judiciário possuem suas peculiaridades e isso só demonstra e torna mais urgente a adoção de novos formatos e de certa coragem para arriscar algo que não seja comum para um tribunal.
As ferramentas disponíveis estão cada vez mais abundantes na intenção de identificar e atuar de maneira preditiva em relação às demandas sociais. A “caixa-preta” já está colorida, não dá pra voltar atrás. Os projetos apresentados no Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça indicam que as instituições estão avançando bastante.

E agora?

Não há fórmula mágica e possivelmente surgirão erros no percurso. As boas referências tem sido cada vez mais evidentes para que a área de comunicação se fortaleça e possa envolver de maneira profunda outros setores diretamente relacionados ao propósito de existir de cada instituição. A jornada que desenhamos para o oficina social media gov, está auxiliando muitas insituições na construção dos trabalhos.
A sociedade não espera que um órgão público seja uma redação de jornal, uma agência de publicidade ou uma startup tecnológica, a sociedade espera bons serviços públicos.
Foto: Aaron Burden

Por André Tamura

Pai e Marido. Fundador e Diretor Executivo da WeGov. Empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais. Estudou Administração de Empresas e Ciências Econômicas. Desde que trabalhou como operário de fábrica no Japão, tem evitado as “linhas de produção”, de produtos, de serviços e de pessoas. Em 2017, foi condecorado com a Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro.

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