Comunicação interna

Fábio França
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O novo profissional da área

O servidor público não recebe as informações adequadas para realizar seu trabalho. As áreas da organização enfrentam desafios parecidos, mas não compartilham soluções e boas práticas. Um profissional “chão de fábrica” tem ideias para resolver o problema do seu processo de trabalho, mas não consegue levar para “quem decide”. Os servidores não entendem a estratégia da organização, não estão engajados e se sentem desmotivados…

Problemas de comunicação

Problemas de comunicação? Não apenas, mas também. Problemas internos? Sem dúvida. E, de quem é essa bucha? Já ouviu aquela frase “a culpa é minha e coloco em quem eu quiser”?!
Nas organizações com uma área de comunicação interna estruturada, o foco das reclamações será lá. Não tem jeito, se prepare. Sua campanha pode ganhar o Festival de Cannes, mas não vai ser suficiente. Na verdade, nunca é mesmo. Ela é parte de um processo mais amplo. De outro lado, os profissionais de comunicação interna vão se defender e dizer que o problema é do chefe que não fala com sua equipe e do colega que não conversa com o outro da sala ao lado. Ou ainda: “Você reclama que não recebeu a informação, mas já leu o jornal interno hoje? Já procurou no portal???”
Esse é o jogo do empurra. E, adivinhem: ninguém resolve o problema! Não precisamos carregar a organização nas costas, mas podemos compartilhar a responsabilidade. Gosto de fazer uma comparação da nossa área com a gestão de pessoas para entender melhor nosso papel e nossos limites.

Pessoas e comunicação interna

A comunicação interna e a gestão de pessoas ocorrem independentes de uma área especializada. As pessoas conversam e compartilham informações. Os chefes gerenciam pessoas. Essas coisas acontecem a todo momento e em todas as partes da organização.
Então, qual é o papel dos profissionais especializados em gestão de pessoas? Eles desenvolvem, disponibilizam e acompanham o uso de ferramentas (avaliação de desempenho, alocação por competências, programa de reconhecimento, normativos sobre como proceder, …), que auxiliam o gestor na sua atuação do dia a dia.
O fato de existir uma ferramenta de avaliação de desempenho não tira a responsabilidade do gestor. Pactuar metas, acompanhar o desempenho, dar feedback e identificar necessidades de capacitação continuam na conta do chefe.

Caixa de ferramentas

Mas, uma boa ferramenta induz melhores resultados. E na comunicação interna? É a mesma coisa. Temos que abrir nossa caixa de ferramentas e ver como podemos ajudar. Isso nunca vai substituir o papel do líder. Também não vai eliminar a necessidade de as pessoas conversarem entre si. Mas, uma boa iniciativa de comunicação interna ajuda. Ah, se ajuda…!
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Precisa difundir uma informação importante? Seja criativo. Trabalhe um conceito bacana, desenvolva peças interessantes e articule todos os seus canais em uma bela campanha interna. Além das campanhas informativas, tente investir boa parte do seu esforço em campanhas de engajamento e motivação dos servidores.
Que tal pensar em uma rede social interna? Não estou falando apenas de tecnologia, mas de um novo modelo de comunicação interna, que permita a informação circular em todos os fluxos: de cima pra baixo, de baixo pra cima e para os lados.
As lideranças estão com dificuldades em se comunicar com os demais servidores? Pode ser uma boa oportunidade para propor uma agenda de reuniões estruturadas na sua organização. Reuniões online periódicas dos servidores com a presidência e principais líderes é uma forma de alinhar a estratégia da organização.
Crie um canal para envolver todos os servidores nos principais desafios da Casa. A velha caixa de sugestões pode ter formatos muito mais interessantes hoje em dia. Ajude o “chão de fábrica” levar sua ideia a “quem decide”.

O papel do profissional de comunicação interna

Esses são apenas alguns exemplos. O novo profissional de comunicação interna joga em várias posições e tem uma caixa de ferramentas bastante ampla.
Ele faz o bom e velho feijão com arroz. Tem um bom portal corporativo, edita um jornal interno interessante, usa e-mail, produz vídeos, realiza eventos, mas não para por aí. Ele sabe que precisa se lançar por novos mares. Já percebeu que precisa ir além, muito além, para conseguir dar uma resposta mais efetiva aos desafios da organização.
E você? Ainda pensa que comunicação interna é um tipo de comunicação menor e menos estratégica?

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