Inovação em Governo foi tema de painel no Seminário
Fonte: Social Good Brasil
A pauta até rima com corrupção, mas durante meia hora as generalizações foram esquecidas para se pensar em inovação. Em tempos de crise e instabilidade política no país, o Seminário SGB trouxe um painel para discutir a inovação no governo. No palco, Joice Toyota (Vetor Brasil), Cristiano Ferri (LabHacker da Câmara dos Deputados), Roberto Agune (iGovSP) e, mediando o debate, André Tamura (WeGov).
Logo no início, um consenso, a resposta à nossa pergunta: sim, é possível haver inovação no governo. Agune defende que a inovação deve ser entendida como utilidade pública. Para isso, apresenta três pontos a serem alcançados pelo governo: o primeiro é fazer um governo único para um cidadão único. Não vê-lo como o dado, um paciente, um contribuinte, por exemplo. O segundo é uma plataforma que assegure a eficiência dos serviços. Não há como atender a demanda dos novos modelos de negócio e serviço sem inovação. O terceiro e último, o governo deve trabalhar de maneira hiperlocal. Pensar em alternativas que solucionem os problemas em larga escala. Decisões que devem ser tomadas de dentro para fora. Mas Agune foi incisivo ao afirmar que o inverso deve acontecer, “não há mudança no governo sem a pressão da sociedade”.
Joice reforça que ao contrário do senso comum há muitas pessoas interessadas em trabalhar no governo. No ano de 2014, a Vetor Brasil resolveu selecionar jovens talentos e conectá-los a políticas públicas. Para surpresa, as inscrições para o projeto comparadas ao ano passado quintuplicaram, foram mais de 10 mil projetos inscritos em 2015. “Pessoas estão enxergando oportunidade de mudar e participar dos desafios”, completa.
A inovação tanto é possível que conseguiu-se institucionalizar um laboratório hacker dentro da Câmara de Deputados. Ferri conta que proposta surgiu depois das manifestações de junho de 2013, uma tarefa difícil, já que a inovação ainda é vista por muitos como sinônimo de risco. Apesar das barreiras, da burocracia, “a inovação está presente em todos os governos, alguns mais estruturados do que outros, mas já se percebeu que não há como funcionar sem ela”.
“É possível construir debates tratando o governo de forma menos estigmatizada e podemos construir junto com ele”.
A afirmação de Tamura, retoma o ápice do painel: a inovação deve vir de dentro para fora e também de fora para dentro.
Fonte: Social Good Brasil