A redescoberta da cidade
Pokémon! (temos que pegá-los)
Isso eu sei.
Pegá-los eu tentarei!
Vai ser grande a emoção,
Pokémon!”
Tema de abertura do desenho japonês
Quem não se lembra do bambolê, do pogobol, dos ioiôs da coca-cola? Tá certo, fui longe demais (citar estas coisas denuncia a idade). Se você não lembra desses brinquedos com certeza vai lembrar do tamagotchi, tazo ou gameboy…
O que tem de comum em todas estas lembranças? A resposta é óbvia, brinquedos que nos dias de hoje receberiam o termo de virais. Mas além dessas febres no final do século passado/início desse século, um anime tomou conta das telas de televisão, dos assuntos na hora do recreio, e até de salas de cinema: Pokémon.
Para os que não conhecem a história desse anime, a principal fonte de pesquisa de cultura pop na internet, a wikipedia, tem todas as informações.
O personagem Ash Ketchum
Segundo a Wikipedia: Nascido na cidade de Pallet, na região de Kanto, Ash Ketchum é um garoto que luta para se tornar o maior mestre pokémon do mundo, partindo em jornada com esse objetivo em mente.
Para catalogar os monstros, ele possui a PokéDex (PokéAgenda na dublagem brasileira), um computador de bolso que contém todas as informações sobre os Pokémons da região onde foi programado, sendo atualizado a cada nova jornada.
Uma das metas de Ash é também ser campeão de uma Liga Pokémon regional de grande porte, partindo depois para a Liga dos Campeões, onde pode desafiar formalmente a Elite 4 e o campeão regional. Para tanto, desafia os ginásios pokémon de cada região que visita, para reunir o mínimo de oito insígnias necessárias para participar de uma competição da Liga.
Pokémon GO, a nova onda
Há aproximadamente dois anos foi disponibilizada, no NetFlix, a série completa dos desenhos do Pokémon. Com eles voltaram os jogos de pokémon que são batalhas travadas por meio de cards popularizados em envelopes com 3 unidades ou ainda em edições de luxo com caixas douradas e pokémons raros.
Uma nova geração de consumidores entrou em contato com esse universo e, seja por interesse próprio ou por saudosismos dos pais ou irmãos mais velhos, passaram a colecionar os cards com os bichinhos. Até aqui tudo bem, se não houvesse por trás disso uma estratégia de lançamento de um produto com um potencial viralizante ainda maior: o Pokémon Go.
Ao lermos a biografia do Ash e compararmos com o jogo para celulares lançado recentemente, percebe-se que a Nintendo trouxe para a vida real o que até então vivia no imaginário de seus admiradores. Aqui é a hora em que você se pergunta: o que tem isso demais? É só mais uma febre que vai passar.
Não quero abordar aqui a ‘febre pokémon go’, porque sim, também acredito que ela vai passar. Queria refletir neste espaço sobre as potenciais mudanças no comportamento das pessoas em relação à sua realidade e a sua cidade que este aplicativo traz embutido.
Nova realidade, nova cidade, novos serviços
O que o aplicativo trouxe de inovador foi, através da popularização da tecnologia da realidade aumentada, a ‘gameficação’ total de nossa realidade. E por tabela uma nova forma de interação do ser humano com a cidade onde vive. Locais antes pouco visitados ou nem notados pela maioria dos cidadãos, passam a ter uma relevância por terem se tornado PokéStops ou Arenas Pokémon.
E o que isso tem a ver conosco, gestores de comunicação governamental? Além do óbvio de que nossas instituições foram invadidas por Pokémons e que por tanto passaremos a receber visitantes interessados em colecionar os simpáticos bichinhos, gostaria de refletir sobre como podemos utilizar a tecnologia e a gameficação apresentada pelo aplicativo.
Pokémon GO e serviços públicos
Vamos imaginar um aplicativo onde uma foto da fachada de uma escola e o cidadão passa a ter as informações sobre número de alunos, horários de funcionamento, notas do Ideb, formação dos professores que ali dão aula e uma outra infinidade de informações. Poxa isso seria legal. Mas não tem o aspecto da retribuição, do jogo. O que o cidadão vai ganhar, em relação às outras pessoas ou jogadores, quando for informado por meio de um aplicativo desses que a escola do seu bairro está com superlotação? O que é que vai fazer esse cidadão entrar no aplicativo?
Esse é o nosso desafio como agentes públicos. Como aproveitar a tecnologia já popularizada, para o fornecimento de melhores serviços pelos órgãos em que atuamos?
Não tenho uma resposta pronta para isso mas lanço aqui as questões para que possamos refletir a respeito. Vamos aproveitar este espaço para alguns exemplos e debatermos possibilidades. Deixa sua opinião aqui embaixo.
Como as instituições públicas estão utilizando a febre Pokémon
Prefeitura Municipal de Esteio
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Assembléia Legislativa de Santa Catarina
Tribunal de Contas do Ceará
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Senado Federal
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Governo do Pará
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Polícia Militar de Santa Catarina
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No Distrito Federal semana passada iniciamos uma discussão de como podemos usar diversos aspectos das teorias de gamificação em um projeto do Estado com o objetivo de trabalhar a conscientização de jovens da importância do tributo e da participação social, chegamos a conversar um pouco sobre algo como Pokémon Go utilizando realidade aumentada.