Colaboração e coprodução para inovar no combate a COVID-19

O contexto de mudanças que é inerente à sociedade, segue demandando da administração pública respostas cada vez mais rápidas. Quando esse contexto se soma a momentos de crise, onde a administração pública precisa enfrentar a escassez de diversos tipos de recursos (humanos, sanitários, materiais, financeiros, entre outros), há um grande aumento da dificuldade de produzir e entregar os serviços públicos. Neste momento, como é o caso da Pandemia do Coronavírus (Covid-19), a INOVAÇÃO na administração pública se torna essencial e ainda mais desafiadora.

Neste contexto, as ações isoladas de gestores, de órgãos e de entidades públicas ficam cada vez mais distantes da realidade atual. O trabalho em redes de colaboração e de coprodução dos serviços públicos já está presene neste cenário atual, gerando inovações em serviços públicos que atendem necessidades atuais da sociedade. Entretanto, ainda é necessário esclarecer como essas estratégias de colaboração e de coprodução contribuem para a inovação? Como a colaboração e a coprodução podem ser utilizadas em ações de combate a Covid-19?

Para responder estas perguntas, será apresentado neste artigo uma breve discussão de como as estratégias de colaboração e de coprodução dos serviços públicos podem ser utilizadas para desenvolver ações relacionadas ao combate da Covid-19 e para inovar no setor público. Essa proposta é inspirada numa nova forma que a WeGov encontrou para aproximar os gestores públicos dos principais conteúdos referentes à temática da inovação: o curso de 101 Dias de Inovação, que é um excelente caminho para começar, está disponível na aqui.

Desafios da Covid-19

Devido, principalmente, às necessidades de distanciamento social, a Pandemia da Covid-19 vem trazendo alguns desafios à administração pública, como o teletrabalho, o redesign de processos, a transparência, servir aos cidadãos, agilidade, gestão rápida, governança e recursos. O teletrabalho vem se tornando a forma mais viável de manter os serviços públicos funcionando, mas demanda infraestrutura digital e adaptações culturais. Para digitalizar serviços e processos a fim de manter o máximo de distanciamento social, é necessário repensar os seus pontos de contato e fluxos por meio do redesign. Essas adaptações precisarão de transparência para que a sociedade possa se informar, acompanhar e fiscalizar. Também há uma crescente demanda de transparência em relação a informações relacionadas ao controle da Pandemia. Ao realizar isso, a administração pública se move em direção ao que Roberdt Denhardt e Janet Denhardt chamam de O Novo Serviço Público, uma vez que se busca servir aos cidadãos levando em conta a transparência, a responsividade e, inclusive, o seu envolvimento por meio da participação quando possível. 

Tudo isso requer grande agilidade das organizações públicas para darem respostas rápidas a demandas urgentes, precisando ter um processo de gestão mais rápido. A governança das redes de órgãos e entidades públicas, além das organizações privadas e do terceiro setor que também produzem serviços públicos também precisa se tornar mais ágil e articulada. Tudo isso, em meio a uma escassez de recursos necessários para a área da saúde, que também demandará contingência de insumos em outras áreas, e inseguranças jurídicas em processos de compras. Uma alternativa que vem se apresentando tanto em relação às questões levantadas por Denhardt e Denhardt (2011), quanto a estas como a escassez de recursos é a colaboração e coprodução.

Colaboração e Coprodução

A colaboração é uma estratégia para compartilhar responsabilidades na produção dos serviços públicos onde podem participar os diferentes órgãos e entidades do Estado, pertencentes às esferas federal, estadual, distrital e municipal, sendo parte de qualquer um dos poderes. Já a coprodução do bem público, de acordo com Salm (2014), é uma estratégia para produzir os serviços públicos onde o Estado compartilha poder e responsabilidades por meio do envolvimento e participação de organizações do terceiro setor, empresas via área de responsabilidade social e ambiental, arranjos comunitários ou cidadãos. Por consequência, a coprodução resulta em redes compostas por estes diferentes agentes da sociedade que possuem algum tempo de relação mais ou menos intensa com a administração pública durante a coprodução. Tanto a colaboração quanto a coprodução são muito relevantes para que ocorra a inovação.

A inovação na administração pública é definida por Brown e Osborne (2012) como a introdução de novidade num sistema pela aplicação de uma nova ideia que produza um processo de transformação, gerando descontinuidade, num determinado serviço ou numa política pública. Deste modo, para que a administração pública acompanhe os constantes processos de mudanças e de transformações inerentes à sociedade, é necessário que realize um constante processo de inovação em seus processos, serviços e políticas públicas.

Para que a inovação ocorra, os autores mencionam que é necessário observar alguns aspectos que são indutores. Pessoas, cultura, liderança, estrutura organizacional, processos, recursos, articulação externa e estratégia política são alguns destes indutores que são determinantes para a inovação na administração pública. A articulação externa é um dos principais indutores e está diretamente relacionada com a colaboração e a coprodução. Como se trata de envolver agentes externos, a colaboração com outros órgãos e entidades do Estado ou a participação da sociedade na coprodução dos serviços públicos acaba sendo essencial para este indutor da inovação. Realizado esses apontamentos, é possível apresentar como as estratégias de colaboração e coprodução podem ser utilizadas no combate a Covid-19.

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... para pensar sobre comunicação e fazer o melhor pastel

…para pensar sobre comunicação e fazer o melhor pastel.
Sabe aquele clássico que diz que santo de casa não faz milagre?

Não faz mesmo. A boa notícia é que o pessoal da WeGov deve andar pleiteando uma vaguinha no andar de cima. Eles vieram no dia 19 de julho e deram uma boa sacudida na galera que faz a comunicação da Justiça do Trabalho de São Paulo.


Do basicão – “para que a comunicação existe mesmo?” – ao “1001 ferramentas que vocês precisam usar antes do fim do mês”, o casal Tamura fez algo que eu vinha tentando há algum tempo: criar um mindset na equipe da Secom de que estratégia tem que fazer parte da rotina de todos. Não é coisa isolada do gestor. Não é colocar no papel e esquecer que existe.

Puxa uma cadeira e fica à vontade

Olha que eles são quase “de casa”, porque entendem que é bem difícil fazer comunicação no setor público. Tem ego (S), burocracia, autoridade e trabalho aos montes. Falta autonomia, gente, orçamento, e um monte de coisa que não listo para não deprimir.

Começaram com provocações simples. Quase ninguém lembrava a visão de futuro da nossa organização. Depois dos segundos de silêncio, conseguimos refletir juntos sobre os problemas que resolvemos, o que fazemos e o que deixamos de fazer.

O ponto alto foi fazer todo mundo se empolgar com o desenho das personas. Criamos o advogado Henrique Alvarenga, a servidora Beatriz, o trabalhador Roberto Carlos, o empresário Sampaio. Nota do gestor: há algum tempo eu tinha dado a mesma ideia e recebi olhares tortos, do tipo “essa chefe só inventa”. Felizmente, perceberam que para a gente facilitar a vida do cidadão, precisamos tentar viver um pouquinho da sua realidade.

A gente acha que sabe e não sabe. Ou que não sabe e não sabe mesmo

Parece óbvio: vamos usar Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e o que mais o mundo nos permitir, afinal, é lá que as pessoas estão e é isso querem. Que pessoas? Como eu sei o que elas querem de fato? O treinamento fez a gente voltar alguns espaços e pensar um pouco sobre o propósito do que fazemos como rotina.

Também implantou o chip de que broadcast é só uma perna do que fazemos e que redes sociais tem muito mais a ver com interação, relacionamento e inteligência.

Por fim, demonstrou que o mundo realmente está girando rápido. Temos mil ferramentas, aplicativos, técnicas e métodos que podemos usar para fazer comunicação. Alguns podem ser muito úteis, outros nem tanto. Mas temos que conhecê-los. Se quisermos ser úteis, temos que nos esforçar para acompanhar as transformações malucas da tal da sociedade da informação.

Stop in the name of law

Acho que como muitos departamentos de comunicação, a Secom do TRT da 2ª Região é quase uma pastelaria. Tem notícia, mural, TV, e-mail marketing, caldo de cana e molhinho opcional. A economia vai bem, obrigada: a clientela não para. E a gente faz e entrega. Faz e entrega. Faz e embrulha para viagem. E entrega.

Aline Castro

O aprimoramento com a WeGov fez com que fechássemos o balcão por um dia e colocássemos a mão na massa, para deixá-la mais saborosa, quem sabe com um novo recheio. Fez bem para todo mundo e nenhum cliente morreu por abstinência de carboidrato.

No final do dia, ficou a certeza: precisamos parar de vez em quando (sim, parar mesmo, todos juntos!) para refletir sobre o pastelzinho nosso de cada dia. Não dá para esquecer o quão sagrado ele é. (Eu não disse que a galera da WeGov tem uma linha direta com alguém lá de cima?)

Comunicação Pública: Guia de Sobrevivência